sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Hoje na História do Mundo: 26 de Setembro

 DRAKE COMPLETA VOLTA AO MUNDO

    Em 1580, ao ancorar em Plymouth, na Inglaterra, o navegador e corsário inglês Francis Drake se torna o primeiro comandante a completar a volta ao mundo, já que o português Fernão de Magalhães morre nas Filipinas na primeira viagem de circunavegação da Terra (1520-21), completada por seu subcomandante, Juan Sebastián Elcano.

Drake sai da Inglaterra em 13 de dezembro de 1577 para saquear colônias da Espanha no Oceano Pacífico. Dos cinco navios, só um, o Golden Hind, atravessa o Estreito de Magalhães, ataca as colônias espanholas da costa do Oceano Pacífico da América do Sul e segue rumo à América do Norte em busca de uma passagem ao norte para voltar ao Oceano Atlântico.

Golden Hind vai até a altura de onde fica hoje o estado de Washington, nos Estados Unidos, e antes de atravessar o Pacífico para perto da Baía de São Francisco para reparos. Drake chama o local de Nova Albion. É o primeiro a reivindicar para a coroa da Inglaterra a soberania sobre o que é hoje parte dos EUA.

Ao visitar seu navio em 1581, a rainha Elizabeth I o ordena cavaleiro. Drake é um dos comandantes responsáveis pela vitória sobre a Armada Invencível da Espanha, em 1588.

SANTA ALIANÇA

    Em 1815, depois da derrota final de Napoleão Bonaparte, a Áustria, a Prússia e a Rússia formam a Santa Aliança para restaurar as monarquias europeias atacadas pelo imperador da França.

O czar Alexandre I, da Rússia, o imperador Francisco I, da Áustria, e o rei Frederico Guilherme III, da Prússia, formam a aliança em Paris, enquanto negociam a paz com a França, com o objetivo de restaurar os antigos regimes monárquicos baseados nos valores cristãos e em privilégios feudais.

A Santa Aliança é uma consequência do Congresso de Viena, realizado de 18 de setembro de 1814 a 9 de junho de 1815, nove dias antes da derrota de Napoleão em Waterloo, na Bélgica. 

Todos os reis da Europa aderem, menos o príncipe-regente do Reino Unido, o futuro George IV, o papa e o sultão do Império Otomano. Para grandes diplomatas da época, como o príncipe Klemens von Metternich, da Áustria, e o Visconde de Castelreagh, secretário de Estado do Reino Unido, a Santa Aliança é irrelevante e efêmera, mas é um embrião de organizações internacionais.

PRIMEIRO DEBATE PRESIDENCIAL NA TV

    Em 1960, o senador John Kennedy e o vice-presidente Richard Nixon fazem em Chicago o primeiro debate na televisão de dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos. 

Kennedy é considerado vencedor por ficar mais a vontade diante das câmeras, enquanto Nixon não usa maquiagem e parece nervoso. 

O sociólogo canadense Marshall McLuhan, o papa da comunicação, observa que Kennedy parecia o xerife simpático e bonachão de uma pequena cidade do interior, enquanto Nixon agia como o advogado da companhia ferroviária que vai ferrar a cidade.

Nixon teria saído um pouco melhor no segundo e no terceiro debates. O quarto e último é em 21 de outubro.

Em 8 de novembro, JFK vence a eleição com 34.220.984 votos (49,7%) contra 34.108.157 (49,6%) de Nixon e por 303-219 no Colégio Eleitoral.

Com o assassinato de Kennedy, em 22 de novembro de 1963, assume a Presidência o vice-presidente Lyndon Johnson, que se nega a debater na TV na eleição de 1964. 

Por causa de sua impopularidade causada pela Guerra do Vietnã, Johnson desiste de disputar a reeleição em 1968.  O favorito é Robert Kennedy, baleado mortalmente em 5 de junho, no dia em que garante a indicação ao vencer a eleição primária da Califórnia.

Nixon é o candidato do Partido Republicano e se nega a debater com o democrata Hubert Humphrey. Os debates voltam em 1976, quando Gerald Ford, o único presidente não eleito numa chapa presidencial nos EUA (é presidente da Câmara quando Nixon renuncia; o vice-presidente Spiro Agnew havia sido afastado por corrupção), perde a reeleição para o ex-governador democrata da Geórgia Jimmy Carter.

Nos debates entre Carter e Ronald Reagan, em 1980, o republicano repete várias frases de Kennedy, como "déficits não importam" e "se você está melhor de vida do que oito anos atrás, vote nele; se não melhorou, me dê uma chance." E vence Carter, abatido pela inflação e pela crise dos reféns na Embaixada dos EUA no Irã.

