VASCO DA GAMA EM MOÇAMBIQUE
Em 1498, o navegador português Vasco da Gama chega à ilha de Moçambique, na costa oriental da África, na primeira viagem marítima de europeus à Índia.
Ao cruzar o Cabo da Boa Esperança, no Sul da África, a frota de Vasco da Gama entra em mares nunca antes navegados por europeus. Os portugueses avançam lentamente ao longo da costa da Zululândia. O objetivo é encontrar cidades ou povoações onde possam se reabastecer de água e saber qual a distância para a Índia, talvez até conseguir um piloto que os guiasse até o destino.
Depois de uma tempestade, a frota explora a costa do que hoje é Moçambique até chegar à ilha do mesmo nome. Logo, percebem que é um lugar diferente dos que vêm encontrando, com uma cultura muçulmana, um povo que entende árabe, veste roupas coloridas de linho e algodão, usa touca e é formado por mercadores.
Há desconfiança mútua. O sultão local promete ajudar, mas dá informações erradas e não fornece um piloto. A frota tem problemas também em Mombaça, hoje parte do Quênia. Só em Melinde consegue um piloto que os guia até a Índia.
Depois de 20 mil quilômetros de viagem, os portugueses chegam em Calicute em 20 de maio de 1498.
INDEPENDÊNCIA DO MARROCOS
Em 1956, o Marrocos, um país que ao longo da história é colonizado por Portugal, Espanha e França, declara independência da França. O rei Muhammad V forma o governo do novo país.
A expansão árabe no fim do século 7 toma o Norte da África, a região do Magrebe. Em 1415, Portugal conquista Ceuta, marco inicial do Império Português. Nos próximos séculos, o país vive sob dominação europeia.
Com a Revolução Industrial na Europa, a colonização da África se aprofunda. Em 1830, a França mostra interesse no Marrocos para proteger sua fronteira na Argélia. O Tratado de Fez, de 1912, transforma o Marrocos num protetorado francês. A Espanha mantém seu protetorado.
Pela proximidade com a Europa, o Marrocos se envolve na Primeira Guerra Mundial (1914-18), na Guerra civil Espanhola (1936-39) e na Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Depois da Segunda Guerra Mundial, com base na Carta do Atlântico, assinada em 1941 pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, o povo marroquino pede a volta do rei Mohammad V.
Como enfrenta a Guerra da Independência da Argélia (1954-62), a França decide ceder. Em 1955, aceita a independência do Marrocos.
CHINA x URSS
Em 1969, de manhã, cerca de 30 soldados da República Popular da China andam sobre as águas congeladas do Rio Ussúri e enfrentam 70 guardas de fronteira da União Soviética perto de uma ilha reivindicada pelos chineses. A escaramuça termina com dezenas de mortos e feridos, confirmando o cisma entre as duas grandes potências comunistas, que continuaria até o fim da Guerra Fria.
Pelo Tratado de Beijim de 1860, a fronteira ficava na margem chinesa do rio, e não no meio. A disputa da ilha de Zhenbao ou Damansky, próxima da margem chinesa, deflagra o conflito fronteiriço sino-soviético, seis meses de uma guerra não declarada.
Pelos dados oficiais dos regimes, 58 soldados da URSS e 72 da China morreram. Os soviéticos afirmam que mataram cerca de 800 chineses.
Os Estados Unidos aproveitam o conflito sino-soviético para se reaproximar da China e fazer a détente com a URSS, com viagens do assessor de Segurança Nacional, Henry Kissinger, e do presidente Richard Nixon a Beijim e Moscou. A China vira uma virtual aliada não sócia da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no fim da Guerra Fria.
A demarcação da fronteira só é realizada depois do fim de URSS, em 1991, como resultado de vários acordos. O último, assinado em 14 de outubro de 2003, dá centenas de ilhas nos rios fronteiriços à China, inclusive Zhenbao.
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