EUA DEBATEM CONSTITUIÇÃO
Em 1787, a Convenção Constitucional começa a discutir o primeiro anteprojeto completo da Constituição dos Estados Unidos.
Para consolidar a União, em 25 de maio de 1787, a Convenção Constitucional se reúne pela primeira vez na Casa de Governo do Estado da Pensilvânia, na cidade da Filadélfia, onde fora escrita a Declaração da Independência.
INDEPENDÊNCIA DA BOLÍVIA
Em 1825, a Bolívia conquista a independência do Império Espanhol.
Com a conquista espanhola, que começa com a queda do imperador Ataualpa em 1532 numa guerra que vai até 1572, a Bolívia passa a ser parte do Vice-Reino do Peru, que no início inclui toda a parte espanhola da América do Sul.
Em 1545, um indígena faz uma fogueira para se proteger do frio da Cordilheira dos Andes. Uma pedra derrete e brilha à luz da Lua. É prata do Cerro Rico de Potosí, uma montanha de prata, a maior jazida de prata da história. De lá, sai 80% da prata de todo o planeta. Com 150 mil habitantes, Potosí é uma das maiores cidades do Novo Mundo. O mundo fica mais rico, mas a Bolívia continua pobre.
Com a criação do Vice-Reino do Prata, com capital em Buenos Aires, em 1776, a Bolívia passa a fazer parte. É chamada pelos platinos de Alto Peru.
A independência dos países da América Latina é consequência da invasão da França de Napoleão Bonaparte a Portugal (1807) e Espanha (1808). A Bolívia proclama a independência em 1809, mas só a conquista em 1825 com o nome de República de Bolívar, homenagem ao libertador Simón Bolívar, depois de vitória do general Antonio José de Sucre sobre os últimos realistas.
Apesar da riqueza da prata e também de estanho, explorado mais recentemente, a Bolívia se tornou um dos países mais pobres da América. Seu exército, um dos mais incompetentes do mundo, perde todas as guerras.
A Bolívia perde a saída para o mar na Guerra do Pacífico (1879-83) com o Chile. Perde o Acre na Guerra do Acre (1899-1902) com o Brasil e parte da província do Chaco para o Paraguai na Guerra do Chaco (1932-35). Os militares bolivianos deram um recorde de 194 golpes de Estado.
A eleição de Evo Morales como primeiro presidente indígena da Bolívia em dezembro de 2005 leva à transformação do país em "Estado plurinacional" num reconhecimento dos direitos dos povos originários e acelera o desenvolvimento econômico.
URSS ANEXA ESTÔNIA
Em 1940, a União Soviética de Josef Stalin anexa a Estônia.
A primeira referência aos estonianos é do historiador romano Tácito no primeiro século da era cristã. Os vikings são os primeiros a invadir o país, no século 9, o que se repete ao longo da história. Nos séculos 11 e 12, os dinamarqueses e os suecos tentam impor o cristianismo. De 1030 a 1192, os russos invadem a Estônia 13 vezes sem conseguir dominar o país. Os alemães também invadem e dominam parte da Estônia.
No fim do século 15, duas potências emergem na região: a Comunidade Polaco-Lituana e o Principado de Moscou, embrião da Rússia. O czar Ivã IV, o Terrível, invade em 1558. Os russos são expulsos pelos suecos em 1581.
Em 1629, o Tratado de Altmark acaba com a guerra entre a Suécia e a Comunidade Polaco-Lituana, que cede a maior parte da Livônia. Todas as terras da Estônia passam ao controle sueco.
Na Grande Guerra do Norte (1700-21), a Rússia, a Dinamarca-Noruega e a Saxônia-Polônia desafiam a supremacia da Suécia na região do Mar Báltico. A Suécia entra em declínio e a Rússia se torna a potência dominante na região. No tratado de paz de Nystad, a Suécia cede à Rússia todas as suas províncias bálticas.
