segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Hoje na História do Mundo: 4 de Novembro

 TÚMULO DE TUTANCÂMON

    Em 1922, o arqueólogo Howard Carter e sua equipe descobrem a entrada da tumba do faraó Tutancâmon no Vale dos Reis, no Egito, que está preservada por nunca ter sido saqueada.

Carter chega pela primeira vez ao Egito em 1891, quando a maioria das tumbas do Egito Antigo está descoberta, mas não a do jovem faraó que morreu aos 18 anos. 

Depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18), Carter intensifica a busca e encontra a entrada perto da tumba do faraó Ramsés VI. Em 26 de novembro, ele e o colega Lorde Carnarvon entram nas câmaras da tumba, que estão admiravelmente intactas e preservadas.

EMBAIXADA EM TEERÃ

    Em 1979, depois da Revolução Islâmica no Irã, jovens aliados do aiatolá Ruhollah Khomeini invadem a Embaixada dos Estados Unidos em Teerã e tomam todos os diplomatas e funcionários como reféns, no início de uma ocupação que dura 444 dias e só acaba depois da posse do presidente Ronald Reagan, em 20 de janeiro de 1981.

ASSASSINATO DE RABIN

    Em 1995, o extremista de direita Yigal Amir mata o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, durante um comício pela paz na Praça dos Reis, em Telavive, por ter feito um acordo com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Preso na hora pela polícia, Amir, de 27 anos, um estudante de direito ligado ao grupo extremista Eyal, confessa o assassinato e justifica dizendo que Rabin queria "dar nosso país aos árabes".

Rabin nasce em 1º de março de 1922 Jerusalém. Um dos líderes da Guerra da Independência de Israel (1948-49), comanda as Forças Armadas de Israel na Guerra dos Seis Dias (1967).

Depois da carreira militar, entra para o Partido Trabalhista e é eleito primeiro-ministro em 1974. Governa até 1977 e cai num escândalo por ter conta bancária nos Estados Unidos, o que era proibido em Israel. De 1984 a 1990, é ministro da Defesa de Israel.

Em 1992, é reeleito primeiro-ministro e apoia as negociações secretas com a OLP realizadas em Oslo, na Noruega, o que o leva a apertar a mão do líder palestino Yasser Arafat no jardim da Casa Branca em 13 de setembro de 1993, quando os dois assinam a declaração de princípios para criar a Autoridade Nacional Palestina, permitir a volta de Arafat à Cisjordânia e entregar a administração da Faixa de Gaza e da região de Jericó aos palestinos. Paga com a vida.

ELEIÇÃO DE OBAMA

    Em 2008, o senador Barack Obama se torna o primeiro negro a ser eleito presidente dos Estados Unidos.

Filho de pai queniano e mãe norte-americana, Barack Hussein Obama nasce em Honolulu, no Havaí, onde eles estudam em 4 de agosto de 1961. 

Quando os pais se separam, a mãe se casa com um indonésio. Ele vive até 11 anos na Indonésia e vai para os EUA estudar. Não carrega assim o estigma dos afro-americanos descendentes de escravos e uma cultura negativista que valoriza a marginalidade, o uso de drogas e o mau desempenho na escola.

Obama estuda em Harvard, uma das melhores universidades do mundo, onde dirige a revista da Faculdade de Direito. Antes de entrar para a política, trabalha como organizador comunitário na Zona Sul de Chicago, uma área pobre da cidade.

Em 2004, Obama faz o discurso de apresentação do candidato na Convenção Nacional do Partido Democrata que nomeia John Kerry e se destaca pelo talento de grande orador.

Para conquistar a candidatura democrata em 2008, ele vence nas eleições primárias a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton. Na eleição, realizada menos de dois meses depois do colapso do banco Lehman Brothers, que deflagra uma crise internacional, derrota o senador republicano John McCain, um veterano de guerra que passou cinco anos e meio preso no Vietnã do Norte.

ACORDO DE PARIS

    Em 2016, entra em vigor o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima. Mais de 190 países se comprometem a adotar metas voluntárias de redução de emissões de gases carbônicos para conter o aquecimento global.

O Acordo Quadro sobre Mudança do Clima é negociado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). É o início da ação global para evitar que a concentração de gases carbônicos na atmosfera por causa da atividade humana eleve demais a temperatura da Terra. Desde então, são realizadas conferências das partes (CoPs) do acordo.

Em 1997, é assinado o Protocolo de Quioto, pelo qual 37 países desenvolvidos se comprometiam a reduzir as emissões em 5% em relação a 1990. Os Estados Unidos negociam o acordo com o vice-presidente Al Gore, um ecologista, mas o Senado não ratifica alegando concorrência desleal, já que os países em desenvolvimento não precisam fazer nada.

Quando o Protocolo de Quioto caduca, em 2012, a China, com seu desenvolvimento industrial, é a maior poluente. Há necessidade de um acordo que inclua todos os países.

O Acordo de Paris, assinado na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CoP-21), em 2015, prevê que cada país apresente metas voluntárias de redução de emissões e a criação de mecanismos financeiros para os países menos desenvolvidos reduzirem as emissões de gases de efeito estufa e enfrentarem os impactos da mudança do clima com mitigação e adaptação.

Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro abre mão de realizar a CoP-25 no Brasil, alegando que custaria R$ 500 milhões. A conferência é transferida para o Chile e acaba sendo realizada em Madri, na Espanha, por causa das manifestações de protestos contra o governo chileno naquele ano. O Brasil tenta bloquear o acordo.

Em 2021, a CoP-26, realizada em Glasgow, na Escócia, registra alguns avanços como acordos sobre florestas e redução das emissões de gás metano, mas não chega a um acordo para banir o uso de carvão e, mais importante, para financiar a transição energética nos países em desenvolvimento.

O Brasil promete acabar com o desmatamento em 2030, mas Bolsonaro afirma que é o "desmatamento ilegal". Com o desmatamento na Amazônia, vira o maior vilão global da destruição da natureza.

Na CoP-27, realizada de 6 a 18 de novembro em Charm al-Cheikh, no Egito, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, é convidado. Isto marca um retorno do protagonismo do Brasil nas negociações internacionais de meio ambiente depois do calamitoso governo Bolsonaro.

Os países em desenvolvimento cobram a promessa dos países ricos de dar US$ 100 bilhões por ano para combater o aquecimento global. Os mecanismos financeiros, inclusive o mercado de créditos de carbono, em que países que emitem menos podem vender sua "cota de poluição" a países ou empresas, ficam de ser regulamentados na conferência deste ano.

A CoP-28 é realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Decide que o mundo precisa fazer uma transição para reduzir as emissões de combustíveis fósseis, triplicar até 2030 a produção de energia de fontes renováveis, redobrar os esforços para aumentar a eficiência energética e eliminar gradualmente os subsídios "ineficientes" aos combustíveis fósseis. A CoP-28 é presidida por um diretor de companhia de petróleo dos EAU.

A CoP-29 será realizada de 11 a 22 de novembro deste ano em Baku, a capital da ex-república soviética do Azerbaijão, outro grande produtor de petróleo.

No próximo ano, a CoP-30 será em Belém, a capital do Pará, no Brasil. Será a primeira realizada na Amazônia, junto à maior floresta tropical do planeta, que será decisiva para conter o aquecimento global.

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