quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Hoje na História do Mundo: 25 de Dezembro

 DATA DO NASCIMENTO DE JESUS

    Em 221, o historiador cristão Sexto Júlio Africano identifica esta data pela primeira vez como o dia do nascimento de Jesus, que já era comemorado antes.

Sexto Júlio Africano nasce em Jerusalém, na Judeia, parte do Império Romano, em 160. Ele viaja à Grécia e a Roma, e vai estudar em Alexandria. Escreve em grego, latim e hebraico. É uma influência importante para Eusébio da Cesareia e para os padres que escrevem a história da Igreja Católica.

A Suda, uma enciclopédia do Império Bizantino do século 10, o descreve como um "filósofo líbio". O historiador alemão Heinrich Gelzer diz que ele tinha ascendência romana e etíope.

IMPERADOR CARLOS MAGNO

    Em 800, Carlos Magno, rei dos francos, é coroado primeiro imperador do Sacro Império Romano-Germânico.

Carlos Magno nasce em 2 de abril em 742, 747 ou 748. Há dúvidas sobre o ano. É filho de Pepino, o Breve, e de Berta Laon. O pai se torna rei dos francos em 751 ao derrotar o último rei merovíngio. Carlos herda o trono com a morte do pai, em 768. Inicialmente, divide o poder com o irmão Carlomano I, que morre em 771. A partir daí, se torna no único governante.

Pela força da espada, Carlos Magno cria o primeiro império que domina boa parte da Europa Ocidental depois da queda do Império Romano do Ocidente, em 476. Por isso, é chamado de Pai da Europa e da União Europeia. Seguindo um acordo do pai com o Vaticano, vira defensor dos papas e intervém na Lombardia. Em 774, se torna rei dos lombardos.

No Natal de 800, o Papa Leão III o coroa imperador dos romanos na Antiga Basílica de São Pedro, em Roma. Ele reina até a morte, em 814. Está enterrado na Catedral de Aachen, a capital do Sacro império na época. 

CONQUISTA NORMANDA

    Em 1066, Guilherme, Duque da Normandia, é coroado rei da Inglaterra como Guilherme I, consolidando a Conquista Normanda.

Guilherme, o Bastardo, descendente de invasores vikings, nasce por volta de 1028 em Falaise, na Normandia. É considerado um dos grandes guerreiros da Idade Média. Nobre mais poderoso da França, muda a história da Inglaterra com a Invasão Normanda.

Filho ilegítimo de Roberto I, Duque da Normandia, que não tem outros filhos, Guilherme é seu sucessor. Com a morte do pai, em 1035, aos sete anos, Guilherme vira Duque da Normandia.

Em 1051, ele teria visitado o rei Eduardo, o Confessor, seu primo, que não tinha filhos e teria lhe prometido o trono da Inglaterra. Mas, no seu leito de morte, Eduardo muda de ideia e oferece o trono a Haroldo Godwinson, filho da família mais rica da Inglaterra, mais poderoso do que o próprio rei.

Quando Eduardo morre e Haroldo é proclamado sucessor, Guilherme não aceita e prepara a invasão. Haroldo II também enfrenta o rei Haroldo III, da Noruega, e o próprio irmão, Tostigo, que unem forças e invadem a Inglaterra vindo da Escócia.

Haroldo II vence e mata os dois na Batalha de Stamford Bridge, em 25 de setembro de 1066. Ao fazer isso, deixa desguarnecido o Canal da Mancha. Três dias depois, Guilherme desembarca em Pevensey com 7 a 12 mil homens, a metade arqueiros e cavaleiros.

Então, Haroldo marcha para o Sul com um exército de 5 a 13 mil homens, quase todos soldados de infantaria. A Batalha de Hastings começa às nove da manhã e vai até o anoitecer. A morte de Haroldo II sela a derrota dos anglo-saxões. Estima-se que tenham morrido 2 mil homens de cada lado. Nunca mais um anglo-saxão ocupa o trono da Inglaterra.

Guilherme I é coroado no Natal de 1066 na Abadia de Westminster, dando início à Dinastia Normanda. A Conquista Normanda é consolidada com a expropriação das terras dos ingleses, entregues a seus aliados do continente, e o expurgo dos ingleses da Igreja e de altos cargos governamentais. Muitos anglo-saxões fogem para a Escócia, a Irlanda e a Escandinávia.

