quarta-feira, 16 de abril de 2025

Hoje na História do Mundo: 16 de Abril

 PRIMEIRA MULHER SOBREVOA A MANCHA

    Em 1912, a aviadora norte-americana Harriet Quimby torna-se a primeira mulher ao sobrevoar o Canal da Mancha ao pilotar o monomotor francês Blériot em meio a forte neblina de Dover, na Inglaterra, a Hardelot, na França.

Ela nasce provavemente em 1º de maio de 1875 em Coldwater, no estado de Michigan, e começa a se interessar por aviação em outubro de 1910. Depois de visitar uma feira em Belmont Park, decide aprender a pilotar.

Harriet Quimby estuda na Escola de Aviação Moisant, em Hempstead, Long Island, na primavera de 1911. Em 1º de agosto, recebe a licença número 37, a primeira de uma mulher, do Aero Clube da América, o braço da Federação Aeronáutica Internacional nos Estados Unidos.

É a segunda pilota do mundo, depois da francesa Baronesa de la Roche. Depois de um mês de preparação, Quimby sobrevoa a Mancha, mas em 1º de julho de 1912 ela e uma passageira caem durante uma manobra de seu Blériot e morrem.

LENIN VOLTA À RÚSSIA

    Em 1917, o líder comunista Vladimir Lenin volta à Rússia depois de 17 anos no exílio para preparar a Revolução Bolchevique e tomar o poder.

Vladimir Illich Ulianov nasce em Simbirsk, na Rússia, em 22 de abril de 1870. Numa família de seis irmãos, todos entram em movimentos revolucionários. Ele se destaca como estudante de grego e latim. Parece destinado a uma carreira acadêmica.

Um marco trágico na vida de Lenin é a morte do irmão mais velho, Alexander Ulianov, enforcado em 1887 por conspirar para matar o czar Alexandre III como parte do grupo rebelde Vontade Popular. 

No mesmo ano, Lenin entra para a Universidade de Kazan. É expulso três meses depois por participar de uma assembleia. Preso e banido de Kazan, ele vai para a fazenda de um avô em Kokuchkino. Em 1888, ele é autorizado a voltar para Kazan, mas não para a universidade.

Nesta época, conhece revolucionários e lê O Capital, a obra-prima de Karl Marx, o pai do comunismo. Em janeiro de 1889, torna-se marxista. Ele se muda com a família para Samara, onde conclui o curso de direito.

A advocacia dá cobertura legal às atividades revolucionárias. Em agosto de 1893, Lenin se muda para São Petersburgo, na época a capital da Rússia, onde trabalha como defensor público. Ele viaja ao exterior em 1895 para manter contato com russos exilados, em especial Georgy Plekhanov, o grande pensador marxista russo.

De volta à Rússia, consegue unificar os marxistas ao fundar a União de Luta pela Libertação da Classe Trabalhadora. Em dezembro de 1895, os líderes do grupo são presos. Lenin fica um ano e três meses na cadeia. Depois, vai para o exílio interno em Chuchenskoye, na Sibéria.

Sua noiva, Nadia Krupskaya, o segue. Eles se casam na Sibéria e ela se torna sua secretária. Em janeiro de 1900, Lenin deixa a Rússia. No exterior, ele escreve uma série da panfletos. Critica a veneração dos trabalhadores russos pelo czar e os marxistas que se concentram na luta por salários e redução da jornada de trabalho, deixando a política em segundo plano.

O grande debate intelectual dos marxistas russos é se o comunismo seria viável num país atrasado, de industrialização tardia, com mais camponeses que detém propriedade coletiva da terra do que proletários. 

Plekhanov defende a ideia de que a Rússia já é capitalista, mas precisa primeiro de uma revolução burguesa para impulsionar o desenvolvimento capitalista. 

No livro Desenvolvimento Capitalista na Rússia, Lenin conclui que o campesinato está longe de ser uma classe social homogênea. Observa uma estratificação social no campo, com uma burguesa rural, um campesinato de classe média e um proletariado e semiproletariado rural empobrecido. Neste último, vê um aliado do pequeno proletariado industrial da Rússia.

Em 1902, Lenin publica O Que Fazer? Rejeita a ideia de que o capitalismo está levando o proletariado espontaneamente ao socialismo revolucionário, cabendo ao partido apenas coordenar a luta. Na sua visão, o capitalismo predispõe os trabalhadores a aceitar o socialismo, mas a derrubada do sistema capitalista e a construção do socialismo dependem de uma consciência de classe induzida pelo partido.

O papel do partido é central no chamado marxismo-leninismo. É a vanguarda do proletariado. Deve ser mentor, líder e guia altamente disciplinado, mostrando constantemente ao proletariado onde estão os interesses da classe trabalhadora. Daí vem a ideia do "centralismo democrático". Uma vez que o partido tome uma decisão, cessa o debate interno e todos os membros devem seguir a orientação da cúpula.

Outros companheiros, como Plekhanov, Julius Martov e Leon Trotsky, temem que esta organização e disciplina partidárias levem ao jacobinismo, suprimam a liberdade de discussão dentro do partido, criem uma ditadura sobre o proletariado em vez da ditadura do proletariado e estabeleçam a ditadura de um homem só, como aconteceria sob Josef Stalin.

