Em uma pequena cerimônia, a Holanda transferiu para a Austrália e os Estados Unidos o comando da base militar de Urusgã e se tornou o primeiro país da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a sair da Guerra do Afeganistão.
Como a aliança militar se baseia no princípio de que um ataque contra um país-membro é um ataque contra todos, em 12 de setembro de 2001 o Canadá e os aliados europeus dos EUA se ofereceram para lutar contra os responsáveis dos atentados terroristas do dia anterior.
A intervenção militar americana começou em 7 de outubro daquele ano. Em menos de um mês, caiu a milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes), que protegia a rede terrorista Al Caeda.
Mas, antes que a vitória fosse consolidada, o então presidente americano George W. Bush decidiu invadir o Iraque para derrubar Saddam Hussein.
Outra vez, como no fim da Guerra Fria, o Afeganistão foi praticamente abandonado pela sociedade internacional, da guerra em si aos projetos de reconstrução do país, destruído por três décadas de conflitos armados.
Resultado: os Talebã se reagruparam, voltar a atuar em quase todo o país e reforçaram sua presença no Sul e no Sudeste do país.
O presidente Barack Obama prometeu retirar as tropas do Iraque e concentrar o esforço de guerra no Afeganistão. No fim do mês, haverá 100 mil soldados americanos no país. Mas a guerra é cada vez mais impopular nos EUA e na Europa. Os aliados começam a debandar.
Depois da Holanda, que teve 24 soldados mortos e 140 feridos, o Canadá se retira em 2011 e a Polônia, em 2012. O Reino Unido planeja sair em 2014 ou 2015. E Obama quer começar a retirada americana no próximo ano.
A OTAN queria manter a presença holandesa no Afeganistão, mas o Partido Trabalhista rompeu a coligação e derrubou o governo, em fevereiro, para forçar a retirada.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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