sábado, 23 de julho de 2022

Hoje na História do Mundo: 23 de Julho

ÁUSTRIA-HUNGRIA DÁ ULTIMATO À SÉRVIA

    Em 1914, pouco menos de um mês depois do assassinato do herdeiro do trono, arquiduque Francisco Ferdinando, pelo estudante radical sérvio Gavrilo Princip nas ruas de Sarajevo, o embaixador do Império Austro-Húngaro em Belgrado dá um ultimato à Sérvia.

O plano austro-húngaro, elaborado em conjunto com a Alemanha, é provocar uma guerra que o governo de Viena espera vencer rapidamente, antes que a Rússia, poderosa aliada da Sérvia, reaja.

Pelos termos do ultimato, considerado inaceitável e sem precedentes por Winston Churchill, a Áustria-Hungria exige que a Sérvia aceite uma investigação austro-húngaro do atentado, proíba toda e qualquer propaganda política contra a Áustria e acabe com todas as organizações terroristas baseadas em território sérvio.

Princip é ligado ao grupo Mão Negra, que fornece armas e leva o assassino de Belgrado para Sarajevo.

Viena dá 48 horas de prazo para a Sérvia. É um ultimato tão duro que o embaixador austríaco, Barão Giesl von Giesling, entrega e prepara sua mudança. Em toda a Europa, há um consenso de que nenhum país independente e soberano pode aceitar suas imposições.

O continente está dividido entre duas alianças. Desde 1882, Alemanha, Áustria-Hungria e Itália formam a Tríplice Aliança, enquanto França, Reino Unido e Rússia formam a Tríplice Entente em 1907.

A Sérvia imediatamente apela à aliada Rússia. Em 24 de julho, o Conselho de Ministros do império czarista ordena a mobilização de quatro regiões militares.

No dia seguinte, o primeiro-ministro sérvio, Nicola Pasic, mobiliza o Exército e vai pessoalmente entregar a resposta ao embaixador austro-húngaro. A Sérvia aceita todas as exigências, menos a investigação em seu território.

A resposta não faz a menor diferença. Von Giesling rompe relações da Áustria-Hungria com a Sérvia e vai para a estação ferroviária.

Três dias depois, começa a Primeira Guerra Mundial (1914-18). A Áustria-Hungria declara guerra e ataca a Sérvia. A Alemanha, que apoia a Áustria-Hungria, dá um ultimato a Rússia, França e Reino Unido para que permaneçam neutras.

O Reino Unido cobra em 31 de julho de Alemanha e França que respeitem a neutralidade da Bélgica. A Alemanha não responde.

Em 1º de agosto, findo o ultimato alemão, Alemanha e Rússia estão em guerra. O Reino Unido anuncia que fica neutro se a França não for atacada.

A Alemanha invade Luxemburgo em 2 de agosto e troca tiros com guarnições da França. Em 3 de agosto, a Alemanha declara guerra à França. Na manhã de 4 de agosto, invade a Bélgica, que pode ajuda ao Reino Unido com base no Tratado de Londres.

O Reino Unido exige a retirada alemã da Bélgica até meia-noite. Como a Alemanha não recua, os dois países entram em guerra. 

A Itália não participa inicialmente. Alega que a Tríplice Aliança é meramente defensiva. Depois, entra ao lado dos aliados ocidentais. O Império Otomano (turco) se une às potências centrais

A Primeira Guerra Mundial, o conflito que forja o século 20, termina em 11 de novembro de 1918 com a vitória dos aliados ocidentais depois da intervenção dos Estados Unidos. No fim, desaparecem os impérios alemão, austro-húngaro, otomano e russo. A revolução comunista na Rússia e a ascensão do nazifascismo são consequências.

Se era "a guerra para acabar com todas as guerras", como afirmava o presidente Woodrow Wilson para convencer os norte-americanos a entrar numa guerra na Europa, a Conferência de Versalhes, em 1919, é a paz para acabar com todas as pazes. Planta as sementes da Segunda Guerra Mundial (1939-45).

CORONÉIS DERRUBAM MONARQUIA NO EGITO

    Em 1952, a Sociedade dos Oficiais Livres depõe o rei Faruk e tomar o poder no Egito num golpe liderado pelo coronel Gamal Abdel Nasser. O rei é acusado de corrupção e pela derrota na Guerra de Independência de Israel (1948-49).

A Revolução dos Coronéis redistribui a terra, processa políticos corruptos e abole a monarquia. Nasser sai da sombra em 1954 como primeiro-ministro e promulga a Constituição da República Socialista Árabe do Egito. Em 1956, assume o novo cargo de presidente e se transforma no grande líder do nacionalismo pan-árabe.

Nasser nacionaliza o Canal de Suez em 1956, provocando uma intervenção militar da França e do Reino Unido, com o apoio de Israel, na Guerra de Suez. Sob pressão dos Estados Unidos e da União Soviética, as forças franco-britânicas se retiram e o Egito assume o controle sobre o canal.

Com a derrota esmagadora dos países árabes na Guerra dos Seis Dias (1967) contra Israel, Nasser perde o prestígio e morre em 1970 de ataque cardíaco.

LUTA CONTRA O RACISMO NOS EUA

    Em 1967, começa a Rebelião de Detroit, a mais violenta da onda de protestos de rua contra o racismo do Longo e quente verão de 1967 nos Estados Unidos

Em cinco dias de conflitos entre a comunidade negra e a polícia, 43 pessoas morreram, 1.189 saíram feridas, mais de 7,2 mil presos e 1,4 mil prédios vandalizados.

Tudo começa com uma operação policial às 3h45 contra um bar clandestino chamado Blind Pig (Porco Cego), num bairro pobre onde há uma festa para veteranos da Guerra do Vietnã (1964-71). A ação policial em plena madrugada atrai moradores da vizinhança, que se revoltam com a prisão das 82 pessoas.

Enquanto a polícia espera viaturas em quantidade suficiente, um porteiro filho do dono do bar incita a multidão. Joga uma garrafa contra os policiais. Quando a polícia vai embora, a multidão enfurecida saqueia uma loja de roupas próxima. Logo, a onda de saques se amplia.

O governador George Romney convoca a Guarda Nacional e o presidente Lyndon Johnson envia a 82ª e a 101ª divisões aerotransportadas, tropas de elite de paraquedistas que costumam estar na linha de frente das intervenções militares dos EUA no exterior. 

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