sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Hoje na História do Mundo: 15 de Novembro

SHERMAN ARRASA GEÓRGIA

    Em 1864, durante a Guerra da Secessão (1861-65), o general nortista William Sherman começa a destruir o distrito industrial Atlanta em sua Marcha para o Mar e, durante seis semanas, o Exército da União arrasa a maior parte do estado da Geórgia até capturar o porto de Savannah, que estava em poder dos Estados Confederados da América (Sul).

Sherman toma Atlanta em setembro de 1864. Com linhas de suprimento vulneráveis, teme perder o controle da Geórgia para as forças do Sul. Usa uma estratégia de terra arrasada, destruindo tudo o que possa ser útil ao inimigo, inclusive fontes de água e comida.

Como a linha de suprimento vai até Nashville, no Tennessee, Sherman divide o Exército do Norte. Fica com 60 mil homens e manda o general George Thomas de volta a Nashville, com as missões de proteger as estradas de ferro e os rios por onde passam as provisões para suas tropas e enfrentar o general sulista John Bell Hood, que Sherman vencera para tomar Atlanta.

Ao saber da reeleição do presidente Abraham Lincoln em 8 de novembro, Sherman pede permissão ao comandante em chefe da União, general Ulysses Grant, para marchar pela Geórgia "como prova de que o Norte pode prevalecer".

Em 15 de novembro, os homens de Sherman começam a deixar Atlanta. Na retirada, tocam fogo no distrito industrial da capital da Geórgia.

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

    Em 1889, o marechal Deodoro da Fonseca derruba o imperador Dom Pedro II e proclama a República no Brasil.

A Proclamação da República no Brasil foi tardia, mais de meio século depois de todos os outros países sul-americanos, que declaram suas independências e imediatamente abolem a escravidão e instauram a república, como observa o jornalista e escritor Eduardo Bueno.

Vem num golpe militar um ano e meio depois da Abolição da Escravatura, com a queda do gabinete do Visconde de Ouro Preto, último primeiro-ministro do Império. Como na independência, o povo fica alheio, "assiste a tudo bestializado".

Para legitimar o novo regime, os republicanos prometem convocar um plebiscito para que o povo decida se prefere monarquia ou república. A consulta popular é realizada mais de 100 anos mais tarde, em 1993, depois da Constituição de 1988. 

CLEMENCEAU NO PODER

    Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), Georges Clemenceau, o Tigre, é nomeado primeiro-ministro da França pela segunda vez.

O jovem Clemenceau entra no Parlamento em 1876, cinco anos depois da derrota para a Alemanha na Guerra Franco-Prussiana (1870-71). Acredita que a Alemanha unificada é uma ameaça. Considera uma nova guerra inevitável.

A Alemanha cresce no fim do século 19. Na virada do século, é a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, superando o Reino Unido.

No primeiro mandato como primeiro-ministro (1906-9), Clemenceau mantém a postura antialemã. Defende a preparação para a guerra e o fortalecimento da aliança com o Reino Unido e a Rússia. Em 1904, a França e o Reino Unido superam uma rivalidade história de mais de 800 anos e formam a Entente Cordiale. Em 1907, no primeiro governo Clemenceau, com a entrada da Rússia, vira Tríplice Entente.

A guerra mostra que Clemenceau tinha razão. Depois de três primeiros-ministros, o presidente Raymond Poincaré esquece a rivalidade com o Tigre. Quando parte dos políticos e da opinião pública da França querem acabar com a guerra, os dois têm em comum a determinação de vencer a Alemanha.

Ao reassumir a chefia do governo, Clemenceau manda prender o pacifista Joseph Caillaux por traição. Até março de 1918, a Alemanha está vencendo a guerra. A entrada dos EUA em combate muda a história e garante a vitória.

Na Conferência de Paz de Versalhes, Clemenceau é um dos principais negociadores, ao lado do presidente norte-americano Woodrow Wilson, que considera idealista demais, e do primeiro-ministro britânico, David Lloyd George. Exige o desarmamento e indenizações da Alemanha e a devolução da Alsácia e da Lorena, tomadas pelos alemães na Guerra Franco-Prussiana.

Mesmo assim, considera a Paz de Versalhes leniente com a Alemanha. O eleitorado francês concorda. Clemenceau perde as eleições de janeiro de 1920. Deixa a vida pública e publica um livro de memórias, A Grandeza e a Miséria da Vitória, em que prevê uma nova guerra com a Alemanha em 1940. Ele morre em Paris em 24 de novembro de 1929.

ELVIS NO CINEMA

    Em 1956, estreia Love me Tender (Ama-me com Ternura), com Elvis Presley no papel principal, o primeiro filme de Hollywood do Rei do Rock.

