sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Kamala Harris sai da convenção como favorita à Casa Branca

 Com um discurso firme, corajoso e confiante, a vice-presidente Kamala Harris aceitou oficialmente esta noite a candidatura do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos em 5 de novembro. Nestes 74 dias, muito pode acontecer. A eleição está longe de estar ganha, mas as últimas pesquisas dão ligeira vantagem a Harris e, com o entusiasmo que sua candidatura gerou ao substituir o idoso presidente Joe Biden, Kamala sai da eletrizante convenção nacional do partido como favorita.

A primeira mulher negra e a primeira de origem asiática a ser vice-presidente e agora candidata à Casa Branca falou de sua vida pessoal de filha de uma biomédica indiana que foi para os EUA sonhando em descobrir a cura do câncer de seio e de um economista jamaicano, da vida difícil depois que os pais se separaram de um conselho da mãe: "Nunca reclame da injustiça. Faça alguma coisa a respeito."

Kamala disse que estudou direito para defender o povo. Como promotora e procuradora, enfrentou predadores sexuais, grandes bancos, cartéis do tráfico de armas e de drogas, e defendeu veteranos de guerra e trabalhadores demitidos.

Aos 58 anos, 20 a menos do que o ex-presidente Donald Trump, Kamala se apresentou como a renovação e o futuro, tentando captar o voto jovem e da maioria que não queria uma repetição da disputa entre Biden e Trump, e como a candidata que vai defender a democracia e trabalhar para todos. Foi também uma convenção família com casais fazendo gestos de afeto e carinho no palco.

Ao criticar o Projeto 2025, um plano para o segundo governo Trump feito pela ultraconservadora Heritage Foundation, ela acusou o ex-presidente de querer proibir o aborto nacionalmente, de propor um novo corte de impostos para os ricos, de vetar projeto bipartidário para aumentar a segurança na fronteira com o México e pelo ataque ao Congresso em 6 de janeiro de 2021 para impedir a certificação da vitória de Joe Biden, num golpe de Estado sem precedentes na história dos EUA.

Em política externa, Kamala prometeu manter a ajuda militar à Ucrânia e a Israel, defender o fim da guerra entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), reconhecer os direitos nacionais do povo palestino e ser firme com ditaduras como o Irã e a Coreia do Norte, onde disse que "Kim Jong Un torce por Trump porque sabe que ele é manipulável e gostaria de ser um autocrata".

"Na luta entre democracia e tirania, sei onde os EUA devem estar", afirmou Kamala diante de uma plateia entusiasmada no fim de uma convenção com discursos importantes de Joe Biden, dos ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama, das ex-primeiras-damas Hillary Clinton e Michelle Obama, da jovem deputada Alexandria Ocasio Cortez, de republicanos dissidentes e da Oprah Winfrey, a maior apresentadora de televisão dos EUA. 

Um comentário:

Carmen Licia Palazzo disse...

Ótima análise, descreveu com muita clareza quem é a Kamala e seus posicionamentos. Agora vamos torcer para que vença!