segunda-feira, 5 de maio de 2025

Austrália também rejeita direita trumpista

 Dias depois do Canadá, no sábado, foi a vez da Austrália derrotar uma aliança conservadora que três meses atrás era franca favorita para vencer as eleições. Em comum entre as duas ex-colônias britânicas, há o repúdio ao trumpismo e ao que possa parecer ultranacionalismo e isolacionismo inspirados pelo presidente dos Estados Unidos. O primeiro-ministro trabalhista Anthony Albanese é o primeiro chefe de governo a se reeleger na Austrália em 21 anos.

Em fevereiro, a chance de um segundo Albanese era de 1%. Na semana passada, estava em 97%. Ontem, o Partido Trabalhista ganhou mais oito cadeiras, chegando a 85 deputados, maioria absoluta no Parlamento de 151 cadeiras. A coalizão do Partido Liberal com o Partido Nacional perdeu 19 cadeiras. Terá 39 deputados. 

O líder liberal, candidato a chefe de governo da oposição, Peter Dutton, não se reelegeu, como aconteceu com o líder conservador canadense, Pierre Poilievre. Ex-policial famoso pela dureza contra o crime e a imigração ilegal, Dutton foi associado a Donald Trump pela campanha do governo.

Antes da guerra comercial de Trump, as pesquisas indicavam uma vitória fácil da oposição conservadora. A Austrália e o Canadá são aliados dos EUA. Lutaram ao lado dos EUA em várias guerras.

As duas vitórias de partidos moderados de centro-esquerda fortalecem a ideia de que a maneira de combater o trumpismo é propor uma alternativa moderada, sensata e equilibrada em oposição ao caos e à beligerância permanente do presidente dos EUA, que prega um tipo de revolução permanente ao desafiar as normas e as instituições republicanas.

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