domingo, 19 de maio de 2024

Hoje na História do Mundo: 19 de Maio

ANA BOLENA DECAPITADA

    Em 1536, condenada por adultério, Ana Bolena, a segunda das seis mulheres do rei Henrique VIII, da Inglaterra, e mãe da futura rainha Elizabeth I, é decapitada na Torre de Londres.

Henrique VIII nasce em Greenwich em 28 de junho de 1991. É filho de Henrique Tudor, que derrota o rei usurpador Ricardo III na Batalha de Bosworth, em 22 de agosto de 1485, e vence a Guerra das Duas Rosas (1455-1487), a guerra entre as dinastias de Lancaster e York, herdeiras de Eduardo III, e se torna Henrique VII, o primeiro rei da dinastia Tudor.

A grande preocupação de Henrique VIII é ter um filho homem para evitar uma guerra de príncipes pela sucessão. Mas Catarina de Aragão, filha dos reis católicos da Espanha, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela, lhe dá uma filha mulher, Maria Tudor, futura Maria I.

Desde 1527, Henrique VIII pressiona o papa Clemente VII a anular o casamento, mas seu rival, o rei Carlos V, da Espanha, imperador do Sacro Império Romano-Germânico, o mais poderoso dos reis da Europa naquela época, que sonha com uma "monarquia universal", faz pressão no sentido contrário.

Filha de Tomás Bolena e Elizabeth Howard, Ana Bolena é educada na Holanda, na corte de Maragarida arquiduquesa da Áustria, e depois vai para a França ser dama de companhia da rainha Cláudia de Valois, esposa de Francisco I. Ela volla à Inglaterra em 1522.

Dois anos e meio depois, Ana conhece Henrique VIII e resiste às investidas do rei para se tornar seu amante como a irmã Maria Bolena. Em 1532, em Calais, os dois se tornam amantes.

Ele se divorcia de Catarina de Aragão, motivo do rompimento com a Igreja Católica em 1534, para se casar secretamente em 25 de janeiro de 1533 com Ana Bolena, que em setembro lhe dá outra filha mulher, a futura Elizabeth I, a mulher mais poderosa da história da Inglaterra.

O casamento com Catarina de Aragão é anulado 23 de maio de 1533. Pouco depois, Henrique VIII e o arcebispo de York, Thomas Wolsey, são excomungados. Em 3 de novembro de 1534, Henrique VIII cria a Igreja da Inglaterra e se torna seu primeiro chefe. Até hoje, o rei da Inglaterra é o chefe da Igreja Anglicana. Na coroação de Carlos III, houve cerimônia em várias religiões para reconhecer a diversidade cultural do Reino Unido hoje.

Ao todo, Henrique VIII casa com seis mulheres. A terceira, Jane Seymour, lhe dá o filho homem, Eduardo VI, fraco e doente..

Ana Bolena é presa em 2 de maio de 1536 sob acusações de adultério, incesto e traição, e decapitada na Torre de Londres. 

Quando Henrique VIII morre, em 28 de janeiro de 1547, o único filho legítimo homem, Eduardo VI, ascende ao trono com nove anos. Com a saúde frágil, morre aos 15 nos, em 6 de julho de 1553. É sucedido por Lady Jane Gray, filha de uma irmã de Henrique VIII, a Rainha dos Nove Dias.

Quem herda o trono é Maria I, a primeira mulher a reivindicar com sucesso o trono da Inglaterra. Ele se casa com Felipe II, da Espanha, filho de Carlos V, do Sacro Império Romano-Germânico, mas não tem filhos. Católica, tenta reverter a Reforma Protestante na Inglaterra. 

Maria I morre em 17 de novembro de 1558. É sucedida por Elizabeth I, filha de Ana Bolena,  que retoma a Reforma Protestante e começa a construir o Império Britânico. Conhecida como a Rainha Virgem, morre sem deixar filhos em 1603. 

Elizabeth I é sucedida por Jaime I da Inglaterra e Jaime VI da Escócia, católico, filho de sua inimiga Maria Stuart, que manda construir um túmulo para a mãe na Abadia de Westminster do mesmo nível do de Elizabeth I.