ÚLTIMO DOS BEATLES

    Em 1969, The Beatles lançam o excelente Abbey Road, o último disco que gravaram. Let it be, gravado antes, é lançado em 1970, quando a banda se dissolve.

John Lennon e Paul McCartney, dois garotos de classe média de Liverpool, um porto decadente por causa do declínio do comércio transatlântico, mas que recebe discos de rock dos Estados Unidos, começam a tocar juntos em 1957. George Harrison entra para a banda no fim do ano.

De 1960 a 1962, os Beatles tocam em Hamburgo, na Alemanha. No outono de 1961, Brian Epstein, gerente de uma loja de discos de Liverpool, vê a banda, decide se tornar empresário do grupo e bombardeia as gravadoras com cartas e fitas gravadas dos Beatles.

Depois de muito insistir, Epstein consegue um contrato com a Parlaphone, uma subsidiária da EMI, onde o produtor é George Martin, um músico de formação clássica. Sugere a contratação de um baterista melhor, Ringo Starr, e muda o arranjo do segundo compacto dos Beatles, Please Please Me, de um lamento para um ritmo forte, animado e positivo, para cima.

Na primavera de 1963, o Reino Unido estava tomado pela Beatlemania, que desembarca nos EUA no início de 1964. Os Beatles são a banda que mais vende discos na história, com total estimado em 500 milhões.

GUERRA NUCLEAR EVITADA

    Em 1983, o tenente-coronel soviético Stanislav Petrov decide que um alerta de computador sobre um ataque de mísseis dos Estados Unidos contra a União Soviética é falso. Assim, evita a deflagração de uma guerra nuclear.

Stanislav Yevgrafovich Petrov nasceu em 7 de setembro de 1939 em Vladivostok, no extremo leste da Rússia. Filho de um piloto que lutou na Segunda Guerra Mundial (1939-45), cresce num lar abusivo, mas "com a sensibilidade de um artista", na visão do escritor e historiador Dan McEwen.

Seus pais o obrigam a entrar para as Forças Armadas, onde os oficiais encarregados do treinamento percebem seu talento e criatividade. Stanislav vai para o Colégio Superior de Engenharia Radiotécnica, da Força Aérea, em Kiev, na Ucrânia. Quando se forma, vira pesquisador de defesa aérea da Força Aérea.

Na noite calma de 26 de setembro de 1983, a Lua quase cheia ilumina com luz pálida a base de Surpukhov-15, uma pequena vila militar a 130 quilômetros ao sul de Moscou. Duas semanas antes, a União Soviética abate um Boeing 747 da companhia South Korea Air e mata todas as 269 pessoas a bordo, inclusive um deputado do Congresso dos EUA.

O tenente-coronel Petrov está no controle do computador quando toca uma sirene e a tela fica vermelha. Em segundos, ele percebe que é um alerta de lançamento de mísseis. Quinze segundos depois, outro aviso: são cinco mísseis nucleares disparados de uma base norte-americana em Dakota do Norte.

Ele estima em 50% a probabilidade de ser um ataque nuclear verdadeiro e decide caracterizar como um alarme falso. Em entrevista à revista Time, em 2015, declara que "não queria ser responsável por começar a Terceira Guerra Mundial", mas falando em 2013 à rádio e televisão britânica BBC admite que "ninguém seria capaz de corrigir meu erro, se eu tivesse errado."

Petrov é o único homem da base com educação civil. Todos os outros são soldados profissionais acostumados e dar e receber ordens. Se outro estivesse no computador, poderia ter dado o alerta geral. 

É outro oficial soviético que evita uma tragédia nuclear. Durante a Crise dos Mísseis em Cuba, em 27 de outubro de 1962, o comandante de um submarino soviético está pronto a disparar um torpedo nuclear contra um navio dos EUA que faz um bloqueio aeronaval a Cuba, quando Vassili Arkhipov o impede.

Pela doutrina nuclear soviética, o disparo tem de ser autorizado pelos três altos oficiais a bordo. Arkhipov alega que o submarino não está sob ataque.

Quando a URSS derruba o avião sul-coreano perto das Ilhas Sakhalina, em 1º de setembro de 1983, no auge da Segunda Guerra Fria, sem conseguir autorização direta com Moscou, o militar que abate o Jumbo é orientado a "seguir o manual". 

Numa era de inteligência militar, siga o manual pode ser o início de uma guerra total.

Nenhum comentário: