Sob ameaça de golpe de Estado, a presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, decretou estado de emergência nesta sexta-feira, 24 de fevereiro, véspera do 20º aniversário da revolta popular que derrubou o então ditador Ferdinand Marcos. Desde então, houve pelo menos 12 tentativas de golpe militar nas Filipinas, um país que não teve a mesma prosperidade econômica que seus vizinhos, os chamados tigres asiáticos.
Apesar da proibição, a ex-presidente Corazón Aquino liderou uma manifestação pela democracia no distrito financeiro de Manila: “Não podemos deixar que ninguém nos tire outra vez nossa democracia.” Seu marido, o senador e líder oposicionista Benigno Aquino, foi assassinado em 21 de agosto de 1983, no aeroporto da capital, quando voltava para as Filipinas. Esta morte brutal provocou uma onda de protestos que terminou com a queda de Marcos.
Outra manifestação, convocada pela esquerda filipina para pedir a queda de Gloria Arroyo, terminou em confronto com a policia e 25 prisões.
O comandante do Estado-Maior do Exército, general Generoso Senga, informou que havia sido descoberto, “graças à força preventiva do diálogo”, uma conspiração de “elementos desencaminhados”. Pelo menos 14 jovens oficiais golpistas foram detidos, assim como o general Danilo Lim, comandante de uma tropa de elite, os Scout Rangers.
Mas analistas da empresa americana de avaliação de risco Pacific Strategies minimizaram a importância da conspiração, dizendo que a ameaça de golpe faz parte do “teatro político das Filipinas”.
Gloria Arroyo, considerada pela revista americana Forbes uma das quatro mulheres mais poderosas do mundo, foi alvo de um processo de impeachment por corrupção. Em setembro de 2005, a Câmara dos Filipinas rejeitou o julgamento político da presidente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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