quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Hoje na História do Mundo: 15 de Agosto

 ABERTO O CANAL DO PANAMÁ

    Em 1914, o navio de carga e de passageiros norte-americano Ancon é o primeiro a atravessar o Canal do Panamá, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.

O Panamá pertencia å Colômbia, enfraquecida pela Guerra dos Mil Dias (1899-1902). Quando o Senado colombiano rejeita a proposta dos EUA para abrir o canal, uma intervenção militar norte-americana promove a independência do Panamá, que cede aos EUA o controle da Zona do Canal.

Só em 1977, o ditador Omar Torrijos negocia com o presidente Jimmy Carter a soberania sobre o canal. Em 1999, o Panamá assume o controle, fator de grande prosperidade do país nas últimas décadas.

FIM DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

     Em 1945, depois dos bombardeios nucleares dos Estados Unidos a Hiroxima e Nagasáki em 6 e 9 de agosto, num discurso de 4 minutos e 36 segundos, o imperador Hiroíto anuncia a rendição incondicional do Japão, pondo fim à Segunda Guerra Mundial (1939-45). 

A rendição é assinada oficialmente em 2 de setembro, quando países asiáticos ocupados pelo Japão declaram independência de seus colonizadores ocidentais, inclusive o Vietnã.

O Império do Japão invade a Manchúria em 1931 e o resto da China em 1937. De certa forma, começa a Segunda Guerra Mundial na Ásia antes da invasão da Alemanha Nazista à Polônia, em 1º de setembro de 1939, início da guerra na Europa.

Desde 1940, o Japão invade os países do Sudeste Asiático colonizados por potências europeias sob a desculpa de libertá-los do imperialismo ocidental, mas é uma força de ocupação violenta e brutal. Em 7 de dezembro de 1941, quando o Japão bombardeia a 7ª Frota dos EUA em Pearl Harbor, no Havaí, os norte-americanos entram na guerra.

Diante da impressionante defesa do Japão durante as batalhas de Iwo Jima e Okinawa, em 1945, os EUA estimam que a invasão das quatro maiores ilhas do arquipélago japonês custaria 1 milhão de vidas e decidem usar a bomba atômica, testada pela primeira vez em 16 de julho em Alamogordo, no Novo México.

No seu primeiro pronunciamento pelo rádio, ao justificar a rendição, humilhante na cultura japonesa, que aconselha a lutar até a morte, Hiroíto alega que "o inimigo começou a usar a bomba mais cruel, com poder para produzir danos realmente incalculáveis, tirando muitas vidas inocentes". Em sua memória oral, publicada depois da guerra, o imperador confessa o temor de que "a raça japonesa seria destruída se a guerra continuasse".

Com a derrota, o imperador é obrigado a renunciar a seu status divino. Fica no cargo porque os americanos o mantêm como símbolo da identidade nacional. Em 1952, o Japão recupera a independência, mas até hoje há forças dos EUA no país.


INDEPENDÊNCIA E DIVISÃO DA ÍNDIA

    Em 1947, a Índia e o Paquistão conquistam a independência do Império Britânico acabando com 89 anos de dominação colonial direta e 190 anos desde que a Companhia das Índias Orientais toma Bengala.

O líder indiano Mohandas Gandhi, o Mahatma, saúda "o ato mais nobre da nação britânica". Mas o país se divide. As províncias de maioria hindu formam a República da Índia e as muçulmanas, o Paquistão. A Caxemira, de maioria muçulmana, vira o pomo da discórdia e causa a primeira e a segunda guerras entre os dois inimigos históricos e hoje potências nucleares, em 1947 e 1965.

Pelo menos 20 milhões de pessoas migram de um lado para o outro e 2 milhões morreram. Índia e Paquistão voltam a entrar em guerra em 1971, quando a Índia apoia a independência de Bangladesh, a República de Bengala, antigo Paquistão Oriental.

Também há um conflito que alguns historiadores e cientistas políticos chamam de guerra em 1999 na região de Cargill, na Cordilheira do Himalaia.

Em maio de 1998, a Índia e o Paquistão testam bombas atômicas e assumem o status de potências nucleares.

NASCE A COREIA DO SUL

    Em 1948, Syngman Rhee anuncia a fundação da República da Coreia (Coreia do Sul).

A Coreia vive sob ocupação japonesa de 1910 até o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45), quando os Estados Unidos tomam o Sul da Península Coreana e a União Soviética o Norte. Com o início da Guerra Fria, a unificação do país se torna inviável.

Rhee cria a República da Coreia, que reivindica a soberania sobre toda a Península Coreana. O mesmo faz a República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte), fundada em 9 de setembro de 1948 pelo Grande Líder Kim Il Sung. 

