O presidente conservador Daniel Noboa foi reeleito neste domingo em segundo turno no Equador. Com mais de 90% dos votos apurados, o presidente tem uma vantagem de mais de um milhão de votos e 12 pontos percentuais (56% a 42%) sobre a candidata de esquerda, Luisa González, que não reconheceu a derrota e pediu recontagem dos votos.
"Recuso-me a acreditar que o povo preferiria mentiras em vez da verdade, violência em vez da paz e da unidade", declarou González, do partido Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente Rafael Correa, exilado na Bélgica depois de ser condenado por corrupção. "Vamos exigir uma recontagem e que abram as urnas."
Tanto a Organização dos Estados Americanos (OEA) quanto a União Europeia, que enviaram missões observadora, consideraram a eleição limpa e justa. Na véspera da eleição, Noboa decretou estado de emergência em sete estados em que González era favorita, levantando suspeitas de intimidação do eleitorado. O presidente afirmou que a medida era para conter a violência.
A campanha foi marcada pelo maior problema enfrentado pelo Equador hoje, a violência das máfias do tráfico de drogas, com a penetração no país dos cartéis do México. Para combater essas gangues, Noboa militarizou a polícia e as prisões.
Os dois candidatos que chegaram ao segundo turno terminaram o primeiro praticamente empatados com pouco mais de 44% dos votos cada um. De acordo com a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Diana Atameint, 84% dos eleitores inscritos votaram no segundo turno.
Daniel Noboa é filho de Álvaro Noboa, o homem mais rico do país, magnata das bananas, que tentou ser presidente do Equadir cinco vezes, sem sucesso. Ele foi eleito em 15 de outubro de 2023 para concluir o mandato do presidente Guillermo Lasso, que vai até maio. Agora, terá a chance de governar por um mandato inteiro de 4 anos.
Na campanha, Noboa se apresentou como o candidato da lei, da ordem e da segurança pública, mas até aqui teve pouco sucesso no combate aos maiores problemas do Equador: a violência dos traficantes de drogas e o desemprego.
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