A taxa de desemprego caiu 0,2 ponto percentual em 2016 na França. Ficou em 97% na França metropolitana e em 10% considerando-se as províncias ultramarinhas, revelou ontem a Insee (Instituto Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos).
Por causa do desemprego elevado, o presidente socialista François Hollande desistiu de concorrer à reeleição. O candidato escolhido na eleição primária do partido, o ex-ministro da Educação Benoît Hamon, está em quarto lugar. Dificilmente chega ao segundo turno.
No quarto trimestre, o desemprego cedeu mais um ponto percentual. No fim do ano passado, cerca de 2,78 milhões de pessoas estavam procurando trabalho no Hexágono, como os franceses chamam a França europeia.
Entre os jovens, a queda anual foi de 1,7 ponto percentual, mas o índice de desemprego ainda é muito alto. Ficou em 23,3%.
Com o desgaste dos partidos tradicionais, a impopularidade do governo Hollande e a denúncia de que a mulher do candidato da direita republicana, François Fillon, foi sua funcionária-fantasma durante anos, a favorita hoje as pesquisas é a líder da extrema direita Marine Le Pen, da Frente Nacional, neofascista.
Se Marine Le Pen ganhar, promete convocar um plebiscito para retirar a França da União Europeia. Seria o fim do bloco. Defensora de um nacionalismo antiquado antiglobalização, ela tem apoio dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin. Ambos querem enfraquecer o bloco europeu, uma organização supranacional e pós-nacionalista que não se encaixa na visão de mundo autoritária dos atuais chefões do Kremlin e da Casa Branca.
Seu adversário mais provável no segundo turbo no momento é o ex-ministro da Economia Emmanuel Macron, um ex-funcionário do mercado financeiro. Liberal demais para ser o candidato socialista, criou seu própria movimento e se beneficia com o colapso da candidatura Fillon, que ainda ser substituída pelos Republicanos, o maior e mais tradicional partido de centro-direita da França, herdeiro da ideologia política do general Charles de Gaulle, o grande lider da reconstrução do país depois da ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial.
A Rússia já lançou contra Macron a mesma guerra cibernética que ajudou a derrotar Hillary Clinton.
O ex-ministro François Bayrou e o ex-primeiro-ministro Alain Juppé são cotados para assumir a candidatura republicana.
A eleição presidencial francesa será realizada em 23 de abril e 7 de maio de 2017.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Desemprego na França caiu para 9,7% em 2016
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Parece que os tradicionais candidatos franceses estão enrascados em desvios de dinheiro. fico imaginando se, no fim de tudo isso, Hollande é quem será re-eleito. seria irônico e hilário, coitados dos franceses.
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