ÁUSTRIA-HUNGRIA DÁ ULTIMATO À SÉRVIA
Em 1914, pouco menos de um mês depois do assassinato do herdeiro do trono, arquiduque Francisco Ferdinando, pelo estudante radical sérvio Gavrilo Princip nas ruas de Sarajevo, o embaixador do Império Austro-Húngaro em Belgrado dá um ultimato à Sérvia.
O plano austro-húngaro, elaborado em conjunto com a Alemanha, é provocar uma guerra que o governo de Viena espera vencer rapidamente, antes que a Rússia, poderosa aliada da Sérvia, reaja.Pelos termos do ultimato, considerado inaceitável e sem precedentes por Winston Churchill, a Áustria-Hungria exige que a Sérvia aceite uma investigação austro-húngara do atentado, proíba toda e qualquer propaganda política contra a Áustria e acabe com todas as organizações terroristas baseadas em território sérvio.
Princip é ligado ao grupo Mão Negra, que fornece armas e leva o assassino de Belgrado para Sarajevo.
Viena dá 48 horas de prazo para a Sérvia. É um ultimato tão duro que o embaixador austríaco, Barão Giesl von Giesling, entrega e prepara sua mudança. Em toda a Europa, há um consenso de que nenhum país independente e soberano pode aceitar suas imposições.
O continente está dividido entre duas alianças. Desde 1882, Alemanha, Áustria-Hungria e Itália formam a Tríplice Aliança, enquanto França, Reino Unido e Rússia se aliam na Tríplice Entente em 1907.
A Sérvia imediatamente apela à aliada Rússia. Em 24 de julho, o Conselho de Ministros do império czarista ordena a mobilização de quatro regiões militares.
No dia seguinte, o primeiro-ministro sérvio, Nicola Pasic, mobiliza o Exército e vai pessoalmente entregar a resposta ao embaixador austro-húngaro. A Sérvia aceita todas as exigências, menos a investigação em seu território.
A resposta não faz a menor diferença. Von Giesling rompe relações da Áustria-Hungria com a Sérvia e vai para a estação ferroviária.
Três dias depois, em 28 de julho, começa a Primeira Guerra Mundial (1914-18). A Áustria-Hungria declara guerra e ataca a Sérvia. A Alemanha, que apoia a Áustria-Hungria, dá um ultimato a Rússia França e Reino Unido para que permaneçam neutros.
O Reino Unido cobra em 31 de julho de Alemanha e França que respeitem a neutralidade da Bélgica. A Alemanha não responde.
Em 1º de agosto, findo o ultimato alemão, Alemanha e Rússia estão em guerra. O Reino Unido anuncia que fica neutro se a França não for atacada.
A Alemanha invade Luxemburgo em 2 de agosto e troca tiros com guarnições da França. Em 3 de agosto, a Alemanha declara guerra à França. Na manhã de 4 de agosto, invade a Bélgica, que pode ajuda ao Reino Unido com base no Tratado de Londres.
O Reino Unido exige a retirada alemã da Bélgica até meia-noite. Como a Alemanha não recua, os dois países entram em guerra.
A Itália não participa inicialmente. Alega que a Tríplice Aliança é meramente defensiva. Depois, entra ao lado dos aliados ocidentais. O Império Otomano (turco) se une às potências centrais.
A Primeira Guerra Mundial, o conflito que forja o século 20, termina em 11 de novembro de 1918 com a vitória dos aliados ocidentais depois da intervenção dos Estados Unidos. No fim, desaparecem os impérios alemão, austro-húngaro, otomano e russo. A revolução comunista na Rússia e a ascensão do nazifascismo são consequências.
Se era "a guerra para acabar com todas as guerras", como afirmava o presidente Woodrow Wilson para convencer os norte-americanos a entrar numa guerra na Europa, a Conferência de Versalhes, em 1919, é a paz para acabar com todas as pazes. Planta as sementes da Segunda Guerra Mundial (1939-45).
CORONÉIS DERRUBAM MONARQUIA NO EGITO
Em 1952, a Sociedade dos Oficiais Livres depõe o rei Faruk e toma o poder no Egito num golpe liderado pelo coronel Gamal Abdel Nasser. O rei é acusado de corrupção e pela derrota na Guerra de Independência de Israel (1948-49).
A Revolução dos Coronéis redistribui a terra, processa políticos corruptos e abole a monarquia. Nasser sai da sombra em 1954 como primeiro-ministro e promulga a Constituição da República Socialista Árabe do Egito. Em 1956, assume o novo cargo de presidente e se transforma no grande líder do nacionalismo pan-árabe.
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