O movimento nacionalista ressurge no fim do século 19 em resposta à russificação promovida pelo czar Alexandre III. A Revolução de 1905, depois da derrota da Rússia para o Japão na Guerra do Pacífico (1904-5), chega à Estônia. Jaan Tönisson funda o Partido Liberal Nacional. O partido se divide entre entre liberais e radicais. A Rússia impõe a lei marcial e executa 328 estonianos.
A Estônia conquista a independência com as revoluções de 1917 na Rússia. O Conselho Nacional Estoniano se reúne em 14 de julho e 12 de outubro, e forma um governo provisório com Konstantin Päts como primeiro-ministro.
Em 28 de novembro de 1917, depois do golpe de Estado dos bolcheviques (comunistas) contra o governo provisório de Alexander Kerenski na Rússia, o Parlamento da Estônia decide se separar da Rússia. Os comunistas do Conselho de Comissário do Povo da Rússia nomeiam o governo-fantoche de Jaan Anvelt. Ele toma o poder na capital, Tallinn, mas não consegue controlar todo o país.
A Alemanha invade a Estônia em fevereiro de 1918. Os comunistas fogem. Em 24 de fevereiro, o Conselho Nacional Estoniano proclama a independência. O domínio alemão acaba com a rendição da Alemanha e o fim a Primeira Guerra Mundial (1914-18), em 11 de novembro de 1918.
O Exército Vermelho da URSS invade a Estônia em 28 de novembro. O coronel Johan Laidoner lança uma contraofensiva em janeiro de 1919 com o apoio dos aliados, de uma esquadra britânica e de uma força de 2,7 mil voluntários finlandeses. No fim de fevereiro, todo o território da Estônia.
Em 1º de dezembro de 1924, uma conspiração de 300 russos tenta submeter a Estônia. O Partido Comunista é colocado na ilegalidade.
O fim da independência é fruto do Pacto Germano-Soviético, um pacto de não agressão negociado por Adolf Hitler e Josef Stalin em 23 de agosto de 1939. Primeiro, a Alemanha e a URSS dividem a Polônia. Em 28 de setembro, Stalin impõe um acordo de "assistência recíproca" e ocupa várias bases militares estonianas. Em 6 de agosto de 1940, o Soviete Supremo da URSS anexa a Estônia como uma república soviética.
Depois que a Alemanha Nazista invade a URSS, em 22 de junho de 1941, a Estônia fica sob ocupação alemã até fevereiro de 1944, quando é invadida de novo pelo Exército Vermelho.
Com o declínio terminal da URSS, em março de 1990, os partidários da independência vencem as eleições legislativas, fruto das reformas do líder soviético Mikhail Gorbachev. A independência é declarada formalmente em agosto de 1991, quando a linha-dura soviética dá um golpe contra Gorbachev, e reconhecida no mês seguinte.
BOMBA DE HIROXIMA
Em 1945, às 8h15, o avião bombardeiro Enola Gay, dos Estados Unidos, joga a primeira bomba atômica, em Hiroxima, no Japão, matando imediatamente pelo menos 80 mil pessoas, no fim da Segunda Guerra Mundial.
Três dias depois, os EUA jogam uma segunda bomba atômica, em Nagasaki, matando 60 mil pessoas. O Japão se rende em 15 de agosto. Com as vítimas que morrem até hoje de doenças causadas pela radiação o total de mortes passa de 300 mil.
A justificativa do bombardeio nuclear é a necessidade de obrigar o Japão a se render incondicionalmente. A julgar pelas batalhas de Iwo Jima e Okinawa, a invasão das quatro principais ilhas do arquipélago japonês pode custar um milhão de vidas. Por outro lado, quem condena o ataque alega que o Japão já negociava a paz através da Suíça.
O plano para fazer uma bomba nuclear de urânio começa em 1939, quando o físico italiano Enrico Fermi se encontra na Universidade de Colúmbia com oficiais da Marinha dos EUA para discutir o uso militar da fissão nuclear.
