sábado, 10 de agosto de 2024

Hoje na História do Mundo: 10 de agosto

REIS DA FRANÇA SÃO PRESOS

    Em 1792, a monarquia acaba na prática quando a Revolução Francesa prende o rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta. Ambos são guilhotinados em 1793.

Com a Tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, o poder é transferido do rei para a Assembleia Nacional, que começa a abolir os privilégios feudais e o obriga a assinar a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada em 26 de agosto do mesmo ano. Seus 17 artigos são o preâmbulo da Constituição de 1791. O princípio básico é que "todos os homens nascem livres e com direitos iguais".

Os sinais de que Luís XVI está pronto para aceitar uma monarquia constitucional aumentam a popularidade do rei no fim de 1789, quando ele vai a Paris depois da Queda da Bastilha.

Inepto e incompetente, Luís XVI parece esperar que a revolução de dissipe. Com a relutância do rei em concordar com as demandas populares, em 1791, a família real é forçada a sair do Palácio de Versalhes e ir para o Palácio das Tulherias, no Centro de Paris, onde Luís XVI se sente como um prisioneiro.

O rei perde totalmente a credibilidade quando ele e a rainha tentam escapar na chamada Fuga de Varennes na madrugada de 21 de junho de 1791. De manhã, a notícia se espalha em Paris. A Assembleia Constituinte hesita em falar em fuga e declara que o rei foi "raptado".

Antes da meia-noite, a caravana real é detida pela Guarda Nacional em Varennes. A Assembleia Nacional manda a família real voltar para Paris. Desmoralizado, Luís XVI passa a acreditar que só uma intervenção estrangeira contra a revolução pode salvá-lo politicamente.

Sob pressão da rainha, o rei não segue o conselho de aplicar a Constituição e prometer defendê-la. O início de uma guerra com a Áustria, onde nasceu Maria Antonieta, em abril de 1792, levanta suspeitas de conluio com uma potência estrangeira, especialmente depois que o comandante austríaco, Duque de Brusnwick, ameaça destruir Paris se a família real estiver em perigo.

Em reação, a Comuna de Paris invade o Palácio das Tulherias em 10 de agosto de 1792 e prende a família real. A Assembleia Nacional suspende os poderes do rei e proclama a República em 21 de setembro. O rei é despojado de todos os títulos. Passa a ser chamado de cidadão Luís Capeto.

Diante da descoberta em novembro de provas em da conspiração com contrarrevolucionários e com a Áustria, em 3 de dezembro a Convenção Nacional, que domina a segunda parte da Revolução Francesa (1792-95), decide processar o rei e a rainha por traição à França. Ele depõe duas vezes perante a Convenção, em 11 e 23 de dezembro.

Apesar das tentativas dos girondinos, os revolucionários mais moderados, de salvar o rei, Luís XVI é condenado à morte em 18 de janeiro de 1793 por 387 a 334 votos. O antigo Duque de Orleans, primo do rei, vota pela execução. Ainda há um debate sobre morte ou exílio. Na votação final, a execução vence por 380 a 310 votos.

Luís XVI morre na guilhotina na Praça da Revolução, hoje Praça da Concórdia, em 21 de janeiro de 1793. Frente ao cadafalso, Luís Capeto profere suas últimas palavras. "Povo, sou inocente!" Em seguida, se vira para os carrascos e completa: "Senhores, sou inocente de tudo o que me acusam. Espero que meu sangue possa cimentar a felicidade dos franceses."

Nove meses depois, em 16 de outubro de 1793, Maria Antonieta é guilhotina por traição na mesma Praça da Revolução. Ao todo, cerca de 50 mil pessoas morreram na Revolução Francesa de 1789.

REVOLUÇÃO CRIA MUSEU DO LOUVRE

    Em 1793, depois de dois séculos como palácio real, a Revolução Francesa transforma o Louvre em museu aberto ao público.

Hoje o Louvre é o museu mais visitado do mundo e o maior em área, com obras de arte e artefatos que contam 11 mil anos de história do homem, inclusive esculturas como a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia, e o quadro mais famoso do mundo, a Gioconda ou Mona Lisa, de Leonardo da Vinci.