O conflito entre católicos e protestantes leva à Guerra Civil Inglesa do século 17. Carlos I, filho de Jaime I, é decapitado em 30 de janeiro de 1649, início de um breve período republicano na história da Inglaterra. A guerra só termina a Revolução Gloriosa 1688, que produz a Declaração de Direitos de 1689, estabelece a supremacia do Parlamento e torna a Inglaterra numa monarquia constitucional.

GUERRA DOS TRINTA ANOS

    Em 1643, durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-48), o Exército da França, sob o comando de Luís II de Bourbon, vence a Espanha na Batalha de Rocroi, na região francesa de Ardennes, e acaba com a supremacia militar espanhola na Europa depois de 120 anos. No fim da guerra, a França se torna a maior potência militar do continente.

A guerra começa com a Terceira Defenestração de Praga. em 23 de maio de 1618, quando protestantes jogam três altos funcionários católicos do Reino da Boêmia de uma janela do Castelo de Praga, em revolta contra uma proibição à construção de igrejas protestantes.

É no início um conflito religioso que começa dentro do Sacro Império, com os católicos austríacos e espanhóis lutandocontra os reinos e principados protestantes. Depois das intervenções da Dinamarca (1625-29) e da Suécia (1630-35) do lado dos protestantes, a França intervém em 1635 sob a liderança do Cardeal de Richelieu, primeiro-ministro do rei Luís XIII.

A Guerra dos Trinta Anos é o conflito que provoca as invasões holandesas no Nordeste do Brasil e o fim da União Ibérica, o período da história do Brasil conhecido como Domínio Espanhol (1580-1640), quando o rei da Espanha reinava também em Portugal. Richelieu fomenta a Revolta de Lisboa, em 1º de maio de 1640, para Portugal recuperar a independência e enfraquecer a Espanha.

Cinco dias após a ascensão de Luís XIV ao trono da França com menos de cinco anos, a França quebra em Rocroi o mito da invencibilidade espanhola nas guerras europeias. 

LAWRENCE DA ARÁBIA MORRE EM ACIDENTE DE MOTO

    Em 1935, seis dias depois de um acidente de motocicleta na estrada em Dorset, no interior da Inglaterra, morre aos 46 anos Thomas Edward Lawrence, mais conhecido como Lawrence da Arábia, o oficial de inteligência britânico que aderiu à Revolta Árabe (1916-18) para vencer o Império Otomano (turco) na Primeira Guerra Mundial (1914-18).

T. E. Lawrence nasce em Tremadog, na País de Gales, em 1888. Em 1896, sua família se muda para Oxford, onde ele estuda arquitetura e arqueologia. Em 1909, ele faz viagem de estudo à Palestina e à Síria, então partes do Império Otomano.

Dois anos depois, Lawrence consegue uma bolsa para uma expedição arqueológica que escava um assentamento hitita no Rio Eufrates durante três anos. Ele aprende árabe e viaja pelo Oriente Médio.

Em 1914, explora a Península do Sinai, no Egito, na época controlado pelo Império Britânico, na fronteira com o Império Otomano. Com seu conhecimento sobre o Oriente Médio, Lawrence se alista como oficial de inteligência quando começa a guerra. Fica baseado no Cairo como analista de informações.

Quando o emir de Meca, Hussein Ibn Ali, proclama a Revolta Árabe contra a dominação turca, em 1916, vai numa missão diplomática britânica à Arábia, convence seus superiores a apoiar a rebelião e se torna oficial de ligação com o exército de Hussein.

Sob a liderança de Lawrence, os árabes lançam uma guerra de guerrilhas. Em julho de 1917, eles tomam Ácaba, junto ao Sinai, onde se juntam às forças britânicas e marcham para Jerusalém. Lawrence é promovido a coronel.

Em novembro, é capturado como agente secreto em território inimigo, preso, torturado e abusado sexualmente pelos turcos. Ele consegue escapar a se junta ao Exército na tomada de Damasco, em outubro de 1918, a vitória final sobre os turcos.

Depois da guerra, Lawrence espera que a Arábia se una num grande país cobrindo toda a península. Decepcionado com a divisão fomentada pelo Império Britânico e o tribalismo árabe, volta para o Reino Unido.

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