domingo, 5 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 5 de Maio

MORTE DE NAPOLEÃO

    Em 1821, morre no exílio na ilha de Santa Helena, no Oceano Atlântico, uma possessão britânica, o imperador francês Napoleão Bonaparte, um dos maiores generais de todos os tempos.

Napoleão nasce em 15 de agosto de 1769 em Ajácio, a capital da ilha da Córsega, que dois anos antes se torna parte da França. Com a derrocada da aristocracia na Revolução Francesa de 1789, Napoleão ascende rapidamente na hierarquia do Exército, onde antes para ser general precisava ter quatro gerações de nobreza.

General aos 24 anos, depois da campanha do Egito, em 1798, Napoleão é nomeado cônsul em 1799 e acaba com a revolução na França, enquanto seu exército cidadão luta contra as monarquias europeias. Em 1804, Napoleão se coroa imperador.

Ele não consegue invadir a Inglaterra por causa das derrotas para o almirante Horácio Nelson em Abukir (1799) e Trafalgar (1805). Mas controla maioria do continente, inclusive a Península Ibérica, o que provoca a fuga da família real portuguesa para o Brasil e a independência da América Latina.

Seu maior erro é a invasão da Rússia, em 24 de junho de 1812 com o Grande Exército, de 600 mil homens. Depois de uma vitória com enormes perdas na Batalha de Borodino, o Exército russo recua e incendeia Moscou, deixando os franceses sem abrigo e sem comida no início do outono no Hemisfério Norte. A fuga termina em 14 de dezembro. Napoleão nunca se recupera da Campanha da Rússia.

Em 1813, a Sexta Coligação contra Napoleão (Áustria, Prússia, Rússia, Reino Unido, Suécia e alguns estados alemães) o derrota na Batalha de Leipzig. No ano seguinte, seus inimigos invadem Paris. Em 11 de abril de 1814, Napoleão abdica e vai para o exílio na Ilha de Elba, no Mar Mediterrâneo.

O general foge de Elba em fevereiro de 1815 e retoma o poder em 20 de março, mas o segundo reinado dura apenas 100 dias. Um exército da Sétima Coligação (Reino Unido, Áustria, Prússia e Rússia), sob o comando do Duque de Wellington, vence Napoleão na Batalha de Waterloo, na Bélgica, em 18 de junho de 1815. Ele abdica em 22 de junho e vai preso para a Ilha de Santa Helena, onde morre seis anos depois.

BATALHA DE PUEBLA

    Em 1862, mesmo em desvantagem numérica, o Exército do México derrota uma poderosa força invasora da França na cidade de Puebla, uma grande vitória moral que mostra aos mexicanos que eles têm capacidade de defender sua soberania contra uma potência estrangeira, 14 anos depois de perder cerca de 40% de seu território para os Estados Unidos na Guerra Mexicano-Americana (1846-48).

Quando Benito Juárez, o primeiro indígena a governar um país da América Latina, vira presidente, em 1861, o México está falido. Não paga dívidas. A Espanha, a França e o Reino Unido mandam forças navais para Veracruz para cobrar.

A Espanha e o Reino Unido negociam, mas a França, governada pelo imperador Napoleão III, vê uma oportunidade de ampliar seu império, facilitada pelo início, em 12 de abril de 1861, da Guerra da Secessão (1861-65) nos EUA, cuja Doutrina Monroe se opunha a intervenções europeias no continente.

Em 8 de dezembro de 1861, a expedição tripartite chega a Veracruz. A França rompe a aliança em abril e decide recolonizar o México. Certo da vitória rápida, o Exército francês marcha com 6 mil homens rumo a Puebla de Los Angeles, a caminho da Cidade do México.

Sob o comando do general Ignacio Zaragoza, uma força de 2 a 5 mil mexicanos resiste até o general francês Charles de Lorencez retirar suas tropas derrotadas.

Os franceses dominam o país, mas os mexicanos travam uma guerra de guerrilhas, com o apoio dos EUA depois do fim da guerra civil norte-americana.

Napoleão III nomeia o arquiduque austríaco Maximiliano de Habsburgo imperador do México. Ele governa o país de 10 de abril de 1864 até ser capturado pelas forças de Juárez e fuzilado, em 19 de junho de 1867. Dois dias depois, a França se rende e o México restaura a república.

CHANEL Nº 5

    Em 1921, a butique de Coco Chanel na Rua Cambon, em Paris, lança o perfume Chanel Nº 5, que revoluciona a indústria da perfumaria e mantém o sucesso há mais de um século.

Quando perguntaram a Marylin Monroe o que ela usava para dormir, a superestrela de Hollywood respondeu: "Chanel nº 5."

ALEMANHA OCIDENTAL SE ARMA

    Em 1955, a Alemanha Ocidental recupera parcialmente a soberania da Alemanha e o direito de ter um exército, mas o fim total da ocupação pelos aliados ocidentais – Estados Unidos, França e Reino Unido – no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45) só vem com a reunificação do país, em 3 de outubro de 1990.


A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é criada em 1949 em reação ao Bloqueio de Berlim pelo ditador soviético Josef Stalin no ano anterior. A França aceita o armamento e a entrada da Alemanha Ocidental na OTAN desde que não haja um exército alemão independente.

A Alemanha Ocidental se arma e se associa à aliança militar ocidental que se opõe na Guerra Fria à União Soviética, que domina a Alemanha Oriental até a abertura do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, o que abre caminho para a reunificação.