Elvis nasce em Tupelo, no Mississípi, em 8 de janeiro de 1935. Motorista de caminhão, ele estreia como cantor em 1954 na gravadora Sun Records, em Memphis, no Tennessee. Seu primeiro álbum, Elvis Presley, chega ao topo das paradas de sucesso em 1956 e o projeta como um ídolo mundial.

Ele faz um teste para o filme The Rainmaker (Lágrimas do Céu, no Brasil), mas perde o papel para Burt Lancaster e vai fazer Love me Tender

Em 9 de setembro, Elvis faz a primeira de três apresentações no programa de televisão Ed Sullivan Show, que bate recordes de audiência. No terceiro programa, os censores da TV só permitem que ele seja mostrado da cintura para cima. O rebolado do Rei do Rock é sensual demais para os EUA moralistas dos anos 1950.

Ao todo, Elvis fez 30 filmes, gravou 23 álbuns e vendeu mais de 500 milhões de discos. Com problemas de saúde e abuso de álcool e drogas, Elvis morre aos 42 anos em 16 de agosto de 1977 na Mansão de Graceland, em Memphis, centro de peregrinação de seus milhões de fãs.

INDEPENDÊNCIA DA PALESTINA

    Em 1988, o presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, proclama da independência da Palestina e anunciou o reconhecimento do direito de existência de Israel.

A OLP é fundada em 1964 pelo então ditador do Egito, Gamal Abdel Nasser, interessado em se apresentar como campeão da causa palestina. Depois da humilhante derrota dos países árabes para Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Arafat, fundador do partido Fatah (Luta) em 1959, assume a liderança da OLP em 1969 como um movimento guerrilheiro na luta contra Israel.

Em 1970, a OLP tenta dar um golpe contra o rei Hussein, da Jordânia, para transformar este país na pátria do povo palestino. As forças de Hussein massacram os palestinos no Setembro Negro. Arafat acusa a Jordânia de matar 25 mil palestinos, mas estimativas mais realistas falam em 2 mil a 3,4 mil palestinos mortos.

Os líderes da OLP fogem para o Líbano, de onde lançam invasões do território israelense através da fronteira entre os dois países. Isso leva à invasão de Israel no Líbano e ao massacre de cerca de 1,2 mil palestinos nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, em Beirute, em 1982.

Arafat e a OLP fogem para a Tunísia. A proclamação de independência tem poucos resultados práticos. Um ano antes, em 1987, os palestinos iniciam a Primeira Intifada, uma revolta contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, territórios onde pretendem construir seu Estado nacional.

As negociações de paz começam na Conferência de Madri, em 30 e 31 de outubro de 1991, depois da Guerra do Golfo para expulsar o Iraque do Saddam Hussein do Kuwait, em janeiro e fevereiro daquele ano. Como Arafat e a OLP apoiaram Saddam, que em determinado momento condicionou a retirada do Kuwait ao fim da ocupação israelense, são excluídos do processo de paz.

Quando fica evidente que a delegação palestina não faz nada sem consultar a OLP, o grupo é incluído no processo de paz. O avanço só acontece com as negociações secretas realizadas em Oslo, na Noruega.

Em 13 de setembro de 1993, Israel e a OLP anunciam uma declaração de princípios e Arafat aperta a mão do primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, no jardim da Casa Branca. Os Acordos de Oslo, assinados em 1994, criam a Autoridade Nacional Palestina e dão à OLP inicialmente jurisdição sobre a Faixa de Gaza e Jericó.

O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que até hoje luta pela destruição de Israel, mina o processo de paz com ações terroristas. Depois do assassinato de Rabin por um extremista israelense em 4 de novembro de 1995, o direitista Benjamin Netanyahu é eleito primeiro-ministro pela primeira vez em 1996. Desde então, sabota o processo de paz para que nunca seja criado uma pátria para o povo palestino.

A última negociação consistente neste sentido é mediada pelo presidente dos EUA, Bill Clinton, no fim de seu governo, em 2000. Em mais um erro político, Arafat rejeita a proposta na expectativa de que o presidente George W. Bush, do Partido Republicano, seja mais favorável aos palestinos, já que o Partido Democrata tradicionalmente era mais favorável a Israel. Mas a aliança dos republicanos com a direita religiosa os torna tão favoráveis a Israel quanto os democratas.

O ataque terrorista do Hamas, em 7 de outubro do ano passado, é uma reação a 56 anos de ocupação israelense, 16 anos do cerco à Faixa de Gaza e às negociações para o reconhecimento mútuo de Israel e Arábia Saudita, o que marginalizaria mais uma vez o povo palestino. Agora, a Arábia Saudita exige a criação de uma Palestina independente para fechar acordo com Israel.

POPULAÇÃO DA TERRA PASSA DE 8 BILHÕES

    Em 2022, a população total do planeta ultrapassa a marca de 8 bilhões de seres humanos, de acordo com estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU). Hoje a população mundial é estimada em 8,1 bilhão.

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