A Índia é a nova superpotência emergente, ao lado da China. Com crescimento de 8% ao ano em 2005, mais de 1 bilhão de habitantes, armas nucleares e um regime democrático, a Índia foi a grande estrela do último Fórum Econômico Mundial, de Davos, na Suíça.
Os indianos tentaram convencer os investidores de que estão crescendo a uma taxa elevada sem o formidável volume de investimentos externos diretos recebido pela China. Em entrevista à consultoria McKinsey, o primeiro-ministro Manmohan Singh foi claro: “A Índia aceita a lógica da globalização.” Vai correr atrás de oportunidades de crescimento com o desafio de tirar da pobreza 750 milhões de pessoas.
Agora, o Fundo Monetário Internacional afirma que, se a Índia acelerar o ritmo das reformas liberalizantes iniciadas em 1991 pelo então primeiro-ministro Rajiv Gandhi, poderá manter um ritmo de crescimento de 10% por vários anos equiparando-se à China, a outra superpotência de mais de 1 bilhão de habitantes.
Como a globalização cria uma sociedade da informação e uma economia baseada no conhecimento, países com 1 bilhão de cérebros têm uma vantagem competitiva importante. Seu desafio é alimentar e mobilizar estas mentes para o desenvolvimento econômico.
A Índia tem uma grande quantidade de técnicos e engenheiros formados em inglês por um sistema educacional herdado dos britânicos. É uma superpotência em software. O pólo de informática de Bangalore já é comparado ao Vale do Silício, na Califórnia.
Se a China se tornou a grande fábrica do mundo, a Índia é altamente competitiva em serviços de informática. Até 2005, estima-se que 3,4 milhões de empregos americanos serão exportados, ou terceirizados para países emergentes com custos menores; 80% irão para a Índia. Como a indústria manufatureira responde por apenas 15% do emprego nos EUA e o setor de serviços por 66%, os americanos estão alarmados.
Depois da irresistível ascensão do dragão chinês, agora é o elefante indiano que começa a marchar em ritmo acelerado.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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