CEM ANOS DE SOLIDÃO

    Em 1967, a Editorial Sudamericana lança em Buenos Aires a primeira edição, com tiragem de 8 mil exemplares, do romance Cem Anos de Solidão, do escritor colombiano Gabriel García Marquez, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1982.


O livro é considerado pelo jornal francês Le Monde um dos 100 melhores do século 20. Obra-prima do chamado realismo fantástico latino-americano, vende mais de 30 milhões de cópias em 35 idiomas.

Cem Anos de Solidão conta a história de sete gerações da família Buendía, personagens de ficção fundadores de Macondo, uma cidade imaginária praticamente isolada do mundo, mas atingida por novas tecnologias, a conturbada política colombiana como a Guerra dos Mil Dias (1899-1902) e a penetração de uma empresa estrangeira, a American Fruit Company, criada à imagem e semelhança da United Fruit, responsável por golpes e ditaduras na América Latina.

BOBBY SANDS MORRE

    Em 1981, depois de 66 dias de greve de fome para ser reconhecido como preso político e não como criminoso comum, o miliciano do Exército Repúblico Irlandês (IRA) Provisório Bobby Sands morre na prisão de Maze, deflagrando uma onda de protestos violentos e choques de jovens católicos, republicanos e nacionalistas irlandeses contra a polícia e o Exército Real britânicos na Irlanda do Norte.

Sands nasce em 1954 numa família católica que mora num bairro de maioria protestante de Belfast, a capital da Irlanda do Norte. Em 1972, no auge da guerra civil norte-irlandesa, a família se muda para um conjunto habitacional popular num bairro católico, onde ele é recrutado pelo IRA Provisório.

O IRA nasce em 1919 para lutar pela independência da Irlanda, conquistada em 1921, mas seis condados de maioria protestante da província do Úlster formam a Irlanda do Norte e permanecem no Reino Unido, o que os nacionalistas irlandeses nunca aceitam.

Como os católicos são discriminados, surge nos ano 1960 um movimento para acabar com o domínio britânico sobre a Irlanda do Norte e reunificar a Irlanda. Em resposta à intervenção militar do Exército Real a partir de agosto de 1969, o IRA renasce como IRA Provisório. É o principal grupo armado dos católicos, republicanos e nacionalistas irlandeses na guerra civil na Irlanda do Norte. 

Em 1972, Bobby Sands é preso e condenado por participar de vários roubos atribuídos ao IRA. Vai para uma prisão que parece um campo para criminosos de guerra, onde tem liberdade de movimento e de se vestir como quiser. Ele fica quatro anos preso.

Menos de um ano depois de ser solto, Sands é preso em 1977 por estar armado perto do local de um atentado a bomba do IRA. Como desde 1976 o governo britânico criminaliza as ações violentas dos terroristas irlandeses, Sands vai para a prisão de segurança máxima de Maze, ao sul de Belfast.

Na cadeia, Sands se une a outros milicianos do IRA Provisório para exigir os direitos que tinham até 1976 como presos políticos. Em 1980, uma greve de fome dura 53 dias. É suspensa quando um dos prisioneiros entra em coma.

O governo conservador de Margaret Thatcher (1979-90) é intransigente. Faz pequenas concessões. Em 1º de março de 1981, no quinto aniversário da política de criminalização, Bobby Sands inicia nova greve de fome.

Em 9 de abril, Sands é eleito para uma cadeira vaga na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico. Os deputados do Sinn Féin nunca tomam posse porque se negam a jurar lealdade à coroa britânica. Mais tarde, o Parlamento aprova lei para proibir condenado cumprindo pena de ser deputado.

O papa João Paulo II faz um último apelo para que Sands volte a se alimentar. Ele se nega. Entra em coma em 3 de maio e morre na madrugada de 5 de maio.

Além de Sands, mais nove prisioneiros morrem até a greve ser encerrada, em 3 de outubro de 1981, sob pressão de parentes dos presos e da Igreja Católica.

Com o fim da greve de fome, o governo Thatcher restitui o direito de usar trajes civis, permite que os presos recebam visitas e cartas, tenham mais espaço para se movimentar e não sejam submetidos a punições severas por se negarem a trabalhar na prisão. Mas não o status de prisioneiros políticos. Continuam sendo criminosos comuns.

Mais de 3,5 mil pessoas são mortas nos 30 anos da Guerra Civil da Irlanda do Norte (1968-98). O IRA se desmobiliza em 2005, com base no Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa (1998).

Nas últimas eleições, o Sinn Féin é o partido mais votado. Pela primeira vez, o SF lidera o governo de união nacional da Irlanda do Norte. A primeira-ministra é Michelle O'Neill.

HOMEM-ARANHA

    Em 2002, O Homem-Aranha torna-se o primeiro filme a faturar mais de US$ 100 milhões no fim de semana de estreia.

O filme leva para o cinema pela segunda o personagem da história em quadrinhos criado por Stan Lee para a Marvel Comics em 1962. Sob a direção de Sam Raimi, tem Tobby McGuire e Willem Dafoe nos papéis principais.

Peter Parker visita um laboratório de genética onde há uma exposição de aranhas. Picado por uma aranha geneticamente modificada, ele ganha poderes especiais, uma força descomunal e a capacidade de produzir teias. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente artigo, testemunho da História até chegar ao Chanel da Marylin Monroe.