ALMIRANTE PERRY AMEAÇA O JAPÃO
Em 1853, o almirante Matthew Perry entra na Baía de Tóquio com uma esquadra de quatro navios e ameaça bombardear a cidade para abrir o Japão ao comércio internacional.
Depois de dar um tempo para as autoridades japonesas examinarem o assunto, Perry volta em março de 1854 com nove navios.
Sem condições de reagir, os japoneses aceitam certas do presidente Millard Fillmore. Os Estados Unidos se tornam o primeiro país a estabelecer relações com o Japão depois de dois séculos em que o país se fechou para estrangeiros.
Desde 1639, só a China e a Holanda comerciavam com o Japão e apenas da ilha de Dejima, em Nagasaki, a segunda cidade bombardeada com uma bomba atômica, em 9 de agosto de 1945.
Em 31 de março de 1854, o almirante assina o Tratado de Kanagawa, pelo qual o Japão abre os portos de Shimoda e Hakodate, e permite a abertura de um consulado norte-americano no país.
A pressão dos EUA acaba com o xogunato, terminando com a Idade Média japonesa em 1868, com a Restauração Meiji, que restitui os poderes do imperador.
Para não ser colonizado pelo Ocidente, o Império do Japão se ocidentaliza e se torna uma potência que vence a China na Guerra Sino-Japonesa (1894-95), a Rússia na Guerra do Pacífico (1904-5) e enfrenta o colonialismo ocidental na Ásia durante a Segunda Guerra Mundial.
MacARTHUR COMANDA GUERRA DA COREIA
Em 1950, o presidente Harry Truman nomeia o general Douglas MacArthur comandante militar dos Estados Unidos na Guerra da Coreia (1950-53), um dia depois que o Conselho de Segurança das Nações Unidas recomenda que as forças internacionais sejam colocadas sob o comando militar norte-americano.
A península é dividida oficialmente em 1948, quando nascem a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Em 25 de junho de 1950, o Norte, comunista, invade o Sul para tentar reunificar a Coreia. Como a União Soviética estava boicotando a ONU por causa da não admissão da República Popular da China, os EUA obtiveram um mandato do Conselho de Segurança, que têm até hoje, para reunificar a Península Coreana.
A Guerra da Coreia termina em 27 de julho de 1953. Até hoje, não foi assinado um acordo de paz.
GOLPE NA GUATEMALA
Em 1954, o coronel Carlos Castillo Armas toma o poder na Guatemala no segundo golpe de Estado articulado pela CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) durante a Guerra Fria, o primeiro na América Latina.
A história é contada no livro de ficção Weekend in Guatemala, do escritor guatemalteco Miguel Ángel Asturias, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1967.
O golpe derruba o presidente nacionalista Jacobo Árbenz, que fizera uma reforma agrária e estatizara propriedades da companhia bananeira United Fruit, que muda de nome para Chiquita Brands para tentar apagar a imagem associada a golpes de Estado.
Depois da Colômbia, a Guatemala foi o país com o maior número de mortos na América Latina durante a Guerra Fria, entre 150 e 200 mil. A democracia só é restaurada plenamente no país em 1984, mas a corrupção é endêmica até hoje.
O primeiro golpe militar apoiado pelos EUA na Guerra Fria é em 1953, no Irã, contra o primeiro-ministro Mohamed Mossadegh, que nacionalizara o petróleo iraniano.
Ao falar sobre o golpe militar de 1964 no Brasil num curso sobre a história da política externa brasileira, o embaixador Gélson Fonseca disse acreditar que a principal causa do apoio dos EUA foi econômica. Os EUA temeriam especialmente Leonel Brizola, que havia estatizado empresas transnacionais quando era governador do Rio Grande do Sul.
MORTE DO GRANDE LÍDER
Em 1994, morre o Grande Líder Kim Il Sung, fundador da Coreia do Norte.
Kim luta nos anos 1930 contra a ocupação japonesa e é escolhido pela União Soviética, onde faz treinamento político e militar. Ele luta pelo Exército Vermelho na Segunda Guerra Mundial (1939-45), funda a Coreia do Norte em 1948 e inicia a Guerra da Coreia, em 25 de junho de 1950, tentando reunificar o país sob o regime comunista.
Com a intervenção militar dos Estados Unidos e depois a China, a guerra termina num impasse, sem mudar a divisão da Coreia. Nas próximas quatro décadas, Kim isola o país com sua política de autossuficiência (Juche), causando fome e falta de energia, problemas que o país tem até hoje.
Depois da morte, numa sucessão dinástica num regime comunista, é sucedido pelo filho e Querido Líder Kim Jong Il, que explode a primeira bomba atômica do país em 2006. Ao morrer, em 2011, ascende ao poder seu filho Kim Jong Un, neto do Grande Líder, que acelera os programas de mísseis e de armas nucleares - e ameaça bombardear os EUA.
O presidente Donald Trump faz três encontros de cúpula com o jovem Kim. Legitima o ditador na expectativa de desnuclearizar a Península Coreana, mas as negociações não avançam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário