O presidente Volodymyr Zelensky, acossado por um escândalo de corrupção, prometeu negociar a paz com base num plano elaborado pelos Estados Unidos e a Rússia, sem a participação da Europa e da Ucrânia. Mas as primeiras informações sobre o plano de 28 pontos indicam que é inaceitável por qualquer líder ucraniano.
A proposta dá tudo o que a Rússia quer e não conseguiu em três anos e nove meses de uma guerra que matou provavelmente centenas de milhares de civis e militares. O Kremlin não faz qualquer concessão.
Além de exigir o reconhecimento da soberania russa sobre as províncias da Crimeia, de Donetsk e de Lugansk, o plano proíbe a Ucrânia de entrar para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA, e a presença de forças estrangeiras no país para garantir a paz.
A Ucrânia ainda teria de reduzir suas Forças Armadas à metade, não ter armas como mísseis de longo alcance, capazes de atingir Moscou, fazer do russo a segunda língua oficial do país e realizar eleições dentro de 100 dias.
É uma tentativa de enfraquecer a Ucrânia, tornando-a um alvo mais fácil de uma futura ofensiva russa, e de afastar Zelensky numa eleição com forte influência russa. Deixa claro mais uma vez que o objetivo do ditador russo, Vladimir Putin, é dominar a Ucrânia, que o ultranacionalismo russo considera parte da Rússia.

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