O primeiro-ministro Mark Carney, do Partido Liberal, ex-presidente do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra, foi eleito hoje para um novo mandato com a missão principal de resistir aos ataques do presidente Donald Trump, indicam as projeções da televisão pública CBC (Canadian Broadcasting Corporation), que o candidato da oposição quer fechar.
Depois de quase 10 anos de governo do primeiro-ministro liberal Justin Trudeau, o Partido Conservador tinha uma vantagem de 25 pontos percentuais nas pesquisas, mas perdeu a liderança depois que Trump impôs tarifas de importação aos produtos canadenses, passou a chamar o primeiro-ministro canadense de governador e a declarar insistentemente que o Canadá deve ser o 51º estado dos EUA.
O país está em choque porque é talvez o melhor vizinho do mundo e tinha excelentes relações com os EUA. Trump acusa o Canadá de viver sob a proteção dos EUA como aliado na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Afirma que os EUA subsidiam o Canadá em US$ 200 bilhões por ano sem explicar de onde tirou esse valor.
O Canadá é o segundo maior parceiro comercial dos EUA, depois do México e à frente da China, com uma corrente de comércio de US$ 762 bilhões em 2024. Cerca de 75% das exportações canadenses vão para os EUA. No ano passado, os EUA tiveram um déficit comercial de US$ 45 bilhões.
Trump impôs tarifas de 25% sobre produtos importados do Canadá e do México, e de 10% para produtos de energia canadenses. Assim, rompeu o acordo de livre comércio da América do Norte que ele mesmo renegociou no primeiro governo. Depois, deu algumas isenções.
Aos quebequenses, falando em francês, Carney afirmou que "a língua e a cultura quebequenses são parte da identidade nacional canadense", numa tentativa de neutralizar o movimento pela independência do Quebec.
Carney era primeiro-ministro porque Trudeau renunciou em março à liderança do partido e do governo sob pressão dos liberais diante da expectativa de uma grande derrota eleitoral nas eleições parlamentares que deveriam ser realizadas antes do fim do ano. Com a saída de Trudeau, foram antecipadas para hoje.
"Vamos construir um grande futuro independente para o Canadá. Um Canadá forte, um Canadá livre e um Canadá independente", concluiu o primeiro-ministro, depois de dizer que o país vai procurar outros parceiros na Europa e na Ásia para diminuir a dependência dos EUA e manter a prosperidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário