quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Hoje na História do Mundo: 16 de Outubro

RAINHA GUILHOTINADA

    Em 1793, durante o Período do Terror (1793-94) da Revolução Francesa (1789-99), nove meses depois da execução do marido, o rei Luís XVI, a rainha Maria Antonieta é guilhotinada.

Ela rejeita se confessar com um padre aliado da revolução e pede desculpas por pisar no pé do carrasco, que, como de costume, mostra a cabeça degolada.

Filha do imperador Francisco I, do Sacro Império Romano-Germânico, e de Maria Teresa da Áustria, Maria Antonieta Josefa Ana da Áustria casa aos 14 anos em 1770 com o Delfim da França, que ainda não tinha 16 anos, para fortalecer as relações entre os dois países. Aos 16 anos, vira rainha. A França está exaurida pela derrota na Guerra dos Sete Anos (1756-63) e invernos rigorosos reduzem a produção agrícola e causam fome.

Enquanto o povo passa fome, Maria Antonieta leva uma vida de luxo e riqueza nos palácios. Diante da fome, enquanto o povo nas ruas clamara por "pão e liberdade", uma frase atribuída a ela, talvez inventada pela propaganda da revolução, prima pela insensibilidade: "Se não tem pão, que comam brioches."

O rei e a rainha da França são presos em 20 junho de 1791, quando tentavam fugir para a Áustria vestidos como membros da nobreza russa. A revolução abole a monarquia em 1792. Sem luxos, a rainha fica numa cela de um antigo palácio real, a Conciergerie, com duas cadeiras, uma mesa e um catre. Passa o tempo lendo As Viagens do Capitão Cook, o navegador britânico que iniciou a colonização da Austrália.

Luís XVI e Maria Antonieta são condenados por traição à pátria. O rei é guilhotinado em 21 de janeiro de 1793. Antes da execução da rainha, os cabelos são cortados. O verdugo, Henri Sanson, filho do executor do rei, fica com uma mecha. Ela mesma se ajoelha e o carrasco arruma a posição da cabeça antes de soltar a lâmina.

INÍCIO DA LONGA MARCHA

    Em 1934durante a guerra civil na China, perseguidos e massacrados pelos nacionalistas do Kuomintang (KMT), os comunistas começam a Longa Marcha, uma fuga de 368 dias por mais de 9 mil quilômetros. (Algumas fontes marcam o início no dia anterior.)

A China é um dos temas do debate entre Leon Trotsky e Josef Stalin na luta pelo poder dentro do Partido Comunista da União Soviética depois de morte de Vladimir Lenin, em 1924. Como a China não tinha indústria nem operariado, Stalin, vencedor na disputa, manda o Partido Comunista chinês fazer uma política de frente popular em aliança com a burguesia, representada pelo KMT.

A guerra civil chinesa começa em 1927, quando Stalin consolida o poder em Moscou, o que leva os comunistas a proclamar em 1931 a fundação da República Soviética da China, com base província Jiangxi, sob a liderança de Mao Tsé-tung.

O KMT lança então uma campanha implacável, com cinco cercos à área controlada pelos comunistas, e causa morte de fome de centenas de milhares de camponeses.

Aos comunistas, só resta a fuga. Eles rompem o cerco num ponto mais fraco e iniciam a Longa Marcha, que termina em 20 de outubro de 1935 diante da Grande Muralha.

Em 1937, o Japão, que ocupa a Manchúria desde 1931, invade as principais cidades da China e assume o controle do país. Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45), a guerra civil civil chinesa recomeça. Os comunistas, fortalecidos pela guerra de guerrilhas travada contra o Império do Japão, tomam o poder em 1º de outubro de 1949 e, sob a liderança de Mao, fundam a República Popular da China. Os nacionalistas do KMT fogem para Taiwan, que os comunistas ameaçam invadir.

NAZISTAS EXECUTADOS

    Em 1946, dez altos funcionários do regime nazista condenados pelo Tribunal de Crimes de Guerra de Nurembergue por crimes contra a humanidade, crimes contra a paz e crimes contra a humanidades são executados na forca.