No segundo congresso do Partido Operário Social-Democrata da Rússia, Lenin está em minoria. Mas a retirada dos judeus social-democratas deixa a facção leninista em maioria e ele a chama de bolchevique (maioria), em oposição à ala menchevique (minoria) de Martov.

A divisão entre bolcheviques e mencheviques se aprofunda com a Revolução de 1905, deflagrada pela derrota da Rússia na Guerra Russo-Japonesa (1904-5).

Ambas as alas seguem a proposta de Plekhanov de que são necessárias duas revoluções, uma burguesa e depois a proletária. Mas os mencheviques entendem que a burguesia deve liderar a revolução burguesa, enquanto Lenin quer a hegemonia do proletariado na revolução democrática.

Lenin volta à Rússia no fim de 1905, mas é forçado a se exilar de novo em 1907. As reformas do czar Nicolau II, o Sanguinário, e a violenta repressão reduzem a adesão ao partido. Para manter a coesão dos bolcheviques diante do fortalecimento crescente dos mencheviques, Lenin convoca uma conferência do Partido Bolchevique em 1912 em Praga. É a divisão definitiva do Partido Operário Social-Democrata.

Quando estoura a Primeira Guerra Mundial (1914-18), em julho e agosto de 1914, os partidos social-democratas ignoram as resoluções anteriores da Segunda Internacional e apoiam seus países. Lenin chama os socialistas a favor da guerra de "social-chauvinistas", traidores da classe operária que apoiam regimes imperialistas.

Ele declara que a Segunda Internacional está morta. Defende a criação da Terceira Internacional e a transformação da guerra em guerras civis em que trabalhadores e soldados virariam suas armas contra as classes dominantes.

Exilado na Suíça, Lenin escreve sua principal obra sobre relações internacionais, Imperialismo: Estágio Superior do Capitalismo, em que propõe a teoria do elo mais fraco para justificar a revolução comunista na Rússia: a ruptura do sistema capitalista não aconteceria nos países mais industrializados, mas nos elos mais fracos. A guerra seria resultado do insaciável caráter expansionista do capitalismo.

"A derrota na guerra é a vitória da revolução", previu Lenin ao discutir a questão com Trotsky. A humilhação do Exército czarista diante da Alemanha leva ao fim da monarquia na Revolução de Fevereiro de 1917. Lenin obtém um salvo-conduto para atravessar a Alemanha, o que leva seus detratores a acusá-lo de ser um agente alemão.

De volta à Rússia, ele lança as Teses de Abril, em que rejeita a democracia parlamentar e prepara a Revolução de Outubro, quando os comunistas depõe o governo provisório do menchevique Alexander Kerensky e tomam o poder. Em 3 de março de 1918, a Rússia assina o Tratado de Brest-Litovsky, uma "paz vergonhosa", nas palavras do próprio Lenin. Abre mão da Finlândia, da Polônia, dos países bálticos (Estônia, Letônia e Lituânia), da Ucrânia e da Bielorrússia, e sai da Primeira Guerra Mundial.

GUERRA FRIA

    Em 1947, ao discursar na cerimônia de descerramento de seu retrato na Assembleia Legislativa da Carolina do Sul, o financista multimilionário Bernard Baruch usa pela primeira vez a expressão guerra fria para se referir à confrontação estratégica entre os Estados Unidos e a União Soviética.

Baruch trabalha como assessor presidencial em economia e política externa desde o governo Woodrow Wilson (1913-21). Depois da Primeira Guerra Mundial (1914-18), participa da Conferência de Paz de Versalhes.

Nos anos 1930, assessora o presidente Franklin Roosevelt (1933-45) e membros do Congresso. Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45), é conselheiro do presidente Harry Truman (1945-53).

Durante a cerimônia, Baruch lança um duro ataque contra os conflitos trabalhistas. Afirma que só com a união entre capital e trabalho os EUA serão capazes de se tornar uma grande força num "mundo que se renova física e espiritualmente."

Ele propõe semanas de trabalho mais longas, acordos com os sindicatos para prevenir greves e com as empresas para evitar demissões: "Não nos enganemos – estamos hoje no meio de uma guerra fria. Nossos inimigos estão no exterior e em casa. Não nos esqueçamos nunca: nossa inquietação é o coração de nosso sucesso. A paz no mundo é a esperança e a meta do nosso sistema político; é o desespero e a derrota daqueles que se erguem contra nós. Só podemos depender de nós mesmos."

COOPERAÇÃO ECONÔMICA

    Em 1948, 16 países europeus reunidos em Paris criam a Organização para a Cooperação Econômica na Europa (OCEE) para coordenar a reconstrução do continente através do Programa de Recuperação Europeia, mais conhecido como o Plano Marshall, uma proposta do secretário de Estado norte-americano George Marshall.

O Plano Marshall investe cerca de US$ 14 bilhões na reconstrução da Europa e contribue para evitar a expansão do comunismo na Europa Ocidental durante a Guerra Fria. Pelas cotações de hoje, seria o equivalente a mais de US$ 132 bilhões.

Em 1961, a OCEE passa a se chamar Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e passa a aceitar países não europeus. É um clube de países ricos com alguns em desenvolvimento como Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Turquia. 

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