A língua inglesa, uma mistura do francês antigo, do latim e de línguas germânicas dos anglo-saxões, é fruto da Conquista Normanda.

Outra consequência é a formação de um reino que ia da Inglaterra à Normandia, no Norte da França, e que mais tarde incluiria a Aquitânia, levando o rei da Inglaterra a reivindicar várias vezes a coroa francesa, como na Guerra dos Cem Anos (1337-1453).

Só em 1801, no início da era de Napoleão Bonaparte, o então Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda abre mão da reivindicação de soberania sobre a França, inclusive porque o imperador da França poderia reivindicar a coroa britânica. Napoleão só não invade a Inglaterra porque a Marinha Real britânica sob o comando do almirante Horácio Nelson vence os franceses nas batalhas de Abukir (1799) e Trafalgar (1805).

A França e o Reino Unido se tornam aliados ao formar a Entente Cordiale em 8 de abril de 1904.

 TRÉGUA DE NATAL

    Em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18), pouco depois da meia-noite, os soldados da Alemanha param de atirar e começam a cantar músicas de Natal ouvidas pelos inimigos da França, do Reino Unido e da Rússia. Ao amanhecer, saem desarmados das trincheiras e se aproximam das linhas aliadas desejando "Feliz Natal" nas línguas dos inimigos.

De início, os aliados temem uma emboscada. Vendo o inimigo desarmado, saem das trincheiras e cumprimentam os alemães. Eles trocam presentes como cigarros e doces, entoam canções natalinas e jogam futebol na terra de ninguém entre as trincheiras de um lado e outro.

Em 1915, a guerra atinge toda sua fúria e a trégua de Natal torna-se impensável.

GORBACHEV RENUNCIA

    Em 1991, o líder reformista Mikhail Gorbachev anuncia sua renúncia à Presidência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), uma decisão que marca o fim da pátria do comunismo.

Quatro dias antes, 11 das 15 repúblicas soviéticas criam a Comunidade de Estados Independentes (CEI), tirando o poder que ele ainda tinha. A URSS está condenada desde que as três repúblicas eslavas (Rússia, Bielorrússia e Ucrânia), o núcleo central do país, assinam o Acordo de Minsk, a capital bielorrussa, em 8 de dezembro de 1991, para deixar a união.

No discurso de despedida, Gorbachev é profético. Manifesta "preocupação com o fato de que os cidadãos deste país estão deixando de ser cidadãos de uma grande potência e as consequências podem ser muito difíceis de lidar para todos nós." 

A fala alterna momentos de alegria e frustração, e defende seu legado. Gorbachev reivindica ter colocado a URSS no "caminho da democracia" e levado o regime comunista "rumo à economia de mercado". Afirmou que os povos da URSS estavam "vivendo em um novo mundo" com o "fim da Guerra Fria e da corrida armamentista".

Mikhail Sergueievich Gorbachev ascende à liderança do Partido Comunista da URSS em 11 de março de 1985, depois de uma longa era de estagnação econômica sob Leonid Brejnev (1964-82) e os breves governos de Iúri Andropov (1982-84) e Konstantin Chernenko (1984-85).

É uma mudança de gerações na URSS. Convencido da obsolescência do regime, promove uma abertura política, a glasnost (transparência), e uma reforma econômica, a perestroika (reestruturação).

Gorbachev estabelece o diálogo com o Ocidente e negocia com os presidentes dos Estados Unidos Ronald Reagan e George Bush acordos de desarmamento que acabam com a Guerra Fria, a confrontação estratégica, econômica, científica, tecnológica e militar entre as duas superpotências que dominaram a segunda metade do século 20.

As reformas libertam presos políticos, acabam com a censura e permitem a investigação dos crimes cometidos pelo regime comunista. Desagradam tanto à velha guarda do regime quanto aos reformistas radicais como Boris Yeltsin, que gostariam de acelerar o processo.

Em agosto de 1991, quando está em férias na Crimeia, Gorbachev sobrevive a uma tentativa de golpe da linha-dura. Quem lidera a resistência é Yeltsin, primeiro presidente eleito democraticamente da história da Rússia. Volta enfraquecido e o poder passa para Yeltsin, primeiro presidente da Rússia eleito pelo voto popular, que coloca o Partido Comunista na ilegalidade e dissolve a URSS.

Nenhum comentário: