segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Crescimento da China cai para 4,9% em um ano

 O produto interno bruto do terceiro trimestre de 2021 aponta uma desaceleração do crescimento da China para 4,9% na comparação anual, por causa de confinamentos regionais para conter a pandemia, da escassez de energia e da crise no setor imobiliário com o risco de colapso iminente da megaempresa Evergrande, com dívidas de US$ 300 bilhões, quase R$ 1,64 trilhão. 

No fim de junho, a segunda maior economia do mundo crescia 7,9%. Agora, a expectativa do mercado era de crescimento de 5,1%.

Em relação ao trimestre anterior, a alta foi de 0,2%, a menor até hoje. No segundo trimestre, fora de 1,3%. 

Em setembro, a produção industrial avançou 3,1% em relação a um ano atrás e 0,1% no mês. 

O investimento em capital fixo, em fábricas e equipamentos, teve uma expansão de 7,3% nos primeiros nove meses do ano. 

As vendas no varejo subiram 4,4% num ano, alta maior do que os 2.5% de agosto. No ano, a expectativa de crescimento caiu de 8% para 6%.

Estes números colocam em cheque a política do ditador Xi Jinping de pressionar bilionários e celebridades a pretexto de melhorar a distribuição da renda em busca da "prosperidade comum", que se confunde com mais uma manobra para manter o poder absoluto do Partido Comunista sobre a economia e a sociedade.

A crise de energia vem da escassez de carvão. A produção foi reduzida para cumprir as metas de controle das emissões de gases carbônicos estabelecidas com base no Acordo de Paris sobre Mudança do Clima. Maior potência industrial do mundo, é hoje o país que mais polui.

Na sexta-feira, o Conselho de Estado autorizou aumentos de até 20% nos preços de energia para combater a escassez. Em princípio, os aumentos são limitados a 10%. Os mineiros receberam ordem para produzir mais carvão. A transição para fontes renováveis e a meta de chegar ao pico de emissões em 2030 estão ameaçadas.

Berço da pandemia, a China foi a única grande economia do mundo a crescer o ano passado (2,3%), depois de controlar o surto inicial da pandemia com medidas como um confinamento rigoroso de 76 dias em Wuhan, onde foram diagnosticados os primeiros casos.

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