segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Trump não pagou imposto de renda durante dez anos, acusa o NY Times

Sempre declarando prejuízos, o presidente Donald Trump não pagou imposto de renda em 10 dos 15 anos anteriores à chegada à Casa Branca, em janeiro de 2017. No ano da eleição, em 2016, pagou US$ 750, quase R$ 4,167 mil ao câmbio de sexta-feira, e no ano seguinte, já no governo, a mesma quantia, revelou o jornal The New York Times

Ao examinar declarações de renda de Trump ao longo de mais de 20 anos, o jornal descobriu que o presidente deve US$ 300 milhões (R$ 1,667 bilhão) e pode ser obrigado a pagar US$ 100 milhões (R$ 555,67 milhões) em impostos atrasados por causa de uma restituição indevida.

Trump negou qualquer irregularidade e alegou que a "notícia é falsa". Os documentos revelam que ele pediu abatimento por despesas de cabeleireiro de US$ 70 mil (R$ 389 mil), que todos os projetos reservam 20% para "taxas de consultoria" não explicadas e o quanto suas empresas não dão lucro.

Desde meados dos anos 1970, é praxe nos EUA que os candidatos à Casa Branca divulguem sua declaração de renda antes da eleição. Caso sejam eleitos, assim será possível verificar se enriqueceram no poder. Trump sempre se negou a divulgar sua declaração de renda, alegando que está sob auditoria da receita federal americana. Mas isto não é empecilho.

"Estamos publicando esta reportagem porque acreditamos que os cidadãos devam saber o máximo possível sobre seus líderes e representantes", explicou o editor executivo do NY Times, Dean Baquet.

O jornal já havia publicado alegações de que Trump não pagava impostos com base em documentos entregues, na época anonimamente, por Mary Trump, uma sobrinha que publicou um livro-bomba e está processando o núcleo familiar do presidente reclamando ter sido lesada na divisão dos bens da família depois das mortes do pai e do avô. Seu livro se chama Demais e Nunca Suficiente: como minha família criou o homem mais perigoso do mundo.

Na terça-feira, será realizado o primeiro debate entre Trump e o candidato democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden. Atrás nas pesquisas, a expectativa é que o presidente parta para ataques pessoais ao oposicionista. Biden tem mais munição para contra-atacar.

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