PRISÃO DE JOANA D'ARC
Em 1430, Joana d'Arc é capturada pelas forças de Borgonha, aliadas da Inglaterra na Guerra dos Cem Anos (1337-1453).
A Donzela de Orleans é uma guerreira, uma heroína e uma santa francesa, homenageada em 30 de maio, dia da sua morte. Aos 17 anos, liderava o Exército Real da França.
Joana d'Arc nasce em 1412 em Donrémy, no Nordeste da Franca, numa família camponesa e alega ter visões de São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida que a inspiram a se unir ao exército de Carlos VI para livrar a França do domínio da Inglaterra. Vira uma heroína ao entrar em combate no Cerco de Orleans, de 12 de outubro de 1428 a 8 de maio de 1429, a primeira grande vitória francesa depois da derrota na Batalha de Agincourt, em 25 de outubro de 1415.A França obtém outras vitórias, mas o Cerco de Paris, de 3 a 8 de setembro, fracassa. Em 23 de maio de 1430, Joana d'Arc é capturada pelas forças de João, Duque de Borgonha, aliado da Inglaterra. É julgada pelo bispo Pierre Cauchon, que faz acusações de cunho religioso e a condena à morte na fogueira como uma bruxa.
Na História dos Povos da Língua Inglesa, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill considera um grande erro a execução na fogueira, em Ruan, em 30 de maio de 1341, que a transforma em mártir. Em 1456, um Tribunal da Inquisição autorizado pelo papa Calisto III a proclama inocente e mártir da Igreja.
Depois da Reforma Protestante, no século 16, Joana d'Arc vira um símbolo da Igreja Católica. Por decisão de Napoleão Bonaparte, em 1803, torna-se um símbolo nacional de França. É beatificada em 1909 e declarada Santa Joana d'Arc em 1920. Hoje é a heroína cultuada pela extrema direita francesa.
COMEÇA GUERRA DOS TRINTA ANOS
Em 1618, a Terceira Defenestração de Praga, em que protestantes tchecos jogam dois representantes do imperador católico do Sacro Império Romano-Germânico pela janela do Castelo de Praga, dá início à Guerra dos Trinta Anos.
A defenestração é uma rejeição à tentativa do imperador de restringir a liberdade religiosa. A guerra causada pelo conflito entre católicos e protestantes se transforma numa grande disputa pelo poder na Europa.É no início um conflito religioso que começa dentro do Sacro Império, com os católicos austríacos e espanhóis lutando contra os reinos e principados protestantes. Depois das intervenções da Dinamarca (1625-29) e da Suécia (1630-35) do lado dos protestantes, a França, apesar de majoritariamente católica, intervém ao lado dos protestantes em 1635 sob a liderança do Cardeal de Richelieu, primeiro-ministro do rei Luís XIII.
A Guerra dos Trinta Anos é o conflito que provoca as invasões holandesas no Nordeste do Brasil e o fim da União Ibérica, o período da história do Brasil conhecido como Domínio Espanhol (1580-1640), quando o rei da Espanha reinava também em Portugal. Richelieu fomenta a Revolta de Lisboa, em 1º de maio de 1640, para Portugal recuperar a independência e enfraquecer a Espanha.
Cinco dias após a ascensão de Luís XIV ao trono da França com menos de cinco anos, a França quebra em Rocroi o mito da invencibilidade espanhola nas guerras europeias. No fim da guerra, a França se torna a maior potência da Europa continental.
A Paz da Vestfália consagra os princípios de soberania nacional e não intervenção nos assuntos internos de outros países como bases da sociedade internacional, embora sejam seguidamente violados.
GUERRA DA INDEPENDÊNCIA DOS EUA
Em 1777, as forças do coronel Return Jonathan Meigs, do Exército Continental, capturam 24 navios britânicos e queimam suprimentos destinados aos casacas vermelhas (britânicos) em Sag Harbor, no estado de Nova York, durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos (1775-83).
Com baionetas, sem dar tiros para chamar a atenção, os patriotas americanos tomam o forte britânico e prendem o comandante. Seis soldados britânicos são mortos e 90 capturados. É o único ataque bem-sucedido dos rebeldes a Long Island durante a guerra.
ITÁLIA DECLARA GUERRA À ÁUSTRIA-HUNGRIA
Em 1915, a Itália declara guerra ao Império Austro-Húngaro e entra na Primeira Guerra Mundial (1914-18) ao lado da Tríplice Entente (França, Reino Unido e Rússia).
