sexta-feira, 9 de maio de 2025

Hoje na História do Mundo: 9 de Maio

 QUARTA VIAGEM À AMÉRICA

    Em 1502, Cristóvão Colombo, parte de Cádiz, na Espanha, para sua quarta e última viagem à América, o continente que descobriu para os europeus pensando haver chegado à Índia.

Colombo nasce em Gênova, na Itália, que na época não era unificada, em 1451. Ele apresenta o projeto de chegar à Ásia navegando rumo ao oeste a Portugal, que o rejeita, porque está tentando chegar dando a volta pelo Sul da África. 

Depois de convencer os reis católicos da Espanha, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, Colombo parte de Palos com três caravelas – Santa Maria, Pinta e Niña – em 3 de agosto de 1942 e chega a Guanahani, que batiza como São Salvador, hoje parte das Bahamas, em 12 de outubro. Também vai a Cuba e a Hispaniola, a ilha hoje dividida entre Haiti e República Dominicana, antes de voltar à Espanha.

Na segunda viagem (1493-96), com 3 naus e 14 caravelas, Colombo vai às Antilhas, à Martinica, a Porto Rico e depois a Hispaniola, onde os índios haviam destruído a colônia instalada na primeira viagem. Funda São Domingos, a primeira povoação europeia na América, hoje capital da República Dominica. Também vai à Jamaica.

Na terceira viagem (1498-1500), com 6 naus, chega a Trinidad e ao Delta do Rio Orinoco, hoje parte da Venezuela.

Na quarta viagem (1502-4), com quatro naus, Colombo busca encontrar uma passagem para o Oriente. Vai ao que hoje é a América Central, a Honduras, Nicarágua, Costa Rica e Panamá. Ao voltar a Hispaniola, com as naus em péssimo estado, é obrigado a voltar à Espanha. Morre em 20 de maio de 1506 em Valladolid, na Espanha, sem saber que havia encontrado o Novo Mundo.

ÁFRICA ORIENTAL ITALIANA

    Em 1936, sete meses depois de invadir a Abissínia e da fuga do imperador Hailé Salassié para o exílio, o ditador fascista Benito Mussolini anexa a Abissínia ou Etiópia e cria a África Oriental Italiana, que também inclui a Eritreia e a Somália.

Mussolini funda o Partido Fascista em 1919 e é nomeado primeiro-ministro da Itália em 1922. Sua ambição de restaurar a glória do Império Romano o leva a tomar a Abissínia. Deposto Salassié, o fascismo quer destruir o Império da Etiópia.

A África Oriental Italiana marca o período de maior expansão do fascismo. Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), a Itália anexa a Somália Britânica, hoje Somalilândia. Numa luta que vai de janeiro a novembro de 1941, o Exército Real britânico vence os italianos e acaba com a África Oriental Italiana.

FDA APROVA PÍLULA

    Em 1960, a agência de Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA), órgão regulador dos Estados Unidos, aprova a primeira pílula anticoncepcional comercial, Enovid-10, deflagrando a revolução sexual ao liberar as mulheres do risco de uma gravidez indesejada.

O desenvolvimento da pílula foi feito pelo bioquímico Gregory Pincus, da Fundação Worcester para Biologia Experimental, e o ginecologista John Rock, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, a partir do início dos anos 1950.

CÂMARA INVESTIGA NIXON
    Em 1974, a Comissão de Justiça da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos começa as audiências que levam à abertura de um processo de impeachment contra o presidente Richard Nixon por causa do Escândalo de Watergate.
Na madrugada de 17 de junho de 1972, a polícia de Washington prende cinco arrombadores por invadir a sede do diretório nacional do Partido Democrata, no Edifício Watergate. Quatro trabalharam como agentes da CIA (Agência Central de Inteligência) contra o regime comunista de Fidel Castro em Cuba. Três são cubanos.

Quando o repórter Carl Bernstein, do jornal The Washington Post, vai ao tribunal, desconfia porque alguns dos advogados mais caros da capital dos EUA não defenderiam cinco ladrõezinhos ou criminosos comuns. Era o grupo de encanadores da Casa Branca.

