SOVIÉTICOS CERCAM NAZISTAS
Em 1942, durante a Batalha de Stalingrado, um momento decisivo da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a contraofensiva do Exército Vermelho cerca de 250 mil soldados da Alemanha Nazista ao sul de Kalach, no Rio Dom. O general Friedrich Paulus pede autorização a Berlim para se retirar.
A Batalha de Stalingrado é a mais mortal da guerra e uma das mais violentas da história da humanidade, com quase 2 milhões de mortes e pelo menos 40 mil civis mortos. Começa em 23 de agosto de 1942.
Stalingrado, hoje Volgogrado, depois que o ditador Josef Stalin caiu em desgraça, é um porto importante no Rio Volga. Seu controle dá acesso à região do Cáucaso e ao Vale do Volga, o maior rio da Rússia. Tomar a cidade com o nome de Stalin seria uma vitória da propaganda de Adolf Hitler.
Mesmo com apoio aéreo da Luftwaffe, a Força Aérea nazista, o 6º Exército da Alemanha, sob o comando do gen. Paulus, e o 4º Exército Panzer, sob o comando do gen. Edwald von Kleist, não conseguem vencer a defesa posta pelo 62º Exército da URSS, comandado pelo gen. Vassili Chuikov.
Os alemães cercam Stalingrado e pressionam os soviéticos contra o Rio Volga. A batalha vira um combate casa a casa.
Em 19 de novembro, a URSS lança a contra ofensiva com a Operação Urano, um ataque em duas frentes que cerca forças romenas que protegem os flancos do 6º Exército da Alemanha. Dois dias depois, 250 mil alemães estão cercados, sem acesso a suprimentos. Ainda assim, resistem durante dois meses e tentam avançar até capitular em 2 de fevereiro de 1943 por falta de munição e de comida.
INDEPENDÊNCIA DO LÍBANO
Em 1943, o Líbano declara independência da França, na época ocupada pela Alemanha Nazista, mas só se torna realmente independente em 1946, depois do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), quando forças francesas e britânicas deixam o país.
Uma estreita faixa de terra no Leste do Mar Mediterrâneo, é o local de origem dos fenícios, um povo que domina o Mediterrâneo antes da Era Cristão e funda os portos de Tiro, Sidon e Biblos, algumas das cidades mais antigas do mundo.
O país moderno surge em 1920, depois da derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial (1914-18), quando os impérios Britânico e Francês ganham mandatos da Liga das Nações para administrar o Oriente Médio. O Líbano e a Síria ficam sob administração da França.
Em 1942, o Líbano cria um sistema político confessional único no mundo para dividir o poder entre diferentes grupos religiosos: o presidente e o comandante do Exército são cristãos maronitas, o primeiro-ministro é muçulmano sunita.
Com a Guerra da Independência de Israel (1948-49), refugiados palestinos fogem para o Líbano e começam a abalar o equilíbrio entre cristãos e muçulmanos. A situação se agrava com a Guerra dos Seis (1967), quando Israel ocupa a Península do Sinai e a Faixa de Gaza; do Egito; as Colinas do Golã, da Síria; e a Cisjordânia, inclusive o setor oriental (árabe) de Jerusalém.
Em 1970, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) tenta dar um golpe na Jordânia para transformar o país na pátria do povo palestino. É massacrada pelas forças do rei Hussein no Setembro Negro.
Mais refugiados palestinos vão para o Líbano, de onde lançam ataques contra Israel. Combates entre guerrilheiros palestinos e o Exército deflagram a Guerra Civil Libanesa (1975-90) entre cristãos e muçulmanos. A Síria intervém militarmente no Líbano em 1976 e fica no país até 2005.
Em 1982, Israel invade o país na Primeira Guerra do Líbano para expulsar a OLP, que foge para a Tunísia. Naquele ano, com o patrocínio do Irã, onde há uma Revolução Islâmica em 1979, nasce a milícia extremista xiita Hesbolá (Partido de Deus), atualmente em guerra com Israel.
Israel sai do Líbano em 1985, mas apoia uma milícia aliada, o Exército do Sul do Líbano (ESL), para controlar a região da fronteira. No ano 2000, o Hesbolá derrota o ESL e assume o controle da região da fronteira.
Em 2006, depois de uma invasão e sequestro de soldados em território israelense, Israel inicia a Segunda Guerra do Líbano, que dura pouco mais de um mês. As escaramuças na fronteira continua, especialmente na região das Fazendas de Chebá, um território disputado.
A atual guerra começa em 8 de outubro de 2023. Um dia depois do ataque terrorista do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) a Israel, o Hesbolá intensifica os ataques, abrindo uma segunda frente na guerra. De início, Israel concentra seus esforços contra o Hamas. Neste ano, intensifica os bombardeios, invade por terra e mata vários líderes do Hesbolá, inclusive o líder supremo, xeique Hassan Nasrallah.
JFK ASSASSINADO
Em 1963, o presidente John Fitzgerald Kennedy é morto a tiros durante visita a Dallas, no Texas, no Sul dos Estados Unidos, de acordo com as investigações oficiais por um único atirador, Lee Harvey Oswald, o que é discutido até hoje.
Os primeiros debates presidenciais da história são decisivos para a imagem de jovem carismático e confiável, o xerife que protege a cidadezinha, na descrição do sociólogo canadense e papa das comunicações Marshall McLuhan, enquanto seu adversário, o vice-presidente Richard Nixon, parece o advogado espertalhão a convite da companhia da estrada de ferro.
No início de seu governo, três meses depois da posse, acontece a fracassada invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, por exilados cubanos apoiados pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), causa da Crise dos Mísseis (1962). quando Kennedy enfrenta a União Soviética e obtém uma vitória diplomática.
Kennedy apoia o movimento pelos direitos civis dos negros liderado pelo reverendo Martin Luther King Jr. e decide enviar um homem à Lua até o fim dos anos 1960. Ao mesmo tempo, manda mais de 2,8 mil assessores militares para a Guerra do Vietnã (1955-75). Alguns entram em combate. Os EUA só declaram guerra ao Vietnã do Norte em 1964, depois de sua morte.
O atentado de Dallas, o quarto assassinato de um presidente dos EUA no exercício do cargo, é objeto de debates até hoje. As investigações oficiais, inclusive o Relatório Warren, com o nome do presidente da Suprema Corte na época, Earl Warren, concluem que Oswald agiu sozinho.
Dois dias depois, Jacob Rubinstein, ou Jack Ruby, dono de uma boate em Dallas supostamente ligado à máfia, mata Oswald à queima-roupa e alega ter sido um gesto patriótico de vingança pela morte do presidente, mas há fortes suspeitas de queima de arquivo.
B-52 ABATIDO NO VIETNÃ
Em 1972, os Estados Unidos perdem sua primeira fortaleza voadora Boeing B-52, um bombardeiro de oito turbinas, na Guerra do Vietnã (1955-75).
Num dos dias de bombardeio aéreo mais intenso dos EUA, um míssil terra-ar disparado pelo Vietnã do Norte derruba o B-52 perto de Vinh.
Em 1990, a primeira primeira-ministra da história do Reino Unido, Margaret Thatcher, anuncia sua demissão depois de 11 anos no poder.
Margaret Hilda Roberts nasce em Grantham, na Inglaterra, em 13 de outubro de 1925, filha de um dono de armazém. Ela se forma em química na Universidade de Oxford, casa com o empresário Denis Thatcher e tem um casal de filhos antes de se eleger deputada pelo distrito conservador de Finchley, no Norte de Londres.
Em 1967, Thatcher entra para o governo paralelo do Partido Conservador, que faz oposição ao governo trabalhista de Harold Wilson (1964-70). Com a vitória de Edward Heath, em 1970, ela se torna ministra da Educação e da Ciência.
Quando os trabalhistas voltam ao poder, em 1974, Thatcher vira ministra das Finanças do gabinete paralelo até conquistar a liderança do partido, em fevereiro de 1975, com uma plataforma claramente direitista, prometendo cortar subsídios, privatizar as empresas públicas, prestigiar a polícia e defender vigorosamente os interesses britânicos no exterior com uma visão de mundo anticomunista.
Em 1976, depois de acusar a União Soviética de querer dominar o mundo, ganha da imprensa soviética a alcunha de Dama de Ferro, que marcará sua carreira política visceralmente conservadora.
