COMUNA DE PARIS
Em 1871, depois da derrota da França na Guerra Franco-Prussiana (1870-71) e do colapso do Segundo Império, estoura a Comuna de Paris, a primeira insurreição que cria um governo popular proletário, expressão do crescimento das ideias socialistas entre o operariado europeu.
A Assembleia Popular eleita em fevereiro de 1871 para concluir um acordo de paz com a Alemanha recém-unificada tem uma maioria monarquista que reflete o conservadorismo das províncias.
Para garantir a ordem na capital francesa, o chefe do governo provisório, Adolphe Thiers, decide desarmar a Guarda Nacional, formada principalmente por trabalhadores que lutaram durante o cerco de Paris. Em 18 de março, essa força se revolta quando tentam tomar os canhões.
Em 26 de março, eleições organizadas pelo comitê central da guarda resulta na vitória dos revolucionários, que formam o governo da Comuna. Entre eles, estão os chamados jacobinos, que seguem as ideias radicais da segunda fase da Revolução Francesa de 1789 e querem que a Comuna controle a revolução; os proudhonistas, socialistas a favor de formar uma federação de comunas por toda a França; e os blanquistas, que defendem uma ação violenta.
O programa da Comuna defende algumas medidas de 1793 como o fim do apoio à Igreja e a adoção do calendário revolucionário, e medidas sociais como jornada de trabalho de no máximo 10 horas por dia e o fim do trabalho noturno dos padeiros.
Com a rápida derrota das comunas que surgem em Lyon, Saint-Étienne, Marselha e Toulouse, a Comuna de Paris fica sozinha na luta contra o governo instalado em Versalhes. Os fédérés, como são chamados os insurgentes, não conseguem se organizar militarmente e partir para a ofensiva. Em 21 de maio, tropas governamentais entram numa zona não defendida de Paris.
Durante a Semana Sangrenta, as forças do governo esmagam a Comuna de Paris. Os rebeldes de defendem armando barricadas com paralelepípedos e tocando fogo em prédios públicos como o Palácio das Tulherias e a Prefeitura. Cerca de 20 mil rebeldes e 750 soldados morrem. Depois do fim da rebelião, em 28 de maio, o governo prende cerca de 38 mil pessoas e deporta mais de 7 mil.
Na descrição de Karl Marx, o ideólogo do comunismo, em A Guerra Civil na França, “a Comuna era composta de veradores eleitos por sufrágio universal nos diversos distritos da cidade. Eram responsáveis e substituíveis a qualquer momento.
"A Comuna deveria ser não um órgão parlamentar, mas uma corporação de trabalho, executiva e legislativa ao mesmo tempo. Em vez de continuar sendo um instrumento do governo central, a polícia foi imediatamente despojada de suas atribuições políticas e convertida num instrumento da Comuna, responsável diante dela e demissível a qualquer momento. O mesmo foi feito em relação aos funcionários dos demais ramos da administração. Todos que desempenhavam cargos públicos deviam receber salários de operários.
"Como é lógico, a Comuna de Paris seria o modelo para todos os grandes centros industriais da França. Uma vez estabelecido em Paris e nos centros secundários o regime comunal, o antigo governo centralizado teria que ceder lugar também nas províncias ao autogoverno dos produtores.
"No breve esboço de organização nacional que a Comuna não teve tempo de desenvolver, a Comuna deveria ser a forma política inclusive das menores aldeias do país e, nos distritos rurais, o exército permanente devia ser substituído por uma milícia popular com um tempo de serviço extraordinariamente curto. As comunas rurais de cada distrito administrariam seus assuntos coletivos por meio de uma assembleia de delegados na capital do distrito correspondente a essas assembleias, por sua vez, enviariam deputados à delegação nacional em Paris.”
Para Friedrich Engels, o outro autor do Manifesto Comunista, “só os operários de Paris tinham a intenção bem definida, ao derrubar o governo, de derrubar o regime da burguesia”, ainda que “nem o progresso econômico do país nem o desenvolvimento intelectual das massas operárias francesas, contudo, tinham atingido ainda o grau que teria tornado possível uma reconstrução social”.
PRIMEIRAS GRAVAÇÕES DE VOZ
Em 1902, o tenor italiano Enrico Caruso, um dos primeiros músicos a gravar sua voz, faz sua primeira gravação fonográfica.