Aí começa uma das mais importantes investigações jornalísticas da história. Com a ajuda de uma fonte citada como Garganta Profunda (título de um filme pornô da época), que muitos anos depois se revelou como Mark Felt, subdiretor do FBI (Federal Bureau of Investigation), a polícia federal dos EUA, Carl Berstein e Bob Woodward, os dois do Post, descobrem uma conspiração que leva até o presidente dos EUA.

O sistema de gravação de conversas é instalado no Salão Oval, o gabinete do presidente dos EUA, em fevereiro de 1971 e desativado em 18 de julho de 1973, dois dias depois da revelação de sua existência na comissão parlamentar de inquérito do Senado sobre o Escândalo de Watergate por Alexander Butterfield, um assessor da Casa Branca.

Nixon não é o primeiro presidente dos EUA a gravar suas reuniões. Começa com Franklin Delano Roosevelt em 1940. A recusa de Nixon em aceitar a intimação do Congresso para entregar as fitas é uma das bases do processo de impeachment que causa a renúncia do presidente em 9 de agosto de 1974. A Suprema Corte manda Nixon entregar as fitas. O presidente está liquidado.

O Senado encaminha o inquérito à Câmara, que acusa Nixon de abuso de poder, obstrução de justiça e desacato ao Congresso, mas ele renuncia antes da votação, quando um grupo de deputados e senadores republicanos vai até a Casa Branca para avisar que ele não tem mais o apoio do partido e que só 4 ou 5 senadores.

Todos os envolvidos no Escândalo de Watergate são condenados e presos, menos Nixon, que recebe o perdão presidencial de seu sucessor, Gerald Ford.

Em 19 de agosto de 2013, a Biblioteca Presidencial Richard Nixon divulga as últimas 340 horas das gravações, de 9 de abril a 12 de julho de 1973. Elas revelam que logo depois de prometer à população que não acobertaria o escândalo ele pressiona o ministro da Justiça a não indicar um procurador especial para o caso e instrui um ex-assessor a se esquivar de perguntas alegando razões de segurança nacional.

ALDO MORO ENCONTRADO MORTO

    Em 1978, o cadáver do ex-primeiro-ministro italiano Aldo Moro, sequestrado em 16 de março pelo grupo terrorista Brigadas Vermelhas, é encontrado crivado de balas no porta-malas de um carro no centro histórico da Roma.

Cinco vezes chefe de governo, Moro, da Democracia Cristã, é um dos políticos mais importantes da Itália depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45), favorito para a eleição presidencial de 1978 quando é capturado durante um tiroteio.

Conciliador, no seu primeiro governo, em 1963, Moro se alia ao Partido Socialista (PS). Em 11 de março de 1978, negocia uma grande coalizão com o Partido Comunista Italiano (PCI), o maior partido comunista da Europa Ocidental, o chamado "compromisso histórico".

Cinco dias depois, seu carro é atacado por mais de 10 terroristas. Seus cinco guarda-costas morrem e Moro vira refém. Em 18 de março, as Brigadas Vermelhas reivindicam a autoria do sequestro e avisam que o ex-primeiro-ministro será submetido a um "julgamento popular".

As Brigadas Vermelhas, fundadas em 1970 por Renato Curzio, são um grupo terrorista que realiza atentados a bomba, assassinatos, sequestros e assaltos a banco para deflagrar uma revolução comunista na Itália. O PCI, segundo maior partido do país, defende a democracia parlamentar e condena a luta armada.

O governo italiano se nega a negociar com terroristas. Centenas de suspeitos são presos, mas o "cárcere do povo" não é descoberto. Cartas de Aldo Moro de 19 de março e 4 de abril apelam ao governo para que negocie. 

Quando começam negociações secretas, as Brigadas Vermelhas rompem o diálogo em 15 de abril e anunciam que o tribunal popular julgou Moro culpado e o sentenciou à morte. Em 24 de abril, os terroristas exigem a libertação de 13 milicianos do grupo presos.

Em 9 de maio, Moro envia uma carta de despedida à mulher: "Eles disseram que vão me matar logo, beijo você pela última vez." A pedido dele, nenhum político italiano participou do funeral.

No ano seguinte, as Brigadas Vermelhas matam o ativista sindical Guido Rossa. Durante os anos 1980, a polícia italiana prende 12 mil extremistas de esquerda e 600 saem do país. De 1974 a 1988, o grupo terrorista mata cerca de 50 pessoas.

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