segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Hoje na História do Mundo: 14 de Outubro

 CONQUISTA NORMANDA

    Em 1066, o exército invasor de Guilherme, Duque da Normandia, vence o rei Haroldo II na Batalha de Hastings e conquista a Inglaterra.

Como não tem filhos, o rei Eduardo o Confessor (1042-66) barganha com a herança do trono. Em 1051, ao se desentender com Goduíno, Conde de Essex, o homem mais poderoso da Inglaterra, provavelmente oferece a coroa a seu primo Guilherme da Normandia.

Quando Goduíno morre, em 1053, seu filho Haroldo, novo Conde de Essex, começa a trabalhar para herdar o trono. Passa uma década consolidando seu poder junto à nobreza e ao clero. Mas seu reinado é curto. Vai de 5 de janeiro a 14 de outubro de 1066.

Guilherme o Conquistador mantém seus domínios na Normandia criando um país que atravessava o Canal da Mancha, o que está na origem de séculos de guerras entre Inglaterra e França até se tornarem aliadas na Entente Cordiale, em 1904.

REVOLTA EM SOBIBOR

    Em 1943, cerca de 300 funcionários judeus do campo de concentração e centro de extermínio de Sobibor, na Polônia ocupada pela Alemanha Nazista, se revoltam e matam vários guardas ucranianos e supervisores da SS, a organização paramilitar do Partido Nazista. Vários prisioneiros morrem ao tentar fugir durante a rebelião.

Sobibor é um dos três campos de concentração da Operação Reinhard, cuja meta é matar todos os judeus da Polônia depois que a Conferência do Lago Wannsee, em Berlim, aprova em 20 de janeiro de 1942 a "solução final" da questão judaica, o extermínio dos judeus da Europa.

De maio a julho de 1942, os nazistas levam para Sobibor judeus da Alemanha, da Áustria, da Eslováquia e da Polônia. 

Todos os presos sobreviventes da revolta são mortos no dia seguinte. Os nazistas desmontam o campo e plantam árvores no local. Só cerca de 50 prisioneiros sobrevivem à guerra. Pelo menos 170 mil pessoas, talvez 250 mil, morrem em Sobibor. É o quarto centro de extermínio nazista em número de mortes, atrás de Auschwitz, Treblinka e Belzec.

SUICÍDIO DA RAPOSA DO DESERTO

    Em 1944, o marechal de campo alemão Erwin Rommel, a Raposa do Deserto, um dos mais qualificados comandantes militares da Alemanha Nazista, ex-comandante do Exército da África, se suicida tomando veneno depois da descoberta de sua ligação com a Operação Walquíria, a conspiração para matar Adolf Hitler.

Johannes Erwin Eugen Rommel nasce em 15 de novembro de 1891 em Herrlingen. Ele serve como oficial na Primeira Guerra Mundial (1914-18). É condecorado por ações na frente italiana. No período entreguerras, escreve livros e progride na carreira militar.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), comanda a 7ª Divisão Panzer da Wehrmacht, o Exército nazista, na invasão à França, em maio e junho de 1940. Sua liderança no comando do Afrika Korps durante a campanha no Norte da África lhe dá o apelido de Raposa do Deserto.

Depois da derrota para forças do Império Britânico na Segunda Batalha de El Alamein, travada de 23 de outubro a 3 de novembro de 1942, ele é transferido para cuidar da Muralha do Atlântico que os nazistas constroem para tentar, sem sucesso, impedir a invasão da Normandia em 6 de junho de 1944.

CRISE DOS MÍSSEIS EM CUBA

    Em 1962, um avião-espião norte-americano U-2 fotografa a construção de silos para mísseis que a União Soviética está erguendo em Cuba, deflagrando a pior crise da Guerra Fria, que deixa o mundo mais perto do que nunca de uma guerra nuclear. 

A tensão entre os EUA e a URSS em torno de Cuba se agrava com a fracassada invasão da Baía dos Porcos, em abril de 1991, uma operação articulada pela Agência Central Inteligência (CIA) com refugiados cubanos, um projeto do vice-presidente Richard Nixon, um ferrenho anticomunista, no governo Dwight Eisenhower (1953-61). O presidente John Kennedy (1961-63) herdou a operação.