Quando a guerra começa, em julho e agosto de 1914, a Itália opta pela neutralidade, apesar de fazer parte da Tríplice Aliança, criada em 1882, ao lado da Alemanha e da Áustria-Hungria, sob a alegação de que a aliança é defensiva. Adere ao outro lado depois de receber, no Tratado de Londres, de abril de 1915, promessas de controle de sua fronteira com a Áustria-Hungria, parte da Dalmácia, da Albânia e de territórios do Império Otomano.
Quando a guerra acaba, 615 mil italianos estão mortos. O país ganha o controle da região do Tirol, mas muito menos do que prometido em Londres. A delegação italiana chega a se retirar da Conferência de Paz de Versalhes, a paz para acabar com todas as pazes.
O ressentimento italiano contribui para a ascensão do fascismo, que domina a Itália de 1922 até o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45). O futuro ditador Benito Mussolini era do Partido Socialista Italiano, a favor da neutralidade. Sua decisão de apoiar a Primeira Guerra Mundial (1914-18) leva à criação do Partido Revolucionário Fascista, em janeiro de 1915, antes mesmo de ser expulso do PSI, em 29 de novembro daquele ano.
Mussolini seria o principal aliado do ditador alemão Adolf Hitler e do nazismo na Segunda Guerra Mundial.
MORTE DE BONNIE E CLYDE
Em 1934, policiais do Texas e da Lousiana matam os lendários criminosos Bonnie e Clyde quando fogem num carro roubado da cidade de Sailes, na Louisiana, nos Estados Unidos.
Bonnie Parker tem 19 anos quando conhece Clyde Barrow, no Texas. Seu marido está preso por homicídio. Clyde é preso por roubo. Ela vai visitá-lo na cadeia e lhe entrega um revólver. Ele foge, mas é recapturado em Ohio.
Quando consegue liberdade condicional, em 1932, Clyde vai atrás de Bonnie. Os dois iniciam uma carreira de crimes. Assaltam bancos e lojas em cinco estados: Texas, Lousiana, Missouri, Novo México e Oklahoma.
Para a polícia, é um casal de criminosos frios e sem escrúpulos, capazes de matar quem cruza seu caminho, especialmente policiais. Ao todo, a gangue mata 13 pessoas, inclusive nove policiais. Mas uma visão romântica de que seriam um Robin Hood moderno cria uma aura de heróis populares, como aconteceu no Brasil com os cangaceiros. Esta fama é reforçada pelo filme Bonnie & Clyde, de 1967, com Faye Dunaway e Warren Beatty.
SUICÍDIO DE HIMMLER
Em 1945, o líder nazista Heinrich Himmler, comandante das tropas nazistas SS e subchefe da polícia política Gestapo, comete suicídio um dia após ser capturado pelos britânicos.
A SS (Schutzstaffel) era o braço armado do Partido Nazista. Himmler a transforma de um batalhão de 290 homens numa força paramilitar com um milhão. Como um dos homens mais poderosos da Alemanha, ministro do Interior de Adolf Hitler, ajuda a criar e instalar campos de concentração. É um dos principais responsáveis pelo Holocausto.
Diante da derrota iminente, Himmler tenta iniciar negociações com as potências ocidentais sem o conhecimento de Hitler. Ao saber disso, o Führer o demite, em abril de 1945. Ele tenta fugir, mas é preso por soldados britânicos e se mata.
ALEMANHA OCIDENTAL
Em 1949, nasce a República Federal da Alemanha, mais conhecida como Alemanha Ocidental, consolidando a divisão da Alemanha.
No fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), as forças aliadas ocupam a Alemanha. A parte ocidental, tomada pelos Estados Unidos, o Reino Unido e a França forma a Alemanha Ocidental, enquanto a parte ocupada pela União Soviética vira a República Democrática da Alemanha (democrática só no nome), a Alemanha Oriental. Konrad Adenauer é o primeiro chanceler alemão-ocidental.
A capital da Alemanha é dividida em Berlim Ocidental e Berlim Oriental. Diante da fuga em massa para o Ocidente, de 12 para 13 de agosto de 1961, o regime comunista alemão-oriental ergue um muro dividindo a cidade, chamado de Muro da Vergonha.
A abertura do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, em meio a revoluções democráticas na Europa Oriental, é o início do fim da Alemanha Oriental. Em 3 de outubro de 1990, a República Federal da Alemanha é reunificada.
CHINA ANEXA O TIBETE
Em 1951, a República Popular da China anexa o Tibete, que era independente desde o fim do Império Chinês, em 1912. Nasce o movimento pela independência do Tibete sob a liderança do Dalai Lama, que fala em autonomia para não provocar o regime comunista chinês.
