Numa grande surpresa, com 52,49% a 47,51% dos votos válidos no segundo turno de votação, o banqueiro Guillermo Lasso foi eleito presidente do Equador neste domingo, vencendo Andrés Arauz, apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, que fugiu do país para escapar de processos por corrupção e vive na Bélgica. Ele toma posse em 24 de maio para exercer um mandato de quatro anos.
No discurso da vitória, no Centro de Convenções de Guaiaquil, a maior e mais rica cidade equatoriana, onde nasceu, Lasso afirmou que "é um dia de celebração, a democracia triunfou. Os equatorianos usaram seu direito de eleger e optaram por um novo rumo, um rumo muito diferente dos últimos 14 anos no Equador." Sua principal mensagem na campanha do segundo turno foi atacar o correísmo, a herança política de Rafael Correa.
Lasso, banqueiro, ex-diretor-executivo da Coca-Cola, ex-governador provincial e ex-ministro da Economia e da Energia, venceu na terceira tentativa de se tornar presidente. Liberal em economia e conservador nos costumes, o presidente eleito é católico, contra o aborto, mas aceita o casamento de pessoas do mesmo sexo. Ele assumiu o compromisso defender os direitos da mulher, inclusive igualdade de salários com os homens para a mesma função, e proteger as minorias LGBT.
Por telefone, o candidato vencido reconheceu a derrota. Em discurso a seus correligionários, Arauz, um economista de esquerda, declarou que "é apenas um começo" e prometeu continuar a luta por justiça social, dignidade e cidadania. Sua vitória abriria caminho para a reabilitação de Correa.
Em agosto do ano passado, quatro meses depois de ser condenado a oito anos de cadeia num escândalo de subornos, Correa tentou se candidatar como vice-presidente de Arauz, repetindo a fórmula usada por Cristina Kirchner na Argentina, ao dar a cabeça da chapa a Alberto Fernández. O Conselho Nacional Eleitoral rejeitou a candidatura, alegando que só pode ser feita de forma presencial.
No Twitter, Correa aceitou a vitória de Lasso: "Sinceramente, acreditávamos que ganharíamos, mas nossas projeções estavam erradas. Sorte para Guillermo Lasso, seu êxito será do Equador. Só peço que pare com o lawfare, que destrói vidas e famílias.
Lawfare é o uso político da Justiça, argumento usado políticos latino-americanos processados por corrupção como o ex-presidente Lula, a vice-presidente argentina Cristina Kirchner e o ex-presidente equatoriano para alegar perseguição política.
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