Naquele ano, em carta ao presidente Franklin Roosevelt, o genial cientista alemão Albert Einstein defende a teoria de que uma reação nuclear descontrolada, em cadeia, tinha um grande potencial para ser a base de uma arma de destruição em massa. Daí, nasce o Projeto Manhattan, com objetivo de criar uma bomba atômica antes da Alemanha nazista.
Na Alemanha, o projeto era chefiado por Werner von Heisenberg, um dos maiores físicos teóricos do século 20, criador do Princípio de Incerteza. Felizmente, ele fracassa na prática ao não chegar ao conceito de massa crítica, a quantidade de material físsil necessária para manter uma reação nuclear em cadeia autossustentada, de 47 quilos para o urânio-235 e 10 kg para o plutônio-239, os explosivos nucleares usados em Hiroxima e Nagasaki.
Faltou apoio do Estado-Maior e da cúpula do Partido Nacional-Socialista Trabalhista Alemão (Nazista). Albert Speer, arquiteto-chefe e ministro dos Armamentos da Alemanha, se reuniu cerca de 2,2 mil vezes com o ditador Adolf Hitler. Só em duas ocasiões, Hitler falou em armas nucleares.
O Führer acredita que um dia haverá uma arma capaz de tocar fogo na terra, mas imagina que isso só acontecerá muito depois de sua morte. Comete suicídio em 30 de abril. Em 17 de julho, os EUA fazem o primeiro teste nuclear, em Alamogordo, no estado do Novo México.
Apesar do sigilo que envolvia o Projeto Manhattan, espiões conseguem roubar os segredos. Em 29 de agosto de 1949, a União Soviética faz seu primeiro teste nuclear. O Reino Unido explode a bomba em 3 de outubro de 1952. A França detona a primeira arma nuclear em 13 de fevereiro de 1960. E a China entra para o clube atômico em 16 de outubro de 1964.
Pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear, de 1968, só estas grandes potências podem ter armas nucleares. Não por coincidência são os cinco membros permanentes com direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A Rússia herdou o arsenal nuclear e a vaga da URSS.
Israel fez a primeira arma nuclear operacional em dezembro de 1966, mas não admite publicamente que tenha um arsenal atômico. A Índia e o Paquistão assumiram o status de potências nucleares com testes em maio de 1998. A África do Sul foi o primeiro e único país e fabricar e abandonar as armas nucleares, desmanteladas a partir de 1989. A Coreia do Norte faz seu primeiro teste nuclear em 2006.
Na prática, por mais terríveis que sejam, as bombas atômicas evitaram as guerras entre as grandes potência, que seriam destruição mutuamente assegurada. Mas, com o abandono de tratados de controle de armas, a China construindo novos silos para se equiparar aos EUA e à Rússia, e novas potências nucleares como a Coreia do Norte, outros países com ambições como o Irã e a guerra da Rússia contra a Ucrânia, o risco de uma guerra atômica é o maior hoje desde o fim da Guerra Fria.
INDEPENDÊNCIA DA JAMAICA
Em 1962, depois 300 anos de domínio pela Inglaterra e o Império Britânico, a Jamaica se torna um país independente e se torna uma monarquia constitucional dentro da Comunidade (ex-Britânica) das Nações com um regime parlamentarista e o rei ou rainha do Reino Unido como chefe de estado.
A Jamaica é a terceira maior ilha do Mar do Caribe, atrás de Cuba e de Hispaniola, a ilha dividida entre Haiti e a República Dominicana. O descobridor da América para os europeus, Cristóvão Colombo, chega à Jamaica em 1494 e a descreve como "a ilha mais linda jamais vista" e a chamou de Santiago. Mas o nome original dos povos indígenas, Jamaica ou Xaymaca, prevalece.
Em 1655, uma expedição inglesa sob o comando do almirante William Penn e do general Robert Venables toma a ilha e começa a expulsar os espanhóis. Com medo de ataques da Espanha, o governador militar convida os piratas a ir para a Jamaica, que se torna um refúgio seguro para eles.
Quando a Espanha aceita a reivindicação inglesa sobre a Jamaica no Tratado de Madri (1670), a Inglaterra começa a expulsar os piratas. Em 1672, nasce a Royal Africa Company, que tem o monopólio do tráfico de escravos para a Inglaterra. Logo o número de escravizados é cinco vezes maior do que o de europeus.
A Jamaica se torna uma das mais valiosas colônias inglesas para a produção agrícola de açúcar, algodão e cacau. A produção de açúcar atinge o auge no século 18. No fim do século, o café começa a rivalizar com o açúcar.
Em 1782, uma grande esquadra da França tenta invadir a Jamaica com o apoio da Espanha, mas é repelida. Em 1806, o almirante John Duckworth derrota a última tentativa de invasão francesa. No ano seguinte, com a Revolução Industrial, o Parlamento Britânico proíbe o tráfico de escravos transatlântico e a escravidão no Reino Unido.
A escravidão nas colônias só acaba em 1838, depois de uma grande revolta de escravos na Jamaica. No Natal de 1831, 60 dos 300 mil escravos da Jamaica se revolta com o apoio da Igreja Batista para exigir liberdade e pagamento pela o trabalho. É a Guerra Batista ou Rebelião do Natal.
Quando a Jamaica se torna uma colônia real, em 1866, o governador John Peter Grant cria uma força policial, um serviço médico, um departamento de obras públicas e um banco público, e reforma o sistema judiciário. No fim do século 19, a banana se torna o principal produto de exportação da ilha.
Em 1914, o líder jamaicano Marcus Garvey funda a Associação Universal para Avanço Negro para defender o nacionalismo negro e o pan-africanismo. A deterioração da economia com a Grande Depressão (1929-39) gera revolta e motins em 1938. Surgem os primeiros sindicatos, que exigem autodeterminação.
A Jamaica é pouco afetada pela primeira e a segunda guerras mundiais. A Constituição de 1944 cria uma Câmara dos Representantes eleita pelo voto popular com um Conselho Legislativo nomeado como câmara revisora. Em 1959, a Jamaica conquista o direito de se autogovernar internamente, último passo antes da independência.
DIREITO DE VOTO
Em 1965, o presidente Lyndon Johnson sanciona a Lei dos Direitos de Voto, uma das mais importantes legislações de direitos civis dos Estados Unidos, aprovada para vencer barreiras impostas por governos estaduais e municipais ao voto dos negros.
Depois da Guerra da Secessão ou Guerra Civil Americana (1861-65), em que o Sul tenta se separar da União, o Congresso aprova as emendas constitucionais nº 14, ratificada em 1868, que dá cidadania a todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos EUA, inclusive ex-escravos, garantindo a todos "proteção igual perante a lei; e nº 15, ratificada em 1870, que dá direito de voto aos homens negros.
Há uma forte reação da maioria branca. Através de intimidação ou fraude, há várias tentativas de impedir os negros de se registrar e de votar. Testes de alfabetização, eleições primárias só para brancos e outras medidas também barrar o acesso dos negros às urnas e aos cargos eletivos.
Em consequência, no início do século 20, a imensa maioria dos negros não votava. A Suprema Corte considera algumas medidas inconstitucionais, mas até o início dos anos 1960 os negros são marginalizados. O presidente John Kennedy se empenha em garantir os direitos dos negros. Depois de sua morte, o Congresso aprova a Lei dos Direitos Civis (1964) e a Lei dos Direitos de Voto (1965).
No século 21, a maioria conservadora da Suprema Corte enfraquece esses direitos sob a alegação de que a discriminação que havia nos anos 1960 está praticamente eliminada.
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