Caruso, o mais admirado tenor italiano do início do século 20, nasce em Nápoles, na Itália, em 25 de fevereiro de 1873 numa família pobre. Ele canta músicas folclóricas napolitanas nas ruas e entra para o coral da igreja aos 9 anos, mas só começa a receber educação musical formal aos 18 anos com o professor Guglielmo Vergine.
Ele estreia como cantor de ópera em 1894 na peça L'amico Francesco, de Mario Morelli, no Teatro Novo, em Nápoles. Quatro anos depois, ele interpreta o personagem Loris na avant-première de Fedora, de Umberto Giordano, em Milão.
Seu sucesso o leva a se apresentar em Moscou, São Petersburgo e Buenos Aires. Caruso estreia em 1900 no famoso Teatro Scala, de Milão, com La Bohème. Em 1902, ele canta La Bohème em Mônaco e Rigoletto em Covent Garden, em Londres.
Em 23 de novembro de 1903, Caruso faz sua primeira apresentação nos Estados Unidos, cantando La Bohème na Ópera Metropolitana de Nova York. Nos próximos 17 anos, ele participa da abertura da temporada de ópera em Nova York interpretando 36 papéis.
Caruso faz sua última performance em público como Eléazar em La Juive na 607ª apresentação na Ópera Metropolitana de Nova York em 24 de dezembro de 1920. Ele morre em 2 de agosto de 1921 em Nápoles aos 48 anos.
PRIMEIRO PASSEIO NO ESPAÇO
Em 1965, o cosmonauta soviético Alexei Leonov sai da nave espacial Voskhod 2 e se torna o primeiro homem a caminhar no espaço.
Leonov nasce em 30 de maio de 1934 em Listvyanka, da Rússia, então parte da União Soviética. Depois de cursar os ensinos fundamental e médio em Kaliningrado, ele entra para a Força Aérea em 1953. Quatro anos depois, conclui seu treinamento. Serve como piloto de 1957 a 1959, quando é selecionado para se tornar um cosmonauta.
A Voskhod 2 é lançada ao espaço em 18 de março com Leonov e Pavel Balvaiev a bordo. Na segunda volta em órbita da Terra, a 117 quilômetros da superfície da Crimeia, Leonov sai da nave preso por um cabo, faz observações, filma e faz algumas manobras por 10 minutos e volta quando a Voskhod 2 sobrevoa a Sibéria. A nave volta depois de dar 17 voltas na Terra em 26 horas.
Dez anos depois, ele comanda a Soyuz 19, que faz com uma nave Apollo o primeiro acoplamento espacial de espaçonaves dos Estados Unidos e da URSS, em 17 de julho de 1975.
Alexei Leonov se aposenta como cosmonauta em 1982 e trabalha até 1991 no Centro de Trenamento de Cosmonautas Yuri Gagarin, perto de Moscou. Em 2004, lança com o astronauta norte-americano David Scott o livro Duas Faces da Lua: nossa história da corrida espacial na Guerra Fria. Ele morre em 11 de outubro de 2019 em Moscou aos 85 anos.
EUA BOMBARDEIAM CAMBOJA
Em 1969, durante a Guerra do Vietnã (1955-75), aviões bombardeiros dos Estados Unidos deixam de lado seus alvos no Vietnã para atacar bases dos guerrilheiros comunistas do Viet Cong e a chamada Trilha de Ho Chi Minh, no Camboja, usada pelos rebeldes para ir do Vietnã do Norte para o Vietnã do Sul através do país vizinho, que estava fora da guerra.
Ao todo, 3.360 missões aéreas jogam 110 mil toneladas de bombas no Camboja durante um ano e dois meses, até 26 de maio de 1970. A Operação Menu é realizada em segredo. Nem o Congresso nem a opinião pública norte-americana é informada porque o Camboja é um país neutro.GOLPE NO CAMBOJA
Em 1970, o general e primeiro-ministro Lon Nol dá um golpe militar no Camboja, derruba o Príncipe Vermelho, Norodom Sihanouk, e instaura uma ditadura com o apoio dos EUA.
O Khmer Vermelho, apoiado pela China e inspirado pelo maoísmo e a Grande Revolução Cultural Proletária (1966-76), instaura um dos regimes comunistas mais cruéis e brutais, talvez o pior de todos, um reino do terror que mata 1,5 a 2 milhões de pessoas até ser derrubado por uma invasão do Vietnã em 7 de janeiro de 1979.
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