O tarifaço global do presidente Donald Trump durou menos de 24 horas. Diante da perda de mais de US$ 10 trilhões nas bolsas de valores e de uma grande venda de títulos de 10 anos da dívida pública dos Estados Unidos, Trump suspendeu por 90 dias as tarifas que chama de "recíprocas" com a desculpa de mais de 75 países querem negociar.
As bolsas tiveram forte alta, sem recuperar todas as perdas, mas a guerra comercial não acabou. A tarifa básica de 10% sobre todas as importações dos EUA está mantida, assim como a de 25% sobre aço, alumínio, automóveis e autopeças. E a alíquota para a China, que retaliou e não propôs negociação, subiu para 125%.
A China, maior detentora de títulos da dívida pública dos EUA, vendeu US$ 50 bilhões em bônus de 10 anos, mostrando que tem munição para a guerra comercial. Essa manobra foi decisiva para o recuo de Trump.
Uma briga entre Peter Navarro, o ideólogo do tarifaço, e o bilionário Elon Musk, que chamou Navarro de "verdadeiro imbecil", "mais burro do que um saco de tijolos", revela uma divisão interna no governo norte-americano.
É uma derrota humilhante, mas Trump vai cantar vitória. O estrago está feito. Para o ex-secretário do Tesouro Lawrence Summers, a guerra comercial de Trump é "a maior ferida auto-infligida desde a Segunda Guerra Mundial".
Um comentário:
Como em um jogo de pôquer, Trump bateu a mesa esperando a reação dos outros participantes.
Mas, como você, comumentemente diz, Trump dobra a aposta.
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