Entre os condenados, estão Herman Göring, comandante da Luftwaffe, a Força Aérea da Alemanha, presidente do Reichstag (Parlamento), chefe da Gestapo, a polícia política do regime e sucessor designado de Adolf Hitler; Joachin von Ribbentrop, ministro do Exterior da Alemanha; Wilhelm Frick, ministro do Interior; e Alfred Rosenberg, governador dos territórios conquistados no Leste.

Outros, inclusive Rudolf Hess, que chega a ser apontado como sucessor de Hitler, são condenados a penas de 10 anos a prisão perpétua.

Göring se suicida na véspera da execução.

BOMBA CHINESA

    Em 1964, a República Popular da China (comunista) entra para o clube atômico ao explodir sua primeira bomba nuclear, depois dos Estados Unidos (1945), da União Soviética (1949), do Reino Unido (1952) e da França (1960).

A bomba chinesa, chamada de Miss Qiu, é detonada no centro de testes de Lop Nur, na província de Xinjiang. É uma bomba de urânio-235 com 22 quilotons, equivalente a 22 mil toneladas de dinamite. A bomba de Hiroxima tinha 15 quilotons.

PODER NEGRO NO PÓDIO

    Em 1968, ao receber as medalhas de ouro e bronze dos 200 metros rasos na Olimpíada de 1968, na Cidade do México, enquanto toca o Hino dos Estados Unidos, os corredores norte-americanos Tommie Smith e John Carlos erguem o punho cerrado numa saudação ao Poder Negro.

É o ano do assassinato do reverendo Martin Luther King Jr., líder da luta pacífica pelos direitos civis dos negros norte-americanos. Antes dos Jogos Olímpicos, há um massacre da estudantes na capital do México.

Smith e Carlos, militantes do movimento negro, sentem-se compelidos a fazer o gesto de rebeldia. Pagam caro. São vilificados na imprensa dos EUA e expulsos dos Jogos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Mas os dois tiveram carreiras de sucesso como atletas e ativistas.

"Foi um grito de liberdade e pelos direitos humanos", declarou Smith. "Tínhamos de ser vistos porque não éramos ouvidos."

PAPA POLONÊS

    Em 1978, o cardeal Karol Józef Woytila, arcebispo de Cracóvia, na Polônia, é eleito o papa e toma o nome de João Paulo II. É o primeiro papa não italiano em 455 anos. Com 26 anos, seu pontificado é o terceiro mais longo da história.

Karol Woytila nasce em Wadowice, na Polônia, em 18 de maio de 1920, filho de um tenente do Exército polonês. Quando chega o momento de ir para a universidade, a família se muda para Cracóvia, mas a invasão do país pela Alemanha Nazista, no início da Segunda Guerra Mundial (1939-45) interrompe seus estudos. Ele estuda clandestinamente.

A família foge para o Leste da Polônia. Volta para Cracóvia quando sabe que a União Soviética vai invadir o outro lado do país. Durante três anos, para não ser preso e deportado, Karol trabalha na fábrica de uma indústria química importante para o esforço de guerra da Alemanha Nazista. Talvez seja o único papa que um dia foi operário.

João Paulo II viaja o mundo inteiro e aproxima a Igreja de outras religiões como islamismo, judaísmo, cristianismo ortodoxo e religiões orientais. Pede perdão a povos perseguidos pelo cristianismo, inclusive judeus e muçulmanos. Nacionalista polonês e anticomunista, se torna um aliado do presidente Ronald Reagan no fim da Guerra Fria. 

Seu apoio ao sindicato independente Solidariedade é decisivo para a queda do comunismo na Polônia, em 1989, depois das primeiras eleições livres no Bloco Soviético. João Paulo II também desautoriza a Teologia da Libertação na América Latina.

Conservador, não consegue reverter o declínio da Igreja Católica, com a queda no número de padres e freiras. João Paulo II morre no Vaticano em 2 de abril de 2005. Ele é beatificado em 2011 e canonizado em 2014. Vira São João Paulo II.

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