terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

Infecção por covid-19 não imuniza contra mutações

Quem já teve a doença do coronavírus de 2019 desenvolveu anticorpos que protegem durante pelo menos seis meses, mas não garantem a imunidade contra novas mutações do vírus, indicou um estudo publicado hoje no Reino Unido.

"Esta não é uma grande notícias sobre a eficácia das vacinas", comentou Joseph Fauver, pesquisador associado de epidemiologia na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

"Ninguém vai voltar ao normal sozinho", observou o Dr. Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos EUA. Depende de imunizar 70% a 80% da população. Se começarem a surgir novas variantes, podem aparecer linhagens resistentes às vacinas. O vírus muda quando se reproduz. Enquanto continuar circulando intensamente, estará sujeito a mais mutações e algumas podem ser mais perigosas.

Este é o desafio: vacinar e manter a vigilância sanitária até haver uma forte queda no contágio. A vida pode não voltar totalmente ao normal, notou o Dr. Fauci em entrevista a Dan Lemon na CNN americana, mas irá se aproximando da normalidade. O vírus ainda vai incomodar. Muito.

A Rússia foi muito criticada por autorizar o uso emergencial da vacina Sputnik-V em agosto, antes de completar a fase final de testes clínicos, mas o relatório publicado hoje na revista médica britânica The Lancet aponta uma eficácia de 91,6%, comparável ao das melhores vacinas desenvolvidas até agora.

Pouco menos de 22 mil pessoas participaram da terceira fase de testes em seres humanos, realizada em 25 hospitais e clínicas de Moscou. A vacina russa já está em uso na própria Rússia, na Argentina, nos Emirados Árabes Unidos e no Irã. O México acaba de aprová-la.

No Brasil, os governos da Bahia e do Paraná fizeram acordos para receber a vacina russa, que aqui ainda depende da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mas há limites para a capacidade de produção.

Na semana passada, a Rússia avisou que vai haver um atraso de duas ou três semanas na exportação de vacinas. Isso pode atrasar a vacinação na Argentina, na Bolívia, no Brasil, no México, no Paraguai, na Turquia e na Venezuela.

Só a Argentina comprou 24,3 milhões de doses. Já aplicou 375 mil doses e recebeu mais 220 mil de um total de 600 mil. A empresa de consultoria e análise estratégica Stratfor teme revoltas sociais na América Latina com o atraso na vacinação e a sobrecarga nos sistemas de saúde.

Cada dose da vacina russa custa US$ 10 (R$ 53,54), menos do que a chinesa CoronaVac, com preço de US$ 30 (R$ 160,62), e a do laboratório americano Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã BioNTech, vendida a US$ 20 (R$ 107,08). A mais barata é a vacina da Universidade de Oxford e do laboratório sueco-britânico AstraZeneca, de apenas US$ 4 (R$ 21,42).

Na França, o presidente Emmanuel Macron declarou que todos os que quiserem serão vacinados até 22 de setembro, fim do verão no Hemisfério Norte. A Alemanha fez a mesma promessa. Meu comentário:

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