Criar emprego para uma funcionária-fantasma, que não trabalha, e ficar com o dinheiro são crimes? Na França, sim. No Brasil, a chamada rachadinha é prática comum.
O ex-primeiro-ministro conservador François Fillon, de 68 anos, foi condenado em segunda instância pelo Tribunal de Recursos de Paris, em 9 de maio, a quatro anos de prisão, sendo um em regime, 375 mil euros (R$ 1,931 milhão) de multa e suspensão dos direitos políticos por 10 anos.
Fillon foi denunciado por empregar a mulher como assessora parlamentar na Assembleia Nacional da França, onde ela ganhou 612 mil euros (R$ 3,152 milhões pela cotação de hoje) entre 1998 e 2013 sem trabalhar.
Penélope Fillon foi condenada a dois anos de prisão, com direito a suspensão da pena, por "cumplicidade no desvio de fundos públicos". As penas são inferiores às estabelecidas na primeira instância, que eram de cinco anos para para ele, sendo dois em regime fechado, e de três anos para ela, também com direito a sursis. Ainda cabem recursos.
O Penépolegate enterrou a candidatura de Fillon à Presidência da França em 2017, quando concorreu pelo partido gaullista, de centro-direita, abrindo caminho para a primeira eleição do presidente Emmanuel Macron.
O partido gaullista, que governou a França por mais tempo durante a 5ª República, hoje chamado de Os Republicanos, teve 20% dos votos no primeiro turno com Fillon em 2017 e apenas 4,8% com Valérie Pécresse em 2022. O Penépolegate também foi coveiro do gaullismo, que sempre pode ressuscitar na era pós-Macron.
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