segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Hoje na História do Mundo: 23 de Dezembro

  VAN GOGH CORTA ORELHA

    Em 1888, durante uma crise depressiva grave, o holandês Vincent van Gogh, um dos maiores pintores de todos os tempos, corta parte de sua orelha esquerda, em Arles, na França.

Hoje, Van Gogh é celebrado mundialmente como um gênio da pintura. Durante sua vida, só vende um quadro, para seu irmão Theo. É uma alma torturada e um grande artista que luta contra a fome. 

Van Gogh nasce na Holanda em 30 de março de 1853 e só decide se tornar um artista em 1880. Seus primeiros quadros, como Os Comedores de Batatas, são escuros e sombrios. Refletem a miséria dos pequenos agricultores holandeses.

Em 1886, ele vai morar na França com o irmão Theo, um marchand que o apresenta a pintores como Paul Gauguin, Georges Seurat e Camille Pissarro. Van Gogh muda de estilo e passa a usar cores vivas. Em 1888, aluga uma casa em Arles, no Sul da França, para criar uma colônia de artistas. Gauguin fica lá por dois meses.

Durante uma discussão entre os dois, Van Gogh ameaça o amigo com uma faca antes de se mutilar. Van Gogh é hospitalizado em Arles e internado num hospício em Saint Rémy por um ano, um período em que oscila entre a loucura e grande criatividade, em que pinta Íris Noite Estrelada.

Em 27 de julho de 1890, Van Gogh dá um tiro em si mesmo e morre dois dias depois.

CRIMINOSOS DE GUERRA JAPONESES EXECUTADOS

    Em 1948, o almirante e ex-primeiro-ministro Hideki Tojo e outros seis líderes do Japão são enforcados por crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), especialmente o genocídio do povo chinês.

As sentenças do Tribunal de Tóquio são anunciadas em 12 de novembro. Entre os condenados à morte, além de Tojo, estão os generais Iwane Matsui, organizador do Estupro de Nanquim, e Heitaro Kimura, que torturou prisioneiros de guerra. Dezesseis réus pegam prisão perpétua e outros dois penas menores.

Outros 5 mil japoneses são processados por crimes de guerra fora do Japão; 900 são executados.

INVERNO NUCLEAR

    Em 1983, um grupo de cientistas que inclui Carl Sagan publica um ensaio na revista Science intitulado Inverno Nuclear: consequências globais de múltiplas explosões nucleares, advertindo que uma guerra atômica pode cobrir a Terra com uma nuvem de cinza, fumaça e poeira capaz de baixar bastante a temperatura, esfriar e escurecer o planeta.

O ensaio introduz o conceito de inverno nuclear, que poderia ameaçar toda a vida na Terra "quando combinado com a destruição das explosões nucleares, incêndios, chuva radioativa e o aumento da radiação ultravioleta causada pela redução da camada de ozônio. Uma longa exposição ao frio, à escuridão e à radioatividade poderia ser uma séria ameaça aos humanos sobreviventes e outras espécies."

O alerta vem durante o período chamado de Segunda Guerra Fria, que vai da invasão soviética ao Afeganistão, em 1979, à ascensão do líder reformista Mikhail Gorbachev à liderança do Partido Comunista da União Soviética, em março de 1985.

A partir de 1º de novembro de 1983, os Estados Unidos instalam mísseis de curto e médio alcances nos países aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), o que leva a URSS a abandonar negociações de controle de armas.

Sagan, um astrônomo e astrofísico, é acusado de "propaganda" contra a guerra por contestadores da hipótese, mas é evidente que uma guerra nuclear teria efeitos arrasadores.

Em 8 de dezembro de 1987, Gorbachev e o então presidente dos EUA, Ronald Reagan, assinam na Casa Branca, em Washington, o Tratado sobre Forças Nucleares Intermediárias. 

É o primeiro acordo a eliminar toda uma classe de armas atômicas, os mísseis nucleares terrestres de curto e médio alcances (500 a 5,5 mil quilômetros), abandonado em 2019 pelos EUA sob a alegação de que a Rússia o havia violado.

Outros tratados que levaram ao controle de armas e o fim da Guerra Fria, como o Tratado de Mísseis Antibalísticos e o Tratado sobre Forças Convencionais na Europa, caducaram. Resta apenas o Terceiro Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start-3), prorrogado até fevereiro de 2026 no início do governo Joe Biden.

No momento, não existem as menores condições para negociação de novos tratados. O ditador russo, Vladimir Putin, faz uma guerra híbrida contra o Ocidente por causa do apoio à resistência da Ucrânia.

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