domingo, 9 de julho de 2023

Hoje na História do Mundo: 9 de Julho

CATARINA A GRANDE CZARINA DA RÚSSIA

    Em 1762, Catarina II, a Grande, se torna czarina depois de dar um golpe contra o marido, Pedro III. Ela governa até a morte, em 17 de novembro de 1796, num reinado inspirado pelo Iluminismo, de expansão do império e renascimento da cultura, da ciência e das artes.

A princesa Sophie Friederike Auguste von Anhalt Zerbst Dornburg nasce em 2 de maio de 1729 em Stettin, na Província da Pomerânia, no Reino da Prússia, parte do Sacro Império Romano-Germânico. Dois primos, Gustavo III e Carlos XIII se tornam reis da Suécia.

Ela adota o nome de Catarina quando se converte para a Igreja Cristã Ortodoxa Russa, em 28 de junho de 1744. No ano seguinte, em 21 de agosto de 1745, Catarina se casa com o príncipe Pedro. O casamento leva anos a se consumar. Isto a faz se aproximar de nobres e grupos políticos que não gostam de seu marido.

Leitora ávida de livros, especialmente em francês, Catarina conhece as ideias do filósofo liberal francês Voltaire, uma de suas grandes influências, futuro conselheiro da Imperatriz de Todas as Rússias,. Nos Anais, do historiador romano Tácito, ela aprende que o poder não se exerce por idealismo, mas por "motivos e interesses secretos".

Catarina confessa em suas memórias que perde a virgindade com Serguei Saltikov e diz que seu filho é dele, mas na versão final, para evitar problemas na sucessão, afirma que o futuro czar Paulo I, é filho de Pedro III. Ela tem casos amorosos com vários nobres da corte: Stanislaus Augustus Toniakowski, Grigory Orlov, Alexander Vasilchikov, Grigory Potenkim e Ivan Korsakov, entre outros.

Com a morte da imperatriz Elizabeth, em 5 de janeiro de 1762, seu marido ascende ao trono como Pedro III. Apesar da má reputação, em seu curto reinado de seis meses, o czar faz reformas importantes: instaura a liberdade religiosa, incentiva a educação, tenta reformar o Exército, abole a polícia secreta, conhecida por sua violência extrema, e proíbe os proprietários de terras de matar servos sem julgamento.

A mulher o considera "bêbado" e "idiota". Diz que "não há nada pior do que ter um marido infantil". Diante da ameaça de golpe, ele tenta fugir, mas é preso e forçado a abdicar em 9 de julho de 1762, depois que o Exército, a Marinha e o Senado declaram apoio a Catarina. Peter III morre, provavelmente assassinado, mas não se conhecem os detalhes de sua morte.

O czar Pedro I, o Grande, considerado o fundador do Império Russo, chega até o Mar Negro, com as campanhas de Azov (1695-96), durante a Guerra Russo-Turca (1686-1700). A Rússia se torna a potência dominante nos Bálcãs em outra Guerra Russo-Turca (1768-74), quando o país se torna "protetor do cristãos ortodoxos" no Império Otomano.

No fim desta guerra, estoura a Guerra Camponesa, Rebelião dos Cossacos ou Rebelião de Pugachev (1773-75), liderada por Yemelian Pugachev, que anuncia a formação de um governo paralelo em nome do czar Pedro III e proclama o fim da servidão. Depois de uma reação inicial fraca, a revolta é esmagada no fim de 1774. Pugachev é preso e executado em 21 de janeiro de 1775 em Moscou.

Outra marca do reinado de Catarina II é a divisão da Polônia, que acontece em três etapas, em 1774, 1792, quando a Comunidade Polaco-Lituana é dividida entre Rússia e Prússia, e em 1795, quando o país é dividido entre Áustria, Rússia e Prússia. A Polônia e a Lituânia deixam de existir como países independentes por 123 anos, até o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-18).

Fã da ciência e do Iluminismo, a imperatriz se vacina contra a varíola para dar o exemplo a seus súditos. A retrógrada rainha portuguesa Dona Maria I, a Louca, não quis fazer isso e perdeu o primogênito para a doença.

Duante o reinado de Catarina a Grande, o Império Russo conquista 520 mil quilômetros quadrados, inclusive a Crimeia, a Nova Rússia (nome que o ditador Vladimir Putin usa para falar da Ucrânia), a Rússia Branca, a Lituânia e a Curlândia, e funda cidades como Odessa, Sebastopol e Kherson. A colonização do Alasca, vendido aos Estados Unidos em 30 de março de 1867, começa sob Catarina II.

INDEPENDÊNCIA DA ARGENTINA

      Em 1816, o Congresso Geral Constituinte, reunido em San Miguel de Tucumán, proclama a independência da Argentina. A declaração não define um sistema de governo, se seria uma monarquia ou república.