A China é durante 2 mil anos o Império do Meio, o centro do mundo na Ásia. Por se fechar ao mundo, entra em declínio na era industrial. É vencida pelo e humilhada Império Britânico nas Guerras do Ópio (1839-42 e 1856-60). A derrota para o Japão na Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-95) acaba com a ordem sinocêntrica na Ásia.Há uma última reação anti-imperialista na Guerra dos Boxers (1899-1901). Mais uma derrota, e o Império Chinês acaba. O Tibete, parte do império desde o século 13, se torna independente.
Quando a revolução comunista liderada por Mao Tsé-tung conquista o poder, em 1º de outubro de 1949, entre os objetivos centrais estão restaurar a dignidade do povo chinês, humilhado pelos imperialismos ocidental e japonês, e as fronteiras históricas da China.
Pouco depois, Mao manda invadir o Tibete. Como o acesso é difícil, o Exército Popular de Libertação (EPL) leva 11 meses para chegar lá, em 6 de outubro de 1950. Sete meses depois, a China toma conta do Tibete, que mantém a estrutura administrativa sob o controle chinês.
A crescente sinificação leva à Revolta Tibetana em 10 de março de 1959. Os. rebeldes tomam Lhaça. Com a derrota duas semanas depois, o Dalai Lama foge para o exílio no Norte da Índia e Beijim assume o controle sobre a região, aliás sobre todo o Grande Tibete, que inclui a província da Gansu e tem uma área superior a 1,1 milhão de quilômetros quadrados.
ISRAEL PRENDE EICHMANN
Em 1960, o fundador e primeiro-ministro de Israel, David ben Gurion, anuncia a captura do carrasco nazista Adolf Eichmann, dias antes, em San Fernando, nos arredores de Buenos Aires, na Argentina.
Um dos articuladores da "solução final para a questão judaica", um plano para exterminar o povo judeu, ele é levado para julgamento em Israel, onde é condenado à morte e enforcado em 31 de maio de 1962.
Eichmann participa da Conferência de Wannsee, realizada em 20 de janeiro de 1942 num palacete à beira do Lago Wannsee, em Berlim, para planejar a "solução final". Fica encarregado de identificar, reunir e transportar os judeus da Europa tomada pela Alemanha nazista para campos de concentração. Pelo menos 4 milhões de judeus morrem em centros de extermínio e outros 2 milhões fora dos campos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45).
MAREMOTO MATA NO HAVAÍ
Em 1960, ondas de mais de 10 metros causadas por um terremoto no Chile atingem o Havaí e matam 61 pessoas na Baía de Hilo, na ilha do Havaí.
Na véspera, o Terremoto de Valdívia, de 9,5 graus na escala aberta de Richter, o mais violento registrado até hoje, mata entre mil e 6 mil pessoas pessoas no Chile. Outras 180 pessoas morrem nas ilhas de Honshu e Hokkaido, no Japão. Os prejuízos na costa oeste dos EUA são avaliados em US$ 1 milhão, mas ninguém morre.
TOM PETTY DECLARA FALÊNCIA
Em 1979, o cantor e compositor americano Tom Petty declara falência para se livrar de um contrato com a gravadora Shelter Records.
A indústria da música costuma pagar um adiantamento aos músicos a ser descontado dos futuros ganhos com direitos autorais. Como as despesas de estúdio e distribuição dos discos, incluindo ações de marketing e turnê para promover a obra, são elevadas, muitos artistas nunca recuperam as perdas.
Tom Petty decide bancar seu próprio disco. Com dívidas de US$ 500 mil, declara falência. A gravadora MCA, que controla a Shelter, cede, anula o contrato e o recontrata por US$ 3 milhões.
Seu próximo álbum,
Damn the Torpedoes, ganha um duplo disco de platina e transforma Tom Petty and the Heartbreakers em celebridades do rock. Ele vende 60 milhões de discos e morre em 2 de outubro de 2017 de uma dose excessiva de opioides, inclusive fentanil, considerada acidental.
IRLANDA LEGALIZA CASAMENTO GAY
Em 2015, a Irlanda, um dos países mais católicos do mundo, é o primeiro a legalizar o casamento de pessoas do mesmo sexo num plebiscito, com 60,5% da participação e 62% dos votos a favor.
A vitória é esmagadora. O não só ganha num dos 43 distritos eleitorais irlandeses. Quando a votação acaba, mais de 2 mil pessoas festejaram no Castelo de Dublin, iluminado com as cores da bandeira do arco-íris do movimento LGBTQ.
A Igreja Católica protesta. O cardeal Pietro Parolin descreve o resultado como uma "derrota para a humanidade".
É uma luta antiga. A homossexualidade era crime na Irlanda até 1993. Quando a data do plebiscito é marcada, em 19 de fevereiro de 2015, a campanha começa imediatamente.
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