quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Quando a pandemia vai acabar? Talvez no fim do ano nos países ricos

A pandemia do coronavírus de 2019 parece um pesadelo sem fim, mas deve estar controlada nos países ricos no fim deste ano e um pouco mais tarde aqui. A vida voltará ao normal primeiro nos países desenvolvidos onde houver grandes campanhas de vacinação, um sistema de testagem e rastreamento do vírus para atacar cada foco, e uma gestão competente do sistema de saúde pública.

"Dentro de seis a oito meses", prevê o professor de saúde pública global Devi Sridhar, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, os países com recursos "poderão reabrir as escolas, os bares, os restaurantes e as academias de ginástica, reiniciar os shows de música ao vivo e os espetáculos esportivos. Os bombeiros ainda serão necessários contra surtos, que podem ser localizados e pequenos."

Enquanto a situação não estiver sob controle, com novas mutações do vírus surgindo ao redor do mundo, será necessário manter restrições aos voos internacionais, adverte o professor Sridhar. Em artigo no jornal The Guardian, ele escreveu: "A pandemia não deve acabar abruptamente, mas devagar, de país a país, à medida que cada um consiga controlar a covid-19 numa estratégia global de erradicação do vírus."

O professor de saúde pública teme que os países ricos consigam controlar a doença, inclusive com a atualização de vacinas para enfrentar novas linhagens do vírus, enquanto os pobres tenham de enfrentar sucessivas ondas de contágio.

Devi Sridhar lembra que esta desigualdade na saúde global é histórica. Doenças infecto-contagiosas como cachumba, rubeola, poliomielite, sarampo e tuberculose ainda são um grande problema em regiões pobres.  

Em entrevista ao jornal inglês Financial Times, o presidente da França, Emmanuel Macron, defendeu maior cooperação internacional no combate à pandemia e declarou que os Estados Unidos e a União Europeia deveriam destinar 5% de suas vacinas a países de baixa e média rendas. O presidente Joe Biden rejeitou a proposta. 

Macron descreveu o nacionalismo das vacinas como "uma aceleração inédita das desigualdades mundiais insustentável a longo prazo". Como a UE tem cerca de 450 milhões de habitantes e já encomendou 2,6 bilhões de vacinas, tem muito mais do que 5% para dar.

Nesta sexta-feira, vai haver uma reunião virtual do Grupo dos Sete. O G-7 reúne os Estados Unidos, o Japão, a Alemanha, o Reino Unido, a França, o Canadá e a Itália, as grandes potências industriais democráticas. A Índia, hoje a sexta economia do mundo, não faz parte.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, vai propor a distribuição de vacinas a "todos os países". Será o primeiro encontro bilateral de Biden como presidente, uma oportunidade de mostrar se acabou a política externa de "primeiro, os EUA" do governo Donald Trump.

O novo presidente americano vai anunciar uma doação de US$ 4 bilhões (R$ 21,7 bilhões) à aliança de vacinas articulada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para imunização nos países em desenvolvimento. Meu comentário:

Nenhum comentário: