Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo, do Jornal Nacional e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
quarta-feira, 7 de maio de 2025
Hoje na História do Mundo: 7 de Maio
TEATRO REAL
Em 1663, é aberto o Teatro Real, mais conhecido hoje como Teatro Drury Lane, construído pelo pelo dramaturgo Thomas Killigrew para sua companhia de teatro, é aberto em Londres durante o período da Restauração da monarquia depois de greve experiência republicana da Inglaterra (1649-60).
É o mais antigo teatro em uso na Inglaterra. Fecha em 1665 e 1666. É destruído pelo fogo em 1672 e reconstruído na atual localização, provavelmente pelo arquiteto Christopher Wren, responsável pelo projeto da Catedral de São Paulo.
NASCIMENTO DE TCHAIKOVSKY
Em 1840, nasce em Votkinsk, na Rússia, Piotr Ilich Tchaikovsky, o compositor russo mais popular, autor de clássicos como O Lago dos Cisnes, Suíte Quebra Nozes e A Bela Adormecida.
Desde criança, Tchaikovsky revela talento para a música. Aos 4 anos, faz sua primeira composição. Aos 5 anos, começa a estudar piano. Como a música praticamente não existe como carreira na Rússia daquela época, ele é educado para ser funcionário público.
Quando finalmente o pai percebe o talento musical do filho, contrata um professor profissional. Tchaikovsky viaja pela Europa. Vai à Alemanha, à França e ao Reino Unido. Na volta, entra para o recém-fundado Conservatório de São Petersburgo, onde se forma em 1865.
Sua música mescla a tradição musical russa com a música clássica do Ocidente. Sua obra inclui 7 sinfonias, 11 óperas, 3 balés, 5 suítes, 3 concertos para piano, um concerto para violino, 11 abertura, 4 cantatas, 20 canções para coral, 3 para quarteto de cordas, uma para um sexteto de cordas e mais de 100 músicas e peças para piano.
BATALHA DO ATLÂNTICO
Em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), um submarino da Alemanha afunda o navio de passageiros britânico Lusitania. A guerra dos submarinos alemães contra o transporte marítimo no Oceano Atlântico é a principal causa da entrada dos Estados Unidos na guerra.
A Primeira Batalha do Atlântico é uma campanha naval entre o Império da Alemanha contra o Reino Unido e a França, aos quais os EUA se juntam em 1917. O principal objetivo da Alemanha é impedir a chegada de suprimentos aos inimigos.
Em resposta, a Marinha Real britânica bloqueia os portos alemães para impedir a entrada de suprimentos. A Alemanha tem uma frota maior de submarinos e bombardeia indiscriminadamente navios mercantes e de passageiros. Os navios vão em pequenas frotas e os aliados desenvolvem equipamentos como radar e sonar para se proteger.
O Lusitânia é o maior navio do mundo quando fabricado, em 1907. Tem o recorde de velocidade da travessia do Atlântico na época, 24 nós ou 44,45 km/h.
No ataque ao Lusitania, 1.198 das 1.959 pessoas a bordo morrem afogadas, inclusive 128 norte-americanos. É o sinal de que a Batalha do Atlântico vira uma guerra indiscriminada. Isto ajuda a virar a opinião pública dos EUA, que historicamente é contra o envolvimento do país em guerras na Europa.
Ao todo, cerca de 5 mil navios civis são atacados pela Alemanha no Oceano Atlântico. Cem navios de guerra dos aliados e 178 submarinos alemães vão a pique na guerra.
Outra causa importante da entrada dos EUA na guerra é o Telegrama Zimmermann, uma mensagem telegráfica secreta enviada em janeiro de 1917 pelo ministro do Exterior da Alemanha, Arthur Zimmermann, ao embaixador alemão na Cidade do México, Heinrich von Eckardt, propondo uma aliança com o México para ajudar o país a recuperar os territórios conquistados pelos EUA na Guerra Mexicano-Americana (1846-48). Em abril de 1917, os EUA declaram guerra à Alemanha.
A entrada dos EUA na guerra foi decisiva para a vitória dos aliados. Em março de 1918, a Rússia, derrotada na frente oriental, está em revolução, e a Alemanha leva vantagem na frente ocidental até os EUA entrarem em combate.
NASCIMENTO DE EVITA
Em 1919, nasce em Los Toldos, na Argentina, María Eva Duarte. Como segunda mulher do general Juan Domingo Perón, Eva Perón ou Evita se torna uma grande líder popular, a Mãe dos Pobres e dos Descamisados. Até hoje, o casal domina e assombra a política argentina.
Filha ilegítima de uma cozinheira, Evita nasce pobre no interior da província de Buenos Aires. Aos 16 anos, vai para a capital argentina, onde trabalha como modelo e atriz de teatro, cinema e radioteatro.
Ela conhece Perón num evento beneficente no ginásio de esportes Luna Park em 22 de janeiro de 1944, quando ele é vice-presidente, ministro do Trabalho e ministro da Guerra.
Outra atriz sentada ao lado do coronel Perón se levanta e Evita não perde a oportunidade. Senta ao lado dele e diz uma frase histórica: "Coronel, obrigada por existir." Eles viram amantes.
Sob pressão da ala conservadora do Exército, Perón é demitido em 9 de outubro de 1945 e preso quatro dias depois. Uma onda de protestos populares organizados pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) com a participação de Evita, então apenas uma atriz, força a sua libertação em 17 de outubro, festejado como o Dia da Lealdade, uma data magna do peronismo.
Naquele dia, Perón faz seu primeiro discurso triunfante na janela da Casa Rosada diante de uma multidão reunida na Praça de Maio, ao lado de Evita, com quem se casa quatro dias depois.
Com os votos de mais de 1,5 milhão de argentinos, 53% do eleitorado, Perón é eleito presidente da Argentina em 24 de fevereiro de 1946.
Evita cuida das obras sociais do governo. É ministra do Trabalho e do Bem-Estar Social e preside a Fundação Eva Perón, criada em 1948, com orçamento anual de US$ 50 milhões, que distribui generosamente dinheiro, empregos e moradia para os descamisados, os migrantes vindos do interior.
Em entrevista ao escritor Tomás Eloy Martínez, em 1970, Perón declara que “Evita foi uma criação minha”, negando que a imagem de sua segunda mulher tenha se tornado maior do que a dele. Essa posição é defendida hoje por peronistas que acusam a oligarquia argentina de inflar o mito de Evita para torná-la maior do que o caudilho.
A primeira-dama é fundamental na campanha para a introdução do voto feminino, em 1947. Chega a ser cotada como candidata a vice-presidente, mas enfrenta forte resistência dos conservadores e militares.
Um grande comício realizado pela CGT em 22 de agosto de 1951 é insuficiente para virar o jogo. Depois de uma tentativa de golpe em 28 de setembro, a candidatura Evita é abandonada.
SANTA EVITA
Uma espécie de Cinderela vingadora, Eva Perón morre de câncer no útero menos de um ano depois, em 26 de julho de 1952, no auge de sua popularidade. É convertida numa santa.
Seu funeral dura quatro dias para que todos possam dar adeus à mãe dos pobres. De maio de 1952 a julho de 1954, dois anos depois de sua morte, o Vaticano recebe mais de 40 mil cartas pedindo a canonização de Evita.
Mais da metade das meninas nascidas em algumas províncias argentinas naquela época foram batizadas Eva ou María Eva. As adolescentes pintavam o cabelo de louro. Evita ditava a moda.
DISPUTA PELO CADÁVER
Quando Evita morre, o plano é construir um memorial em sua homenagem. Ela seria enterrada na base de um monumento aos descamisados. Como o líder da revolução comunista na Rússia, Vladimir Lenin, seu corpo embalsamado ficaria em exposição ao público.
Antes da conclusão da obra, Perón é derrubado por golpe militar, a Revolução Libertadora de 16 de setembro de 1955. Foge sem se preocupar com a múmia de Evita, que desaparece da sede da CGT, em Buenos Aires, onde ficara. De 1955 a 1971, o peronismo é proscrito na Argentina. É proibido ter fotos de Eva e Juan Perón em casa e até mesmo citar seus nomes.
Em 1957, com a ajuda do Vaticano, o cadáver de Evita é retirado da Argentina e enterrado com nome falso na Itália.
Só em 1971 os militares revelam que a ex-primeira-dama está enterrada numa cripta em Milão, na Itália, com o nome de María Maggi. Naquele ano, o corpo é exumado e entregue ao general Perón no exílio na Espanha.
Depois da morte de Perón, em 1974, a terceira mulher do caudilho, María Estela Martínez de Perón, a Isabelita, assume o governo e repatria o cadáver de Evita, que fica um tempo ao lado dos restos de Perón na Quinta de Olivos, residência oficial dos presidentes da Argentina. Sem o talento político de Evita, Isabelita não se sustenta no cargo.
Com o golpe militar de março de 1976, mais uma vez os peronistas temem pelo destino dos restos mortais da grande líder de massas. Em outubro daquele ano, sob a supervisão da ditadura, o cadáver de Evita é levado de Olivos para o Cemitério da Recoleta, onde estão enterrados os grandes líderes da oligarquia argentina, e sepultado no mausoléu da família Duarte.
Até hoje, os dois cadáveres têm presença dominante. Ainda assombram e dominam a política argentina.
RENDIÇÃO DA ALEMANHA
Em 1945, uma delegação da Alemanha Nazista chefiada pelo general Alfred Jodl vai até quartel-general do comandante militar aliado, general Dwight Eisenhower, para assinar os documentos de rendição. A Segunda Guerra Mundial (1939-45) na Europa termina no dia seguinte.
A guerra começa com a invasão da Polônia por ordem do ditador nazista Adolf Hitler, em 1º de setembro de 1939. Dias antes, em 23 de agosto, Hitler faz um pacto de não agressão com o ditador soviético, Josef Stalin. Eles dividem a Polônia
Depois da rendição da França, em 22 de junho de 1940, e da derrota na Batalha da Inglaterra, em outubro do mesmo ano, a Alemanha rompe o pacto e invade e União Soviética em 22 de junho de 1941.
Os Estados Unidos entram na guerra em 7 de dezembro de 1941, quando a Força Aérea do Japão bombardeia a Frota do Pacífico dos EUA, baseada em Pearl Harbor, no Havaí.
A Alemanha sobre uma grande derrota na Batalha de Al Alamein, no Egito, em 11 de novembro de 1942
Na frente oriental, a ofensiva alemã na Europa Oriental é contida com a derrota na Batalha de Stalingrado, em 2 de fevereiro de 1943. A partir daí, o Exército Vermelho lança uma contraofensiva que vai até Berlim, em 8 de maio, Dia da Vitória na Europa.
Os aliados ocidentais invadem a Sicília, na Itália, em 9 de julho de 1943 e a Normandia, na França, em 6 de junho de 1944. Depois da Batalha de Ardenne, no Norte da França, de 16 de dezembro de 1944 a 25 de janeiro de 1945, o caminho está aberto na frente ocidental e os aliados convergem para a Alemanha.
FIM DA INDOCHINA FRANCESA
Em 1954, depois de 57 dias de cerco, os guerrilheiros comunistas do Viet Minh, sob o comando do general Vo Nguyen Giap, obtém uma vitória decisiva contra a França na Batalha de Dien Bien Phu, no Nordeste do Vietnã, e acabam com a Indochina Francesa, fundada em 1887, que colonizava o Laos, o Camboja e o Vietnã.
Horas depois da rendição incondicional do Japão, fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), em 2 de setembro de 1945, o líder comunista Ho Chi Minh proclama a independência da República Democrática do Vietnã.
Em 1946, quando a França tenta reimpor o regime colonial, começa a Primeira Guerra da Indochina (1946-54). Quando termina, o acordo de paz mediado pelas Nações Unidas divide o Vietnã ao longo do paralelo 17º Norte em Vietnã do Norte e do Sul, e propõe a realização de eleições em dois anos para unificar o país.
Como os comunistas liderados por Ho Chi Minh são favoritos, os Estados Unidos, superpotência líder do mundo capitalista durante a Guerra Fria, herdam o espaço geopolítico dos decadentes impérios britânico e francês – e vetam as eleições.
Em 1955, começa a Segunda Guerra da Indochina ou Guerra do Vietnã (1955-75), que termina em 30 de abril de 1975, com a queda de Saigon, hoje Cidade de Ho Chi Minh, e do regime-fantoche sustentado pelos EUA depois de milhões de mortes.
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