Vitorioso, o comandante da Revolução Cubana, Fidel Castro, pede proteção à URSS. Em um ano, o número de assessores militares soviéticos em Cuba sobe para mais de 20 mil.

Fidel e o líder soviético, Nikita Kruschev, estão certos de que os EUA tentariam invadir de novo. Sob pressão da linha dura, Kruschev pensa em se fortalecer e neutralizar a presença de mísseis nucleares norte-americanos na Turquia, perto do território soviético.

Dois dias depois, devidamente analisadas por oficiais de inteligência, as fotos chegam à mesa do presidente Kennedy no Salão Oval da Casa Branca. Os mísseis dão à URSS a condição de lançar um primeiro ataque de uma distância de 140 quilômetros, podendo atingir quase todo o território dos EUA.

Kennedy cria um gabinete de guerra, onde pombas falcões travam um duelo entre diplomacia e uso da força, e decidem impor um bloqueio aeronaval em Cuba. Em 22 de outubro, Kennedy faz um pronunciamento na televisão comunicando ao povo norte-americano que a URSS está instalando mísseis nucleares em Cuba, o que considera inaceitável, e anuncia o que chamou de "quarentena", na verdade um bloqueio aeronaval.

Todo navio soviético que se aproximar de Cuba está sujeito a abordagem e inspeção dos EUA para não levar mais equipamentos nucleares à ilha. Kennedy exige a retirada dos mísseis e a destruição dos silos.

São os dias mais tensos da Guerra Fria. Nunca o mundo fica tão perto de uma guerra nuclear. Diante do impasse, os EUA se preparam para invadir Cuba. Um jornalista soviético, todo jornalista soviético era também agente secreto, estranha a ausência de jornalistas no café do Capitólio e comenta com um atendente que avisa: "Está todo o mundo indo para Cuba porque os EUA vão invadir.

Este jornalista liga para Moscou e Kruschev finalmente cede. Em 27 de outubro, a URSS anuncia a retirada dos mísseis de Cuba e os EUA se comprometem a remover os mísseis instalados na Turquia, que eram obsoletos e seriam retirados mesmo. Os dois países fazem um acordo tácito para não invadir Cuba.

Depois desta crise, as superpotências instalam o telefone vermelho, uma linha direta entre o Kremlin e a Casa Branca para os líderes resolverem pessoalmente as crises mais graves. Enfraquecido, Kruschev cai dois anos depois.

LUTA PACÍFICA

    Em 1964, o pastor Martin Luther King Jr. ganha o Prêmio Nobel da Paz por sua luta pacífica pelos direitos civis e a justiça social para os negros dos Estados Unidos.

Sob a inspiração do líder pacifista da independência da Índia, o Mahatma Gandhi, Luther King adota a luta pacífica, com a desobediência civil criada por Henry David Thoreau, o naturalista e ativista norte-americano que se negou a pagar impostos para não financiar a Guerra Mexicano-Americana (1846-48). Thoreau foi lido pelo escrito russo Leon Tolstói e suas ideias influenciaram Gandhi, Nelson Mandela e Luther King.

Ele lidera o boicote dos negros ao sistema de ônibus de Montgomery, no estado do Alabama, em 1955, depois que a ativista Rosa Parker se nega a ceder o assento para um branco, e leva o movimento contra as leis de discriminação racial a Albany, na Geórgia, e a Birmingham, no Alabama.

Na Marcha sobre Washington, em 28 de agosto de 1963, Luther King faz no Memorial de Lincoln, na capital dos EUA, seu discurso mais importante, Eu Tenho um Sonho: "Eu tenho um sonho de que um dia meus filhos não sejam julgados pela cor da pele, mas pela nobreza do seu caráter."

O Dr. King, que é chamado nos EUA, é investigado pelo FBI, a polícia federal norte-americana, por supostas ligações com grupos esquerdistas. Em 1964, ganha o Prêmio Nobel da Paz e o governo Lyndon Johnson (1963-69), herdeiro de John Kennedy, aprova a Lei de Direitos Civis, dando finalmente igualdade de direitos aos pretos nos EUA.

Às 18h01 de 4 de abril de 1968, James Earl Ray mata Luther King atirando na varanda do segundo andar do hotel onde está hospedado em Memphis, no Tennessee, onde apoia uma greve dos trabalhadores de serviços sanitários negros discriminados.

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