Em 80 anos de existência, a Organização das Nações Unidas (ONU) não conseguiu acabar com a guerra, mas é importante em missões de paz, um parlamento mundial, um fórum de negociações permanente e uma agência de descolonização. Está em crise por não acabar com a guerra e com o abandono do multilateralismo pelos Estados Unidos, que reduziram a contribuição no governo Donald Trump.
Os problemas estruturais da ONU não são novos. A organização cria uma ordem internacional ao mesmo tempo baseada no liberalismo e no realismo, na política do poder. Alguns países podem mais do que os outros, como no mundo real. Ao mesmo tempo em que consagra os princípios de soberania nacional e integridade territorial, declara que os direitos humanos são universais.
Para superar a impotência da Liga das Nações para evitar a Segunda Guerra Mundial (1939-45), o presidente norte-americano Franklin Roosevelt, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill e o líder soviético Josef Stalin criaram o Conselho de Segurança. Reservaram o direito de veto para as grandes potências vencedoras da guerra. O modelo da ONU é um mundo administrado por um condomínio de grandes potências.
É evidente que o mundo de 2025 é muito diferente do mundo de 1945, mas qualquer reforma no Conselho de Segurança tende a parar no veto das grandes potência. E se não há consenso entre cinco, como será com um Conselho de Segurança ampliado? A questão central é vale a pena ter um sistema internacional, mesmo que reflita as desigualdades de poder.

Nenhum comentário:
Postar um comentário