A Nova Frente Popular (NFP), de esquerda, e a aliança Juntos, do presidente Emmanuel Macron, venceram o segundo turno das eleições parlamentares na França e conseguiram barrar a ascensão ao poder da Reunião Nacional (RN), de extrema direita, que ficou em terceiro lugar. Há festa nas ruas de Paris e outras cidades.
A NFP elegeu 182 deputados na Assembleia Nacional, de 577 cadeiras. A aliança macronista Juntos terá 168 cadeiras, e a RN e aliados 143 deputados. Esse resultado só foi possível porque 210 candidatos desistiram para deixar o mais votado enfrentar a ultradireita. Todas alianças estão longe da maioria absoluta, de 289 cadeiras. A participação no segundo turno foi de 67,1%, a maior desde 1981.
O primeiro-ministro Gabriel Attal anunciou que vai pedir demissão amanhã para dar ao presidente maior margem de manobra para negociar a formação de um novo governo. A questão agora é que governo será possível.
O líder da França Insubmissa (LFI), Jean-Luc Mélenchon, da esquerda radical, declarou que "o presidente tem o dever de convidar a NFP para governar", mas se recusou a formar coalizão com o macronismo "depois de lhe fazer oposição há sete anos".
Dentro da NFP, LFI elegeu pelo menos 71 deputados, o Partido Socialista (PS) 64 deputados, os Ecologistas conquistaram 33 cadeiras e o Partido Comunista Francês 9. Tendo em vista o radicalismo de Mélenchon, se Macron nomear um primeiro-ministro de esquerda, provavelmente será o socialista Raphael Glucksmann. A frente de esquerda promete apresentar um candidato em uma semana.
Sem esconder a frustração, o candidato da extrema direita a primeiro-ministro, Jordan Bardella, afirmou que "a aliança da desonra" vai "privar os franceses de uma política de recuperação". A líder da RN, Marine Le Pen, disse que a derrota "só adia nossa vitória". No momento, ela é a favorita para a eleição presidencial de 2027, mas é a única candidata declarada.
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