INDEPENDÊNCIA DE NOVA GRANADA
Em 1819, rebeldes latino-americanos sob a liderança do libertador Simón Bolívar derrotam a Espanha na Batalha de Boyacá e conquistam a independência de Nova Granada (hoje Colômbia, Equador, Venezuela e Panamá).
Um exército rebelde de 3 mil, sob o comando dos generais Bolívar e Francisco de Paula Santander, surpreende e derrota os espanhóis em Gamezá (12 de julho) e Pantano de Vargas (25 de julho), e tomam Tunja (5 de agosto).
Na batalha final, Santander corta o avanço das tropas espanholas perto de uma ponte sobre o Rio Boyacá, onde Bolívar ataca o núcleo da força inimiga e captura 1,8 soldados inimigos, inclusive o comandante espanhol.
A seguir, Bolívar captura Bogotá e em 10 de agosto é aclamado como o libertador que acaba com o Vice-Reino de Nova Granada, criado em 1717. O libertador cria então um governo provisório com Santander como vice-presidente. Em seguida, vai para Angostura, na Venezuela, onde anuncia a intenção de fundar a República da Grã-Colômbia, que preside até sua morte, em 1930.
Bolívar tenta evitar a fragmentação da América Espanhola. Convoca a primeira conferência pan-americana, o Congresso do Panamá (1826). Sonha com nações livres e independentes política e economicamente, e com a união dos povos latino-americanos. Mas a Grã-Colômbia se dissolve em 1931 com a independência do Equador, da Venezuela e de Nova Granada (Colômbia e Panamá, que só se torna independente 1903, com uma intervenção militar dos Estados Unidos para abrir o Canal do Panamá).
Simón Bolívar não era socialista nem antinorte-americano. Foi duramente criticado por Karl Marx, o pai do comunismo. O bolivarismo propagandeado pelo caudilho venezuelano Hugo Chávez não tem nada a ver com as ideias do libertador. Melhor chamar de chavismo.
JACK, O ESTRIPADOR
Em 1888, o primeiro homicídio cometido por Jack, o Estripador, acontece na região operária de East End, em Londres.
Entre agosto e novembro de 1888, pelo menos cinco mulheres são assassinadas no bairro de Whitechapel, em Londres. Esses crimes nunca resolvidos são um grande mistério da história da Inglaterra.
De 1888 a 1892, dezenas de homicídios são atribuídos ao assassino em série Jack, o Estripador, mas a polícia britânica, a Scotland Yard, só liga cinco ao mesmo criminoso: Mary Ann Nichols, Annie Chapman, Elizabeth Stride, Catherine Eddowes e Mary Jane Kelly. Todas são tidas como prostitutas e estão na rua em busca de clientes na hora da morte, menos Kelly.
Em 2019, a historiadora social britânica Hallie Rubenhold publica o livro As Cinco: as vidas não contadas das mulheres mortas por Jack, o Estripador, onde alega que Nichols, Chapman e Eddowes não são prostitutas. Stride se prostitui em momentos de miséria e desespero. Só Kelly seria prostituta.
Na visão da historiadora, a suposição de que são todas prostitutas se deve ao machismo, a preconceitos de classe social e ao moralismo hipócrita da Era Vitoriana, o auge do Império Britânico. A rainha Vitória chefiou o Estado de 1837 a 1901.
Em todas as mortes, o assassino corta a garganta e mutila o corpo das vítimas de uma forma que sugere que tem noções de anatomia. Isso levanta a suspeita de que o homicida seja médico. A metade de um rim extraído de um das vítimas é enviada à polícia, que recebe várias mensagens escritas de Jack, o Estripador,
A onda de assassinatos provoca a demissão do ministro do Interior britânico e do chefe de política de Londres.
Entre os principais suspeitos, está Montague Druitt, um advogado e professor interessado em cirurgia considerado mentalmente insano que desaparece depois dos assassinatos e é encontrado morto. Outro investigado é Michael Ostrog, um médico criminoso russo internado num hospício por tendência homicidas. Aaron Kosminski, um judeu polonês morador de Whitechapel conhecido pela animosidade em relação a mulheres, especialmente prostitutas, também é citado como o possível estripador.
