quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Nobel de Química vai para criadores de construção de moléculas

 O alemão Benjamin List e o britânico David MacMillan ganharam o Prêmio Nobel de Química de 2021 por estudos que criaram, "independentemente um do outro, um terceiro tipo de catálise, a catálise orgânica assimétrica", "um instrumento engenhoso para construir moléculas" que teve grande desenvolvimento desde o ano 2000, anunciou hoje em Estocolmo a Academia de Ciência da Suécia. 

Suas descobertas ajudam a construir desde novos fármacos e materiais elásticos e duráveis a moléculas capazes de captar a luz solar em células fotovoltaicas.

Os catalisadores são substâncias que controlam e aceleram as reações químicas sem fazer parte do produto final. São instrumentos fundamentais para os químicos e para a economia.

A catálise assimétrica permite transferir repetidamente uma informação tridimensional através de reações químicas de modo a obter milhares de moléculas do produto a partir de uma única molécula do catalisador. 

Cerca de 35% do produto mundial bruto envolve processos químicos de catálise. Em automóveis, por exemplo, os catalisadores ajuda a transformar a fumaça em substâncias inofensivas. Também servem para fabricar tênis de corrida mais leves ou para inibir o desenvolvimento de doenças.

Durante muito tempo, os cientistas acreditavam que só havia dois tipos de catalisadores: os metais e as enzimas. No ano 2000, ambos criaram um novo tipo de catálise que reduz o desperdício. 

As enzimas são proteínas formadas por centenas de aminoácidos, mas só alguns participam da reação química. Benjamin List, professor da Universidade de Colônia e diretor do Instituto Max Planck para Pesquisas sobre Carvão, questionou então se a enzima inteira era necessária para realizar a catálise.

List experimentou se um aminoácido simples chamado prolina poderia catalisar uma reação química. Deu certo. A prolina tem um átomo de nitrogênio que pode fornecer e receber elétrons durante as reações.

David MacMillan, professor da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, trabalhava com catalisadores metálicos, que têm a capacidade de dar e receber elétrons em reações, mas são destruídos com facilidade pela umidade. 

Seu desafio era desenvolver um tipo de catalisador um tipo de catalisador mais durável. Ele projetou moléculas simples que criam íons imínios, excelentes para a catálise assimétrica.

Os dois vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas, cerca de US$ 1,15 milhão ou R$ 6,32 milhões pelo câmbio atual.

Amanhã, será anunciado o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura; na sexta-feira, o da paz; na segunda-feira, de economia.

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