terça-feira, 4 de novembro de 2025

Trump é grande perdedor em eleições nos EUA

 Um ano depois de ser amplamente derrotado por Donald Trump, o Partido Democrata venceu várias eleições realizadas hoje nos Estados Unidos por causa do fracasso e da impopularidade do presidente. É um mau presságio para o Partido Republicano tendo em vista as eleições de meio de mandato, daqui a um ano, quando deve perder a maioria na Câmara dos Representantes.

A eleição com maior visibilidade e impacto foi para prefeito de Nova York, vencida pelo deputado estadual Zohran Mamdani, um imigrante muçulmano social-democrata, representante de tudo o que Trump mais detesta. Na sua rede social, Trump acusou Mamdani de ser comunista e ameaçou não dar dinheiro público federal à Cidade de Nova York durante seu governo.

Os democratas também venceram as eleições para governador nos estados de Nova Jérsei, tradicionalmente democrata, e da Virgínia, que era governada pelo Partido Republicano e tem um histórico de alternância entre os dois grandes partidos norte-americanos.

Mamdani, de 34 anos, será o prefeito mais jovem da cidade em 133 anos. Ele venceu pela segunda vez o ex-governador de Nova York Andrew Cuomo, que caiu em desgraça e renunciou em agosto de 2021 depois de ser acusado de assédio sexual por 12 mulheres. O socialista ganhou de Cuomo a eleição primária do Partido Democrata e bateu o mesmo adversário hoje. 

Cuomo concorreu como independente. Teve o apoio dos magnatas da cidade mais rica dos EUA porque o adversário é socialista e da maioria dos judeus porque Mamdani é muçulmano e crítico do Estado de Israel, que acusa de ser um projeto colonialista e etnonacionalista.

Mais de 2 milhões de nova-iorquinos votaram, a maior participação desde 1969. Com 90% dos votos apurados, Mamdani tem mais de 1 milhão de votos, pouco mais da metade, contra 41,6% para Cuomo. Na campanha, ele teve o apoio do senador Bernie Sanders e da deputada federal Alexandria Ocasio-Cortez, ambos socialistas, e prometeu reduzir o custo de vida na maior e mais rica cidade dos EUA.

Na Virgínia, Abigail Spanberger vence com 57% contra 43% da republicana Winsome Earle-Sears, uma vitória esmagadora num estado onde Trump venceu. Será a primeira mulher a governar o estado. No discurso da vitória, ela prometeu fazer um governo suprapartidário e atacar os problemas criados pelas políticas da Trump. 

A Virgínia faz divisa com o Distrito de Colúmbia. O Departamento da Defesa (Pentágono) fica na Virgínia. O estado tem muitos funcionários públicos federais que foram atingidos pelas demissões realizadas pelo Departamento de Eficiência Governamental (Doge).

Em Nova Jérsei, a deputada federal democrata Mikie Sherrill, ex-pilota de helicóptero da Marinha e ex-procuradora federal, será a segunda mulher a governar o estado. Com quase 90% dos votos apurados, ela tem 56% contra 43% para o republicano Jack Ciattarelli, ex-deputado da Assembleia Legislativa estadual. Durante a campanha, ele pediu o fim do casamento de pessoas do mesmo sexo.

Na Califórnia, mais de 60% votaram a favor de um redesenho dos distritos eleitorais do estado para dar mais cinco cadeiras de deputados federais aos democratas para neutralizar o que está sendo feito no Texas e em outros estados governados por republicanos.

Também contribuiu para a derrota republicana o fechamento há mais de um mês das atividades não essenciais do governo dos EUA porque os dois partidos não chegaram a um acordo sobre o orçamento. Cerca de 42 milhões de norte-americanos não receberam os cupons de alimentação de que dependem para nutrição.

Uma pesquisa do jornal The Washington Post, da rede de televisão ABC e do instituto Ipsos sobre a avaliação do governo Trump ajuda a explicar a derrota republicana.


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