O fracasso do governo trabalhista de James Gallaghan (1976-79), que substitui Harold Wilson (1974-76), causa uma onda de greves, inclusive de lixeiros e coveiros, no chamado inverno do descontentamento, em 1978-9.
A situação caótica leva à vitória de Thatcher, que se torna primeira-ministra em 4 de maio de 1979. As privatizações começam logo e o governo adota a linha dura no combate ao Exército Republicano Irlandês (IRA), que luta contra o domínio britânico sobre a Irlanda do Norte. Mas as grandes reformas que reduzem o poder dos sindicatos vêm depois da Guerra das Malvinas, invadidas pela ditadura militar da Argentina em 2 de abril de 1982.
Thatcher envia uma força-tarefa ao Atlântico Sul. Os argentinos, inclusive vários assassinos da ditadura militar, se rendem em 14 de junho, depois das mortes de 255 britânicos e 649 argentinos.
Com a vitória na guerra, Thatcher obtém sua segunda e maior vitória eleitoral em 1983, parte para o confronto com os sindicatos e enfrenta uma greve de mineiros de um ano, de 6 de março de 1984 a 3 de março de 1985.
Em 1987, Thatcher vence as terceiras eleições. Sua oposição a uma maior integração europeia, seu eurocetismo, gera a guerra civil interna do Partido Conservador que está na origem da saída do Reino Unido da União Europeia.
A questão europeia e um imposto comunitário cobrado por pessoa, sem considerar o valor da propriedade onde o cidadão vive, derrubam Thatcher. O partido não se recupera até hoje do regicídio. O desafiante Michael Heseltine não chega ao poder, seguindo a máxima da política britânica de que "quem mata o rei não ascende ao trono".
Seis dias depois, Thatcher é substituída por John Major (1990-97), que é reeleito em 1992 prorrogando para 18 anos o domínio conservador sobre o Reino Unido, que seria quebrado pela vitória do neotrabalhismo de Tony Blair em maio de 1997.
MULHER NO PODER
Em 2005, a líder da conservadora União Democrata-Cristã (CDU), Angela Merkel, se torna a primeira mulher a governar a Alemanha.
Merkel nasce em Hamburgo, na Alemanha Ocidental, em 17 de julho 1954, mas vai para a Alemanha Oriental quando o pai, um pastor luterano, é enviado para Perleberg. Ela se forma em química quântica e faz pesquisa científica até 1989, ano da queda dos regimes comunistas da Europa Oriental. Entra na política como porta-voz do primeiro governo democrático da Alemanha Oriental.Com a reunificação da Alemanha, em 3 de outubro de 1990, é eleita deputada do Parlamento Federal e vira ministra da Mulher e da Juventude e depois ministra do Meio Ambiente do chanceler (primeiro-ministro) Helmut Kohl (1982-98).
Depois da derrota de Kohl para o social-democrata Gerhard Schröder em setembro de 1998, nas últimas eleições de um século trágico e de renascimento da Alemanha, em 10 de abril de 2000, Merkel se torna líder da CDU.
Em 2005, Merkel vence as eleições a se torna a primeira mulher a governar o país. É chamada de Mutti, uma forma familiar de chamar a mãe e Chanceler de Ferro, numa comparação com o Chanceler de Ferro, Otto von Bismarck, líder da unificação da Alemanha, em 1871. Ela lidera governos estáveis e a União Europeia em seus piores momentos: a Crise do Euro (2009-14), a saída do Reino Unido e a onda de refugiados da África e do Grande Oriente Médio.
Ao permitir a entrada de 1,1 milhão de imigrantes, honrando a tradição da Alemanha do pós-guerra para compensar os horrores do nazis, abre espaço para um partido de extrema direita, a Alternativa para a Alemanha, hoje o segundo nas pesquisas.
Ela é substituída pelo social-democrata Olaf Scholz, que era vice-chanceler e se apresenta nas eleições como continuador da obra de Merkel. Scholz faz aliança sinal de trânsito com o partido ecologista Os Verdes e o Partido Liberal-Democrata (FDP).
A coalizão entra em colapso neste mês, forçando Scholz a antecipar as eleições previstas para 28 de setembro para 23 de fevereiro. Ele está sob pressão para renunciar à liderança do SPD e passar o cargo ao ministro da Defesa, Boris Pistorius, muito mais popular. A CDU é favorita nas pesquisas.
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