terça-feira, 4 de novembro de 2025

Hoje na História do Mundo: 4 de Novembro

 TÚMULO DE TUTANCÂMON

    Em 1922, o arqueólogo Howard Carter e sua equipe descobrem a entrada da tumba do faraó Tutancâmon no Vale dos Reis, no Egito, que está preservada por nunca ter sido saqueada.

Carter chega pela primeira vez ao Egito em 1891, quando a maioria das tumbas do Egito Antigo está descoberta, mas não a do faraó-menino, que morreu aos 18 anos. 

Depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18), Carter intensifica a busca e encontra a entrada perto da tumba do faraó Ramsés VI. Em 26 de novembro, ele e o colega Lorde Carnarvon entram nas câmaras da tumba, que estão admiravelmente intactas e preservadas.

O tesouro de Tutancâmon está no recém-inaugurado Grande Museu do Egito, o maior museu antropológico do mundo.

EMBAIXADA EM TEERÃ

    Em 1979, depois da Revolução Islâmica no Irã, jovens aliados do aiatolá Ruhollah Khomeini invadem a Embaixada dos Estados Unidos em Teerã e tomam todos os 66 diplomatas e funcionários como reféns, no início de uma ocupação que dura 444 dias e só acaba com a posse do presidente Ronald Reagan, em 20 de janeiro de 1981.

Semanas depois, 13 reféns, na maioria negros e mulheres, são libertados. Outro refém é solto por motivos de saúde. Os outros 52 são mantidos em cativeiro até o fim da ocupação.

Até hoje, os dois países não reataram as relações diplomáticas, embora tenham negociado um acordo em 2015 junto com os outros membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) para desarmar o programa nuclear iraniano. 

ASSASSINATO DE RABIN

    Em 1995, o extremista de direita Yigal Amir mata o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, durante um comício pela paz na Praça dos Reis, em Telavive, por ter feito um acordo com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

Preso na hora pela polícia, Amir, de 27 anos, um estudante de direito ligado ao grupo extremista Eyal, confessa o assassinato e justifica dizendo que Rabin queria "dar nosso país aos árabes".

Rabin nasce em 1º de março de 1922 Jerusalém. Um dos líderes da Guerra da Independência de Israel (1948-49), comanda as Forças Armadas de Israel na Guerra dos Seis Dias (1967).

Depois da carreira militar, entra para o Partido Trabalhista e é eleito primeiro-ministro em 1974. Governa até 1977 e cai num escândalo por ter conta bancária nos Estados Unidos, o que era proibido em Israel. De 1984 a 1990, é ministro da Defesa de Israel.

Em 1992, é reeleito primeiro-ministro e apoia as negociações secretas com a OLP realizadas em Oslo, na Noruega, o que o leva a apertar a mão do líder palestino Yasser Arafat no jardim da Casa Branca em 13 de setembro de 1993, quando os dois assinam a declaração de princípios para criar a Autoridade Nacional Palestina, permitir a volta de Arafat à Cisjordânia e entregar a administração da Faixa de Gaza e da região de Jericó aos palestinos. Paga com a vida.

ELEIÇÃO DE OBAMA

    Em 2008, o senador Barack Obama se torna o primeiro negro a ser eleito presidente dos Estados Unidos.

Filho de pai queniano e mãe norte-americana, Barack Hussein Obama nasce em Honolulu, no Havaí, onde eles estudam em 4 de agosto de 1961. 

Quando os pais se separam, a mãe se casa com um indonésio. Ele vive até 11 anos na Indonésia e vai para os EUA estudar. Não carrega assim o estigma dos afro-americanos descendentes de escravos e uma cultura negativista que valoriza a marginalidade, o uso de drogas e o mau desempenho na escola.

Obama estuda em Harvard, uma das melhores universidades do mundo, onde dirige a revista da Faculdade de Direito. Antes de entrar para a política, trabalha como organizador comunitário na Zona Sul de Chicago, uma área pobre da cidade.

Em 2004, Obama faz o discurso de apresentação do candidato presidencial na Convenção Nacional do Partido Democrata que nomeia John Kerry e se destaca pelo talento de grande orador.

Para conquistar a candidatura democrata em 2008, ele vence nas eleições primárias a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton. Na eleição, realizada menos de dois meses depois do colapso do banco Lehman Brothers, que deflagra uma crise financeira internacional, derrota o senador republicano John McCain, um veterano de guerra que passou cinco anos e meio preso no Vietnã do Norte.

ACORDO DE PARIS

    Em 2016, entra em vigor o Acordo de Paris sobre Mudança do Clima. Mais de 190 países se comprometem a adotar metas voluntárias de redução de emissões de gases carbônicos para conter o aquecimento global.

O Acordo Quadro sobre Mudança do Clima é negociado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). É o início da ação global para evitar que a concentração de gases carbônicos na atmosfera por causa da atividade humana eleve demais a temperatura da Terra. Desde então, são realizadas conferências das partes (CoPs) do acordo.

Em 1997, é assinado o Protocolo de Quioto, pelo qual 37 países desenvolvidos se comprometiam a reduzir as emissões em 5% em relação a 1990. Os Estados Unidos negociam o acordo com o vice-presidente Al Gore, um ecologista, mas o Senado não ratifica alegando concorrência desleal, já que os países em desenvolvimento não precisam fazer nada.

Quando o Protocolo de Quioto caduca, em 2012, a China, com seu desenvolvimento industrial, é a maior poluente. Há necessidade de um acordo que inclua todos os países.

O Acordo de Paris, assinado na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CoP-21), em 2015, prevê que cada país apresente metas voluntárias de redução de emissões e a criação de mecanismos financeiros para os países menos desenvolvidos reduzirem as emissões de gases de efeito estufa e enfrentarem os impactos da mudança do clima com mitigação e adaptação.

Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro abre mão de realizar a CoP-25 no Brasil, alegando que custaria R$ 500 milhões. A conferência é transferida para o Chile e acaba sendo realizada em Madri, na Espanha, por causa das manifestações de protestos contra o governo chileno naquele ano. O Brasil tenta bloquear o acordo.

Em 2021, a CoP-26, realizada em Glasgow, na Escócia, registra alguns avanços como acordos sobre florestas e redução das emissões de gás metano, mas não chega a um acordo para banir o uso de carvão e, mais importante, para financiar a transição energética nos países em desenvolvimento.

O Brasil promete acabar com o desmatamento em 2030, mas Bolsonaro afirma que é o "desmatamento ilegal". Com o desmatamento na Amazônia, vira o maior vilão global da destruição da natureza.

Na CoP-27, realizada de 6 a 18 de novembro em Charm al-Cheikh, no Egito, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, é convidado. Isto marca um retorno do protagonismo do Brasil nas negociações internacionais de meio ambiente depois do calamitoso governo Bolsonaro.

Os países em desenvolvimento cobram a promessa dos países ricos de dar US$ 100 bilhões por ano para combater o aquecimento global. Os mecanismos financeiros, inclusive o mercado de créditos de carbono, em que países que emitem menos podem vender sua "cota de poluição" a países ou empresas, ficam de ser regulamentados na conferência deste ano.

A CoP-28 é realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Decide que o mundo precisa fazer uma transição para reduzir as emissões de combustíveis fósseis, triplicar até 2030 a produção de energia de fontes renováveis, redobrar os esforços para aumentar a eficiência energética e eliminar gradualmente os subsídios "ineficientes" aos combustíveis fósseis. A CoP-28 é presidida por um diretor de companhia de petróleo dos EAU.

A CoP-29 é realizada de 11 a 22 de novembro deste ano em Baku, a capital da ex-república soviética do Azerbaijão, outro grande produtor de petróleo. Os países ricos se comprometem a dar US$ 300 bilhões por ano para financiar a transição energética e mitigar os efeitos do aquecimento global, bem menos do que US$ 1,3 trilhão reivindicado pelos países em desenvolvimento.

Neste ano, a CoP-30 será realizada de 10 a 21 de novembro em Belém, a capital do Pará, no Brasil. Será a primeira realizada na Amazônia, junto à maior floresta tropical do planeta, que será decisiva para conter o aquecimento global. 

O presidente Donald Trump, que retirou os EUA pela segunda vez do Acordo de Paris, boicota a conferência. A Argentina do neofascista Javier Milei não confirma a participação.

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