sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Hoje na História do Mundo: 19 de Dezembro

CONTO DE NATAL

    Em 1843, Um Conto de Natal, de Charles Dickens é publicado pela primeira vez e logo se transforma num clássico da literatura.

Durante uma noite de frio e neve, Londres se prepara para celebrar o Natal, menos o velho Ebenezer Scrooge, um negociante rico, pão-duro, rabugento e solitário. Ele recebe a visita redentora do fantasma de Jacob Marley, seu ex-sócio falecido, que lamenta ter passado a vida inteira se preocupando só com dinheiro.

Depois de receber visitas de outros fantasmas, Scrooge entende o espírito natalino e se torna uma pessoa generosa.

Dickens escreve Um Conto de Natal para chamar a atenção dos britânicos para as condições de vida dos trabalhadores pobres. Seu pai era um trabalhador com um salário razoável que cometia extravagâncias. Em 1824, quando Dickens tem 12 anos, o pai é preso por dívidas e ele vai trabalhar numa fábrica. O episódio marca profundamente a vida do autor.

GUERRA DA INDOCHINA

    Em 1946, o Viet Minh, o movimento nacionalista de esquerda liderado por Ho Chi Minh, inicia a Primeira Guerra da Indochina (1946-54) na luta pela independência da França.

O Império Francês toma a Indochina e a torna um protetorado em 1883. Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), o Império do Japão toma boa parte do Sudeste da Ásia. Quando o Japão se rende oficialmente, em 2 de setembro de 1945, Ho Chi Minh declara independência.

Como a França não aceita, o Viet Minh trava uma guerra de guerrilhas que termina com a vitória na Batalha de Dien Bien Phu, em 7 de maio de 1954. Um acordo de paz assinado em Genebra em 21 de julho de 1954 divide o Vietnã entre o Norte comunista e o Sul, apoiado pelos Estados Unidos.

Em 1955, haveria eleições para unificar o país. Diante da expectativa de vitória comunista, os EUA suspendem as eleições e começa a Segunda Guerra da Indochina ou Guerra do Vietnã (1955-75). Os EUA começam a enviar assessores militares ainda no governo Dwight Eisenhower (1953-61) e entram diretamente na guerra em 1964. Fazem um acordo de paz com o Vietnã do Norte e saem do conflito em 1973.

A guerra termina com a vitória do Vietnã do Norte, comunista, em 30 de abril de 1975.

PAZ NO ESPAÇO EXTERIOR

    Em 1966, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprova o Tratado do Espaço Sideral ou do Espaço Exterior, um acordo internacional para proibir a militarização do espaço.

Os Estados Unidos e a União Soviética, as duas superpotências que dominam o mundo durante a Guerra Fria, encaminham suas propostas, que são conciliadas no texto aprovado pela Assembleia Geral. 

O Tratado sobre os Princípios que Regem a Atividade dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Exterior, inclusive na Lua e outros corpos celestes, é aberto para assinatura em 27 de janeiro de 1967. Entra em vigor em 10 de outubro do mesmo ano.

REINO UNIDO ACEITA DEVOLVER HONG KONG

    Em 1984, a primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, e o líder chinês Deng Xiaoping chegam a um acordo para que o Reino Unido devolva Hong Kong à China em 1º de julho de 1997.

No início das negociações, a primeira-ministra britânica chegou a falar em prorrogar o Tratado de Nanquim (1842) e a Convenção de Beijim (1860), pelos quais o Império Britânico tomou a colônia no fim das Guerras do Ópio (1839-42 e 1856-60) sob o pretexto da abrir a China ao livre comércio, inclusive de ópio.

Depois de 22 rodadas de negociações ao longo de dois anos, Thatcher aceita ceder a que era considerada a última joia do Império Britânico. Em troca, Deng cria a fórmula "um país com dois sistemas", prometendo manter o sistema capitalista e as liberdades democráticas em Hong Kong durante pelo menos 50 anos.

Thatcher está entusiasmada com as reformas lançadas por Deng em 13 de dezembro de 1978 na esperança de que a abertura econômica e a adesão da China ao capitalismo levem a uma liberalização do regime comunista chinês. Mas o massacre do movimento dos estudantes pela paz e a democracia na Praça da Paz Celestial, em Beijim, em 4 de junho, acaba com a chance de uma abertura política.

Diante de ondas de protestos no território, que tem status de região administrativa especial da República Popular da China, o ditador Xi Jinping, no poder desde 2012, impôs uma Lei de Segurança Nacional que na prática acaba com a autonomia de Hong Kong e enterra a fórmula "um país com dois sistemas", criada também tendo em vista a reintegração de Taiwan, que Xi ameaça fazer à força.

MULHER NO PODER NA COREIA DO SUL

    Em 2012, Park Geun Hye é a primeira mulher eleita presidente da Coreia do Sul. Ela também se torna, em 2017, a primeira líder do país eleita democraticamente afastada num processo de impeachment.

Ela nasce em Daegu, na Coreia do Sul, em 2 de fevereiro de 1952, filha do ditador Park Chung Hee, que governa o país de 1961 até a morte, em 1979. Vai com a família para Seul nos anos 1950. Cresce na Casa Azul, o palácio presidencial sul-coreano.

Em 1974, ela vira primeira-dama depois que a mãe morre numa tentativa de assassinato do pai por um agente da Coreia do Norte. Cinco anos depois, o pai é assassinado pelo diretor da Agência Central de Inteligência da Coreia (KCIA), Kim Jae Kyu.

Park Geun Hye é eleita em 1998  deputada da Assembleia Nacional pelo conservador Grande Partido Nacional. É reeleita quatro vezes antes de se candidatar à Presidência. Na campanha, ela resgata o lema do pai, "vamos viver bem", pede desculpas aos que sofreram sob seu regime e promete retomar os altos índices de crescimento econômico.

Seu governo é marcado pelo naufrágio do ferryboat Sewol, com mais de 300 mortes, em abril de 3024, em que a guarda costeira é acusada de negligência no socorro às vítimas.

O escândalo que a derruba estoura em 2016. O maior jornal sul-coreano, Chosun Ilbo, revela que o governo ameaça grandes empresas com auditorias se não contribuírem para duas fundações, supostamente instituições beneficentes, sem fins lucrativos, ligadas a Choi Soon Sil, amiga, confidente, guia espiritual da presidente e líder de uma seita chamada Igreja da Vida Eterna. As empresas doam US$ 70 milhões às fundações.

Choi é presa em novembro de 2016. Em 9 de dezembro do mesmo ano, a Assembleia Nacional aprova o impeachment. Pela Constituição da Coreia do Sul, a Corte Suprema tem de confirmar o impeachment por dois terços dos votos. Em 10 de março de 2017, por unanimidade, o Supremo confirma a decisão dos deputados.

A ex-presidente é presa, processada e condenada a 24 anos de prisão e multa de US$ 17 milhões em 6 de abril de 2018. A sentença depois é ampliada para 33 anos de prisão. Em novo julgamento, em 2020, a pena é reduzida para 20 anos. Em 2021, o presidente Moon Jae In lhe dá o indulto presidencial. Park sai da cadeia em 31 de dezembro daquele ano.

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