A América Latina se torna independente em consequência da invasão de Napoleão Bonaparte à Península Ibérica, sob a inspiração da independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa, mas o Congresso de Viena (1815) restaura as monarquias europeias depois do fim das guerras napoleônicas. Então, há dúvidas.

As vitórias da resistência crioula às invasões britânicas de 1806 e 1807 acendem a chama da independência nos países do Rio do Prata. As invasões napoleônicas acabam com o poder imperial da Espanha e seu representante, o vice-rei em Buenos Aires. 

Em 13 de maio de 1810, chega a Buenos Aires a notícia de que Sevilha caíra em poder de Napoleão. Era o último bastião da monarquia espanhola. A Revolução de Maio vai de 18 a 25 de maio. É a primeira revolta bem-sucedida na independência da América do Sul. O movimento pela independência convoca o Cabildo Aberto, destitui o vice-rei em 22 de maio e cria uma junta de governo sob a presidência de Cornelio Saavedra.

Quando o Congresso se reúne em Tucumán, as Províncias Unidas do Prata estão divididas por causa da posição hegemônica assumida por Buenos Aires desde a Revolução de Maio, com resistência de outras províncias, especialmente de José Artigas, o grande herói do Uruguai, que queria criar uma federação platina.

Além do risco de guerra civil, há a ameaça de uma invasão da Espanha, que recupera a soberania com o fim da Guerra Peninsular (1808-14) contra Napoleão Bonaparte. É preciso organizar o país e o apresentar ao mundo como uma sociedade civilizada. Declarar a independência e redigir uma Constituição são fundamentais.

PRIMEIRO TORNEIO DE WIMBLEDON

    Em 1877, começa em Londres o primeiro Campeonato de Wimbledon, o mais tradicional torneio de tênis do mundo. 

A primeira edição tem 21 tenistas amadores que disputam o título de campeão masculino de simples, a única categoria em disputa. Na final, Spencer Gore vence William Marshall por 3-0 (6-1, 6-2, 6-4) com um jogo forte na rede. No ano seguinte, perde para Frank Hadow, especialista numa nova técnica: o lobe.

O tênis tem origem num jogo francês do século 13, jeu de paume, o jogo da palma, que evolui para um esporte de bolinha e raquete disputado em quadra fechada, o tênis real. Por fim, se transforma no tênis na grama.

O All England Croquet and Lawn Tennis Club, fundado em 1868, organiza o torneio desde 1877. A grama sagrada de Wimbledon é sede do único torneio importante disputado hoje na grama.

CEM METROS NADO LIVRE EM MENOS DE UM MINUTO

    Em 1922, o norte-americano Johnny Weissmüller nada 100 metros em menos de um minuto. O tempo de 58,6 segundos é o novo recorde mundial.

Janus Peter Weissmüller nasce em Szabadfalva, hoje parte da Romênia, no então Império Austro-Húngaro, em 2 de junho de 1904. No ano seguinte, seu pai e sua mãe emigram para os Estados Unidos. A família chega ao Nova York, vai para Windbar, na Pensilvânia, e depois para Chicago. Na praia de Fullerton, no Lago Michigan, Johnny recebe as primeiras aulas de natação.

Além de recordes, conquista cinco medalhes de ouro. Ganha os 100 metros nado livre e o revezamento 4 x 200 m nas olimpíadas de Paris, em 1924, e Amsterdã, em 1928. Em Paris, também ganha o ouro nos 400 m nado livre e uma medalha de bronze no polo aquático.

Depois da carreira de nadador, Johnny Weissmüller entrou para o cinema. Seu grande papel foi como Tarzan – o homem macaco, no primeiro filme de uma série em que um super-herói branco faz proezas na África, personagem criado pelo escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs. 

Na mesmo linha, de um super-herói branco mais forte, mais inteligente e mais eficiente do que os nativos e não europeus (há indianos), estrelou mais tarde o seriado de televisão Jim das Selvas.

UNIÃO AFRICANA

   Em 2002, nasce a União Africana (UA), sucessora da Organização de Unidade Africana (OUA), numa conferência em Durban, na África do Sul, com o objetivo é promover a cooperação, a integração e o desenvolvimento econômico dos 55 países do continente.

A OUA é fundada em 25 de maio de 1963, em Adis Abeba, na Etiópia, pelo imperador Hailé Salassié. Na época, os 32 países fundadores decidem não discutir as fronteiras traçadas pelo imperialismo por duas razões: seria motivo para guerras sem fim e o objetivo maior era integrar o continente.

Em quase 40 anos, a OUA não consegue cumprir seus objetivos, como evitar guerra, porque opera por consenso, o que gera uma paralisia. A UN é criada numa conferência realizada em Adis Abeba, em 26 de maio de 2001

O modelo da UA é a União Europeia, para criar "uma África integrada, próspera e pacífica". Em 2018, 45 dos 55 países-membros assinam o Acordo de Livre Comércio Continental Africano. A área de livre comércio começa a funcionar em 1º de janeiro de 2021.

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