quinta-feira, 22 de maio de 2025

Hoje na História do Mundo: 22 de Maio

BATISMO DE CONSTANTINO

    Em 337, Constantino I, o Grande, que se converte ao cristianismo na juventude e promove sua expansão, torna-se no seu leito de morte o primeiro imperador romano batizado pela Igreja Católica.

Constantino nasce em Naisso, na Moésia, hoje Nis, na Sérvia, depois de 280 depois de Cristo, filho de um oficial do Exército, Flávio Valério Constâncio, e Helena, depois canonizada como Santa Helena, mas o casal se separa em 289. Em 293, seu pai é promovido a césar, posição logo abaixo de imperador. Constantino vai para o Império Romano do Oriente. É criado na corte do imperador Diocleciano em Nicomédia, hoje Izmir, na Turquia.

A perseguição aos cristãos por Diocleciano, a partir de 303, deixa uma profunda marca.

Em 305, os dois imperadores, Maximiano e Diocleciano, abdicam. Devem ser substituídos por seus vice-imperadores, Galério e Constâncio. Eles são substituídos por Galério Valério Maximino no Oriente e Flávio Valério Severo. Constâncio exige a presença do filho, que atravessa o território de Severo para encontrar o pai em Gesoriaco hoje Boulogne, na França.

Os dois cruzam o Canal da Mancha e entram na Inglaterra numa campanha militar que vai até a morte de Constâncio em Eboraco, hoje York, em 306. Imediatamente, Constantino é proclamado imperador pelo seu exército em meio a uma série de guerras civis no Império Romano se tornar o único imperador do Ocidente e do Oriente ao vencer Licínio em 324.

Ao longo da vida, Constantino atribui seu sucesso à conversão ao cristianismo. Depois de vencer Maxêncio, Constantino, imperador do Ocidente, encontra Licínio, imperador do Oriente, em Mediolanum, hoje Milão, e baixa em 13 de junho de 313 o Édito de Milão, que acaba com a perseguição aos cristãos e devolve as propriedades confiscadas durante a perseguição. É um marco na história da liberdade religiosa.

No mesmo ano, ele dá à Igreja Católica uma propriedade em Latrão, onde é erguida uma catedral, a Basília Constantiniana, hoje Igreja de São João de Latrão, em Roma.

Outra contribuição importante de Constantino para o cristianismo e a história da Igreja é o Concílio de Niceia, aberto pelo imperador em 325, que estabelece a doutrina da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) para evitar uma possível cisão entre aqueles que louvam Deus Pai e os que louvam Jesus Cristo.

Depois da vitória sobre Licínio, Constantino rebatiza Bizâncio como Constantinopla e a torna sua capital permanente, uma "segunda Roma", em 330. Isto marca um afastamento dos imperadores de Roma, uma cidade rica e famosa que perde importância política. 

Ele quer ser batizado no Rio Jordão. Talvez por falta de oportunidade, deixa para o fim da vida. Fica doente e acaba recebendo o sacramento no leito de morte.

GUERRA DAS DUAS ROSAS

    Em 1455, as forças da Dinastia de York vencem o exército do rei Henrique VI (1422-61 e 1470-71), da Dinastia de Lancaster, em Saint Albans, a pouco mais de 30 quilômetros de Londres, dando início à Guerra das Duas Rosas (1455-85), uma disputa entre os herdeiros do rei Eduardo III (1327-77) pelo trono da Inglaterra.

Muitos nobres da Dinastia de Lancaster morrem, inclusive Edmundo de Beaufort, Duque de Somerset, grande amigo da rainha Margaret de Anjou. O rei é preso por Ricardo Plantageneta, Terceiro Duque de York. A guerra entre as dinastias de York, cujo escudo tinha uma rosa branca, e de Lancaster, da rosa vermelha, dura 30 anos.

Quando Eduardo III morre, ascende ao trono seu neto Ricardo II (1377-99), de apenas 10 anos, porque o filho mais velho, Eduardo, conhecido como o Príncipe Negro, morre antes do pai. 

Seu reinado é marcado pela Revolta Camponesa, liderada por Wat Tyler, em 1381, que chega a tomar a Torre de Londres. Com o campo arrasado pela pandemia da peste bubônica, um imposto cobrado por pessoa deflagra a rebelião. 

Os últimos anos do reinado de Ricardo II são marcados pela tirania. Quando ele vai à guerra na Irlanda, é derrubado por Henrique IV (1399-1413). 

Henrique Bolinbroke é filho de João de Gaunt, filho de Eduardo III, e irmão de Dona Philippa de Lancastre, rainha de Portugal, casada com Dom João I e mãe do Infante Dom Henrique. Por parte de mãe, Henrique IV é neto de Felipe IV, da França. É o primeiro rei desde a Invasão Normanda, em 1066, a discursar em inglês na cerimônia de coroação.

Seu filho Henrique V (1413-22) invade a França, vence a Batalha de Agincourt e reivindica a coroa francesa. Henrique VI não tem as qualidades exigidas de um monarca. Perde quase tudo que o pai conquistara na França.

Em 1453, o rei dá sinais de insanidade. Ricardo, Duque de York, descendente do terceiro filho de Eduardo III, é nomeado Lorde Protetor. Henrique VI descende do quarto filho de Eduardo III. Quando o rei se recupera, em 1454, afasta o pessoal de York, que via como ameaça a seu filho.

Com um exército de 3 mil homens, York marcha rumo a Londres, no início da guerra. Henrique VI consegue recuperar o trono, mas, com vitórias em 1459 e 1460, York ganha o direito de herdar a coroa. Lancaster reage a mata Ricardo, Duque de York, em dezembro de 1460.

Eduardo, filho de Ricardo de York, chega a Londres antes da rainha Margaret de Anjou e é coroado como Eduardo IV (1461-70 e 1471-83). Em seguida, consolida o poder com uma vitória decisiva em 29 de março de 1461, na Batalha de Towton, a mais sangrenta travada em solo inglês, quando cerca de 50 mil homens se enfrentam durante 10 horas sob a neve no Domingo de Ramos.

Henrique VI, Margaret de Anjou e o filho fogem para a Escócia. Termina a primeira parte da guerra.

Em 1470, Henrique VI recupera o trono. Eduardo IV volta do exílio no ano seguinte, derrota as forças de Margaret de Anjou, e mata o filho dela e de Henrique VI, que é preso e morre na Torre de Londres.

Eduardo IV governa até morrer. Seu filho mais velho é coroado como Eduardo V, mas seu tio Ricardo III, nomeado Lorde Protetor, usurpa o trono e prende os dois principezinhos na Torre Londres, onde eles são mortos.

Em agosto de 1485, Henrique Tudor, à frente do exército de Lancaster, vence Ricardo III na Batalha de Bosworth. É o fim da Guerra das Duas Rosas e da Idade Média na Inglaterra. Sobe ao trono a Dinastia Tudor, que com Henrique VIII (1509-47) rompe com o Vaticano e cria a Igreja da Inglaterra em 1534 para se divorciar na busca de um filho homem para evitar uma guerra na sua sucessão, e começa a construir o Império Britânico sob Elizabeth I (1558-1603).

PACTO DE AÇO

    Em 1939, meses antes do início da Segunda Guerra Mundial (1939-45), os ditadores da Alemanha Nazista, Adolf Hitler, e da Itália Fascista, Benito Mussolini, firmam o Pacto de Aço, uma aliança política e militar completa das potências do Eixo.

Por causa da afinidade dos dois regimes, Mussolini é inicialmente exemplo para Hitler, os dois ditadores proclamam em 25 de outubro de 1936 que um "eixo" une Roma e Berlim. Em 25 de dezembro do mesmo ano, a Alemanha e o Japão fazem o Pacto Anti-Comintern contra a União Soviética. A Itália adere em 6 de novembro de 1937, na expectativa de que vai haver guerra e a Alemanha vai ganhar.

Pouco mais de um ano depois do início da guerra, em 27 de setembro de 1940, Alemanha, Itália e Japão fecham o Pacto Tripartite. Durante a guerra, sob coerção ou promessa de ganho territorial, outros países aderiram ao Eixo: Hungria, Romênia, Eslováquia, Bulgária, Iugoslávia e depois a Croácia.

TERREMOTO DE VALDÍVIA

    Em 1960, o Terremoto de Valdívia, o sismo mais violento da história, com magnitude de 9,5 graus na escala abertura de Richter, abala a costa leste do Chile, mata cerca de 5,7 mil pessoas, fere mais de 2 milhões e provoca um maremoto que atinge lugares distantes no Oceano Pacífico como o Japão, o Havaí, onde morrem 62 pessoas, as Filipinas, onde morrem 31 pessoas, e a costa oeste dos Estados Unidos.

O Terremoto de Valdívia começa às 15h11 com a maior ruptura tectônica registrada até hoje, ao longo de mil quilômetros, entre a Placa de Nazca e a Placa Sul-Americana, na fosse oceânica Peru-Chile. Dura 10 minutos. O epicentro fica a 570km ao sul de Santiago e o hipocentro a 33km de profundidade. Uma onda de 8m atingiu a costa chilena entre Concepción e Chiloé a 150 km/h de velocidade.

NIXON EM MOSCOU

    Em 1972, Richard Nixon é o primeiro presidente dos Estados Unidos a ir a Moscou e o segundo a visitar a União Soviética. (O presidente Franklin Roosevelt vai à Conferência de Ialta, na Crimeia, em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial.)

As viagens do presidente Nixon, um anticomunista ferrenho, à China e à URSS em 1972 marcam o início de um período de degelo na Guerra Fria conhecido como détente, quando houve um diálogo entre as superpotências. Vai até a invasão do Afeganistão pela URSS no Natal de 1979.

Um marco inicial é a viagem secreta do então assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Henry Kissinger, grande articulador desta política, à China em setembro de 1971 para preparar a visita de Nixon, que vai primeiro a Beijim e depois a Moscou. A aproximação à China e à URSS leva à retirada dos EUA dos Vietnã.

Numa reunião de cúpula, Nixon e o ditador Leonid Brejnev, secretário-geral do Partido Comunista da URSS, assinam acordos importantes como o Primeiro Tratado de Limitação de Armas Estratégicas (SALT-1), um acordo sobre incidentes no mar e o Tratado de Mísseis Antibalísticos (ABM), também conhecido pela slgla MAD (Destruição Mutuamente Assegurada, em inglês), que significa louco em inglês. 

Este tratado proíbe a instalação de defesas antimísseis. Em caso de guerra nuclear, os dois lados arrasariam um ao outro sem qualquer defesa. É o equilíbrio do terror nuclear. Mas começam a ser assinados os acordos que levam ao fim da Guerra. Todos caducam, menos o Terceiro Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START-3), prorrogado até 5 de fevereiro de 2026. 

No momento, com a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, que o ditador Vladimir Putin apresenta como um conflito com o Ocidente, não há a menor condição para negociar acordos de desarmamento e controle de armas.

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