domingo, 10 de novembro de 2024

Hoje na História do Mundo: 10 de Novembro

 FUZILEIROS NAVAIS

    Em 1775, durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos (1775-83), o Congresso Continental aprova uma resolução para criar "dois batalhões de fuzileiros navais", soldados de infantaria embarcados na recém-criada Marinha para desembarcar em operações de assalto anfíbio.

A data é comemorada como o nascimento do Corpo dos Fuzileiros Navais, uma das armas das Forças Armadas dos EUA. 

Depois do fim da guerra, tanto a Marinha quanto os batalhões de fuzileiros navais são desmobilizados. Mas os conflitos no mar com a França revolucionária levam à recriação da Marinha em maio de 1798. Dois meses depois, em 11 de julho, o Corpo de Fuzileiros Navais torna-se uma força permanente, sob o controle do Departamento da Marinha.

Além da quase guerra com a França, os fuzileiros navais combatem a pirataria no Oceano Atlântico e invadem o Marrocos. Até hoje, os marines participaram de mais de 300 invasões norte-americanas. Os EUA têm hoje 181,2 mil fuzileiros navais.

"DR. LIVINGSTONE, EU PRESUMO"

    Em 1871, o jornalista britânico Henry Stanley encontra o Dr. David Livingstone, médico, cientista, missionário e abolicionista escocês, talvez o mais famoso dos exploradores africanos.

O Dr. Livingstone viaja por todo o Deserto do Kalahari, percorre o Rio Zambeze e descobre as espetaculares Cataratas de Vitória, em 16 de novembro de 1855, batizando-as em homenagem à Rainha da Inglaterra.

A área é preservada hoje como Parque Nacional Mosi-oa-Tunya (Fumo que Troveja), o nome local da cachoeira, na Zâmbia. Desde 1989, é patrimônio cultural da humanidade mantido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura).

Ao chegar à foz do Zambeze, no Oceano Índico, em 1842, o Dr. Livingstone se torna o primeiro ocidental a cruzar a África Meridional de costa a costa. Em 15 anos, atravessa duas vezes o Deserto de Kalahari, vai de Angola a Moçambique pelo Zambeze, descobre as cataratas de Vitória e é o primeiro europeu a atravessar o Lago Tanganica. Cruza o Quênia, a Tanzânia e Uganda.

Em 1866, o Dr. Livingstone sai do porto de Zanzibar, no Oceano Índico, para chegar ao Lago Niassa. Abandonado por guias africanos que roubam a comida e os medicamentos, enfraquecido pela malária, chega à aldeia Ujiji, no lago Tanganica.

Desaparecido há anos, é dado como morto na Inglaterra quando quando o jornal nova-iorquino New York Herald encarrega o repórter Henry Stanley de encontrá-lo, em março de 1871. Com um batalhão de 200 guias e carregadores, encontra o Dr. Livingstone entre 24 e 28 de outubro, de acordo com o diário do explorador, ou 10 de novembro de 1871. 

Ao encontrar o explorador, Stanley diz uma frase que entrou para a história: “Dr. Livingstone, eu presumo?” A resposta: “Sim, eu me sinto muito grato por recebê-lo”. Stanley insiste para que volte para a Inglaterra, mas Livingstone tinha dedicado sua vida à África. Frágil e doente depois de muitas malárias, David Livingstone morre na aldeia do chefe chitambo, na Rodésia do Norte, hoje Zâmbia, em 1º de maior de 1873. 

 ESTADO NOVO

    Em 1937, o presidente Getúlio Vargas dá um golpe de Estado, impõe uma Constituição outorgada, fecha o Congresso e instaura a ditadura do Estado Novo, um período marcado pelo autoritarismo, o nacionalismo, a censura, a tortura e o anticomunismo, sob inspiração do nazifascismo europeu.

A desculpa para o golpe é o Plano Cohen, uma suposta conspiração comunista para tomar o poder no Brasil. Mais tarde, sabe-se que é  forjado pelo capitão Olímpio Mourão Filho, o mesmo que, como coronel, deflagra o golpe militar de 1964 ao marchar da guarnição de Juiz de Fora rumo ao Rio de Janeiro.

Em manifesto à nação, Vargas alega que o golpe visa a "ajustar o organismo político às necessidades econômicas do país".

A entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1939-45) ao lado dos Estados Unidos e os ataques de submarinos alemães a navios brasileiros no Oceano Atlântico afastam o Brasil do nazifascismo. 

Com o fim da guerra, Vargas cai e o país vive seu primeiro período democrático, sob a Constituição de 1946, até o golpe militar de 31 de março de 1964, início de uma ditadura de 21 anos.

SARO-WIWA ENFORCADO

    Em 1995, a ditadura do general Sani Abacha enforca o escritor e ativista nigeriano Ken Saro-Wiwa e outros oito militantes do Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogôni.

O escritor pretexta inocência e afirma estar sendo condenado por criticar a exploração de petróleo nas terras da etnia ogôni pela empresa multinacional Shell, mas Abacha rejeita os pedidos de clemência e até mesmo de adiar a execução.

A ditadura acaba com a morte de Abacha, em 8 de junho de 1998, envenenado, possivelmente com Viagra falsificado, quando fazia festa com duas prostitutas. Desde então, a Nigéria vive um período democrático.

RENÚNCIA DE EVO

    Em 2019,  o primeiro presidente indígena da Bolívia, Evo Morales, renuncia e foge para o México sob pressão de uma onda de violência depois que a Organização dos Estados Americanos (OEA) considera sua reeleição fraudulenta. Ex-líder sindical dos produtores de coca, afirma ter sido vítima de um golpe de Estado.

No poder desde 2006, Morales, como fiel discípulo de Fidel Castro e Hugo Chávez, não tem a menor intenção de entregar o poder. Por força da Constituição aprovada por sua iniciativa, não pode concorrer a um terceiro mandato, mas alega, em 2014, que sua primeira eleição, em 2005, fora sob a Constituição anterior.

Em 2016, Evo Morales perdeu um plebiscito para acabar com limites à reeleição. Mesmo assim, recorre ao Tribunal Constitucional alegando, com base em decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos em outro caso, que ser candidato é um direito humano fundamental.

Como dificilmente venceria no segundo turno, quanto toda a oposição se uniria ao redor de Mesa, Morales frauda a eleição e grita golpe quando a população revoltada sai às ruas. Depois de se negar a fazer qualquer concessão, em 30 de outubro, Morales aceita uma auditoria da OEA.

A missão da OEA suspeita desde a mudança abrupta no resultado depois das interrupções na apuração. A auditoria revela que houve seções eleitorais sem nenhuma abstenção, urnas em que todas as cédulas foram preenchidas pela mesma pessoa e irregularidades na transmissão dos resultados para o Tribunal Supremo Eleitoral.

Morales aceita, então, realizar nova eleição com novas autoridades eleitorais, como recomenda a OEA. A oposição exige que ele não se candidate à reeleição. Diante do impasse e do risco de aumento da violência, os comandantes das Forças Armadas e da Polícia e a poderosa Central Operária Boliviana (COB) sugerem a renúncia do presidente.

Tecnicamente, é um golpe de Estado. Na realidade, é um contragolpe, depois dos golpes de Morales ao forçar mais uma reeleição e roubar a eleição.

A renúncia coletiva dele e dos presidentes da Câmara e do Senado é o terceiro golpe de Evo Morales contra as instituições e a democracia bolivianas. Deixa o Estado totalmente acéfalo, apostando no caos para tentar voltar ao poder como salvador da pátria, e fuge para o exílio no México.

Morales regressa do exílio e o MaS volta ao poder em 2020 com a eleição Luis Arce, seu ministro de Economia e Finanças. Hoje Morales trava uma guerra interna dentro do partido contra Arce para ser candidato à Presidência em 2025.

Nenhum comentário: