TERRY ANDERSON LIBERTADO
Em 1991, o jornalista norte-americano Terry Anderson, chefe do escritório da agência de notícias Associated Press no Líbano, é solto depois de 2.454 dias (seis anos e meio) sequestrado por extremistas muçulmanos em Beirute.
Anderson cobria a Guerra Civil Libanesa (1975-90). Em 16 de março de 1985, é capturado no setor oeste de Beirute, onde os muçulmanos são maioria, quando saía de uma quadra de tênis. Os sequestradores o levam para a Zona Sul da capital libanesa.Durante a Guerra Civil Libanesa, 92 estrangeiros são sequestrados, entre eles 17 norte-americanos. Os sequestros são realizados pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), fundado em 1982 em reação à invasão israelense ao Líbano.
Vários norte-americanos são sequestrados pouco depois que a Justiça do Kuwait condena 17 xiitas pelos atentados a bomba contra os quartéis-generais dos Fuzileiros Navais dos EUA e da Legião Estrangeira da França em Beirute, em outubro de 1983.
Em 1990, quando a a Guerra Civil Libanesa chega ao fim, os EUA melhoram as relações com o Irã e a Síria. Isto ajuda a libertação dos reféns.
MISSÃO CONTRA A FOME
Em 1992, depois de perder a eleição presidente, diante da fome na região do Chifre da África, o presidente George Bush manda 28 mil soldados dos Estados Unidos para a Somália em missão humanitária.
Bush justifica a Operação Restaurar a Esperança para salvar mais 1 milhão de vidas somalianas. Em 1992, uma guerra civil entre clãs que vem desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 26 de janeiro de 1991, e uma das piores secas do século na África deixam um quarto da população da Somália à beira da fome.
As Nações Unidas iniciam uma missão humanitária para distribuir alimentos e remédios em agosto de 1992, sem sucesso. Como os capacetes azuis da ONU não conseguem controlar a guerra civil, milhares de toneladas de alimentos se deterioram em armazéns portuários.
Cinco dias depois do anúncio de Bush, os primeiros fuzileiros navais desembarcam em Mogadíscio. Os EUA conseguem distribuir ajuda humanitária enquanto não intervêm na guerra civil somaliana. Em maio de 1993, já no governo Bill Clinton (1993-2001), os EUA entregam formalmente o comando da missão à ONU.
Em 5 de junho de 1993, quando restam 4,3 mil soldados norte-americanos na Somália, 24 soldados paquistaneses da ONU morrem numa emboscada dos rebeldes liderados pelo general Mohamed Farah Aidid, o senhor da guerra que controlava a região de Mogadíscio.
As forças dos EUA e da ONU começam então uma caçada a Aidid, com 400 soldados de elite da Força Delta enviados especialmente para capturar o senhor da guerra mais procurado da Somália.
Dois meses depois, em 3 a 4 de outubro, 18 soldados norte-americanos foram mortos e 84 feridos na Batalha de Mogadíscio, retratada no filme Falcão Negro em Perigo. A batalha dura 17 horas. É o combate mais violento dos EUA desde a Guerra do Vietnã (1955-75). Cerca de mil somalianos morrem.
Três dias depois, Clinton anuncia a retirada total. Os últimos soldados dos EUA deixam a Somália em 25 de março de 1994. Fica uma força de paz da ONU de 20 mil homens que sai em 1995 sem pacificar o país.
A última missão da ONU começa em 2014. Em outubro de 2022, o Conselho de Segurança a prorrogou até 31 de outubro de 2023. No momento, uma seca causa escassez de alimentos e fome no Quênia, na Etiópia e da Somália.
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