O rei Francisco I começa a construção do Louvre em 1546 no local onde estava o Castelo do Louvre, erguido nos séculos 12 e 13 por Felipe Augusto ou Felipe II. Ele é um grande colecionador de arte e usa o palácio como residência real. A obra continua nos reinados de Henrique II e Carlos IX. Depois de pronto, quase todo rei da França amplia o Louvre, especialmente Luís XIII e Luís XIV, no século 17.

Quando Carlos I da Inglaterra é decapitado na Guerra Civil Inglesa (1642-51), em 30 de janeiro de 1649 e o país se torna uma república até 1660, Luís XIV compra a coleção de arte do rei morto. Em 1682, Luís XIV se muda para o Palácio de Versalhes e o Louvre deixa de ser a residência real.

Durante as guerras napoleônicas, muitos tesouros capturados como troféus de guerra vão para o Museu do Louvre. Muitas peças são devolvidas depois da queda de Napoleão, em 1815, mas não, por exemplo, as coleções sobre o Egito Antigo.

FARMACÊUTICO ALEMÃO INVENTA ASPIRINA

    Em 1897, o farmacêutico Felix Hoffmann consegue sintetizar no laboratório Bayer, na Alemanha, o ácido acetilsalicílico de grande pureza, criando a aspirina.

Desde a Antiguidade, sabe-se que a casca do salgueiro tem propriedades medicinas. O reverendo anglicano Edward Stone apresenta relatório à Sociedade Real de Medicina da Inglaterra destacando sua ação contra a febre.

Com o tempo, o ácido salicílico começa a ser usado como medicamento. Hoffmann usa a acetilação para inventar o remédio usado até hoje. Em 1971, o britânico John Robert Vane descobre um efeito anticoagulante. Por isso, a aspirina é usada na prevenção de infartos.

NASCE A GUITARRA ELÉTRICA

    Em 1937, George Delmetia Beauchamp patenteia nos Estados Unidos a primeira guitarra elétrica.


 O violão, a guitarra acústica, é um símbolo da música no interior dos EUA, mas seu som desaparece em orquestras, ao lado de instrumentos de sopro e de percussão.

Eletrificada, a guitarra transforma o som num sinal elétrico reconvertido em som e amplificado. É um instrumento versátil e relativamente fácil de tocar. Revoluciona o blues, o jazz, a música rural e cria o ambiente para o surgimento do rock'n'roll, em 1954. 

100 GRAUS FAHRENHEIT 

   Em 2003, durante uma onda de calor que mata mais de 35 mil pessoas na Europa, a temperatura no Reino Unido passa pela primeira vez de 100 graus Fahrenheit (37,8 graus centígrados).

A França é o país mais atingido, com 15 mil mortes, seguida pela Alemanha, com 7 mil mortes. Na Espanha e na Itália, também morrem milhares de pessoas.

Quando a temperatura do ar sobe acima da temperatura do corpo, de cerca de 37ºC (98,6ºF), o organismo tem dificuldade para se refrescar. Se a temperatura do corpo chegar a 104ºF (40ºC), órgãos vitais podem entrar em colapso e causar a morte.

Com o aquecimento global, a temperatura passou de 18ºC na Antártida no verão de 2020 no Hemisfério Sul e chegou a 49ºC no Canadá no verão de 2021 no Hemisfério Norte. Em 2022, chegou a 40ºC em Londres e Paris. Neste ano, a situação se agravou ainda mais.

A temperatura média do planeta ultrapassou o limite de um grau centígrado e meio acima da temperatura em 1750, quando começa a Revolução Industrial. Era a meta do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima para evitar um aumento ainda maior de eventos climáticos extremos.

O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas adverte que já estamos assistindo aos efeitos trágicos do aquecimento global, como a enchente no Rio Grande do Sul em maio deste ano, e a situação pode piorar muito se a humanidade não reduzir o uso de combustíveis fósseis. 

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