Isto leva à Guerra da Coreia, que começa com a invasão do Sul pelo Norte em 25 de junho de 1950 e termina em 27 de julho de 1953, com a restauração do status quo anterior à guerra. Até hoje, não há um acordo de paz definitivo.

PAZ, AMOR E MÚSICA EM WOODSTOCK

    Em 1969, começa o Festival de Woodstock, o mais emblemático dos anos 1960 e da era hippie, três dias de paz, amor e rock'n'roll numa fazenda da cidade de Bethel, no estado de Nova York, encerrado com Jimi Hendrix apresentando uma versão épica do Hino dos Estados Unidos distorcido para lembrar os bombardeios da Guerra do Vietnã.

Os organizadores querem levantar dinheiro para criar um estúdio e um retiro para músicos na cidade de Woodstock, que nega permissão para o evento, quase abandonado. A solução vem do produtor de leite Max Yasgur, que oferece sua fazenda de 240 hectares em Bethel, a cerca de 80 quilômetros de Woodstock.

Os ingressos custam 6 e 8 dólares por dia, mas a maioria das 400 mil pessoas pula a cerca e entra de graça. O prejuízo inicial é estimado em US$ 1,3 milhão, cerca de US$ 9 milhões pela cotação de hoje. Durante três dias, ouvem músicos como Hendrix, Richie Havens, Joan Baez, Janis Joplin, Joe Cocker, The Who, Jefferson Airplane, Ten Years After e Crosby Stills Nash & Young. 

Pouco mais de uma década depois, o festival começa a dar lucro, com a venda dos discos, do filme e de lembranças deste grande marco na história do rock.

APOCALIPSE NO VIETNÃ

    Em 1979, depois de muitos problemas de produção e vários adiamento, é lançado o filme Apocalypse Now, uma ficção de Francis Ford Coppola sobre a Guerra do Vietnã inspirada no livro No Coração das Trevas, de Joseph Conrad, sobre a criminosa exploração do Congo pela Bélgica.

A história se passa em 1969, quando o capitão do Exército dos Estados Unidos e veterano de operações especiais Benjamin Willard (Martin Sheen) é encarregado de matar o coronel rebelde Walter Kurtz, que cria seu próprio feudo no Camboja, onde é venerado como um semideus.

Durante a viagem, ele passa por cenas patéticas como soldados surfando em meio a um ataque de helicópteros enquanto uma floresta vizinha atingida por bombas incendiárias de napalm pega fogo. É um dos melhores filmes de guerra da história do cinema.

PIOR ATENTADO NA IRLANDA DO NORTE

    Em 1998, depois da assinatura do Acordo de Paz da Sexta-Feira, o Exército Republicano Irlandês Real ou Verdadeiro (Real IRA) explode uma bomba em Omagh, mata 29 pessoas e deixa mais de 200 feridas no pior atentado terrorista da guerra civil na Irlanda do Norte.

O Ira Real é um grupo dissidente do IRA Provisório, que luta durante 29 anos contra o domínio britânico sobre a Irlanda do Norte. Não aceita o acordo de paz. Ao contrário de ataques anteriores, o telefonema que revela a existência de uma bomba manda as pessoas irem em direção ao local da explosão.

VOLTA DOS TALEBÃ

    Em 2021, com a retirada dos Estados Unidos, a Milícia dos Talebã (Estudantes) volta ao poder no Afeganistão depois de quase 20 anos e reimpõe o regime fundamentalismo islâmico que oprime especialmente as mulheres, proibidas de estudar, trabalhar e viajar sozinhas.

Os EUA e aliados atacam o Afeganistão em 7 de outubro de 2001 atrás dos líderes da rede terrorista Al Caeda, responsáveis pelos atentados de 11 de setembro daquele ano em Nova York e no Pentágono. Os talebã caem em três semanas. Os chefes da Caeda são cercados na Batalha de Tora Bora, em dezembro de 2001.

No ano seguinte, o governo George W. Bush reorienta a guerra contra o terrorismo para atacar o Iraque, que não tinha relação com o extremismo muçulmano. Os EUA instalam governos-fantoches no Afeganistão que nunca controlam o interior do país.

Com quase 20 anos, a Guerra do Afeganistão é a maior da história dos EUA. Pelo menos 169 mil pessoas morrem, sendo 2.448 soldados norte-americanos.

O governo afegão é catastrófico. Por causa das violações dos direitos humanos, o dinheiro do país depositado no exterior está congelado. A grande maioria da população sofre de insegurança alimentar.

A morte do líder d’al Caeda, Ayman al-Zawahiri, atingido por um drone dos EUA na casa onde morava num bairro nobre de Cabul, indica que o Afeganistão volta a ser um refúgio para extremistas muçulmanos. 

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