Alguns notáveis da sociedade londrina na época também são mencionados, como o pintor Walter Sickert e o médico Sir William Gull. Os locais onde as mulheres são mortas viram atrações de um turismo macabro.
VW PARA PRODUÇÃO
Em 1944, sob ameaça de bombardeio aliado durante a Segunda Guerra Mundial, a fábrica de automóveis alemã Volkswagen para a produção do Fusca.
O regime nazista constrói a fábrica em 1938 na cidade de KdF e o Salão do Automóvel de Berlim lança o Fusca em 1939, meses antes do início da Segunda Guerra Mundial (1939-45), em 1º de setembro daquele ano. Durante o conflito, aumenta a demanda por utilitários, em vez de carros de passeio, mas a produção continua até 7 de agosto de 1944.
Depois da guerra, na Alemanha ocupada, Volfsburg, nome atual da cidade, fica no setor britânico. A produção do carrinho recomeça em dezembro de 1945. A fábrica volta ao controle alemão em 1949. Em 1972, o Fusca supera o Ford Modelo T e se torna o carro mais vendido da história do automóvel.
NORUEGUÊS ATRAVESSA PACÍFICO DE BALSA
Em 1947, para provar que houve contato transpacífico 3 mil anos atrás, o antropólogo norueguês Thor Heyerdahl atravessa o Oceano Pacífico numa balsa madeira, numa jangada, percorrendo 6.880 quilômetros de Callao, no Peru, a Raroia, no Arquipélago Tuamotu, perto do Taiti, na Polinésia, em 101 dias.
JIHADISTAS ATACAM EMBAIXADAS DOS EUA
Em 1998, às 10h30 pela hora local, um caminhão-bomba explode junto à Embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi, no Quênia (foto), e, minutos depois, outro caminhão-bomba tem como alvo a Embaixada Norte-Americana em Dar es Salaam, capital da vizinha Tanzânia.
Os atentados, atribuídos à rede terrorista Al Caeda, liderada por Ossama ben Laden, matam 224 pessoas, inclusive 12 norte-americanos, e ferem mais de 4,5 mil.O presidente Bill Clinton ordena bombardeios retaliatórios a uma companhia farmacêutica do Sudão acusada pelos americanos de produzir armas químicas e a campos de treinamento d'al Caeda no Afeganistão. A resposta dos jihadistas vem nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
ESQUERDA CHEGA AO PODER NA COLÔMBIA
Em 2022, o economista, ecologista, ex-ativista da guerrilha e ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro toma posse como primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, tendo como vice-presidente Francia Márquez, negra, feminista e ativista política.
Petro, da coalizão Pacto Histórico, vence o segundo turno com 50,5% dos votos contra 47,3% para o ex-prefeito de Bucaramanga Rodolfo Hernández, de extrema direita.
Num dos países mais violentos, conservadores e oligárquicos do continente, Gustavo Francisco Petro Urrego prega uma verdadeira revolução pelo voto. Promete combater a desigualdade, taxar os ricos, abrir empregos públicos para desempregados, realizar uma reforma agrária com aumento de impostos sobre latifúndios e terras improdutivas, criar um sistema público e universal de saúde pública, fazer a transição para um regime de previdência social, levar a Internet para todos e reduzir gradualmente o uso de combustíveis fósseis como carvão, gás e petróleo, importantes riquezas do país, substituindo-os por energias renováveis.
Quer acabar com o modelo extrativista, preservar a biodiversidade e investir em alta tecnologia. Alega que a América Latina precisa deixar de ser mera exportadora de produtos primários.
Talvez a maior revolução seja a escolha de sua vice-presidente. Francia Elena Márquez Mina, de 40 anos, é uma líder social negra, feminista, defensora dos direitos humanos e ativista ambiental. Foi empregada doméstica. Apresenta-se como “uma das inexistentes” e dos excluídos.
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