segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Direita vence eleição presidencial na Bolívia

Depois de 20 anos de domínio do Movimento ao Socialismo (MAS), liderado pelo ex-presidente Evo Morales, a direita volta ao poder na Bolívia. Dois candidatos de oposição, Rodrigo Paz Pereira (dir.) e o ex-presidente Jorge Tuto Quiroga (esq.), vão disputar o segundo turno, em 19 de outubro. Impedido de se candidatar, Morales fez campanha pelo voto nulo.

Com 92% das urnas apuradas, Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão (PDC) liderava com 1.566.744 votos (32,09%) contra 1.314.281 de Quiroga (26,93%), da coalizão Livre. Samuel Doria Medina, da Unidade, é o terceiro com 972.444 (19,9%); seguido por Andrónico Rodríguez, da Aliança Popular, com 396.134 (8,11%); e Manfred Reyes Villa, da AFP Súmate, com 323.884 (6,63%). 

O  MAS, dividido entre as facções de Morales e do atual presidente Luis Arce, ficou em sexto lugar com a candidatura do presidente do Senado, Eduardo Del Castillo, que recebeu 153.538 votos (3,14%). O voto nulo defendido por Morales teve 19%.

A surpresa foi Rodrigo Paz, que aparecia em terceiro lugar nas pesquisas mais favoráveis. Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-93), ele nasceu no exterior quando a família estava no exílio durante uma ditadura militar. O favorito era Samuel Doria, que disputa a eleição presidencial pela quarta vez. Ficou em terceiro lugar e anunciou apoio a Rodrigo Paz.

Além da divisão da esquerda, a derrota do governo se deve à crise econômica, com o esgotamento das reservas em dólar, a queda das exportações de gás, que embalaram o crescimento dos governos de Morales, e uma inflação de 25% ao ano.

Em seu primeiro pronunciamento após a vitória no primeiro turno, Paz declarou que os bolivianos "não estão pedindo apenas uma mudança de governo, mas uma mudança do sistema político. É o início de uma grande transformação."

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